Formosa usa bonecas de barro para trocar de corpo com Francisca em 'Cine Holliúdy 2'

Divulgação Globo/João Miguel Júnior

No episódio de 'Cine Holliúdy 2' previsto para ir ao ar amanhã, dia 11 de outubro, Formosa (Lorena Comparato) não se conforma com o namoro de Francis (Edmilson Filho) e Francisca (Luisa Arraes) e tenta conquistar o cinemista, mas ele não abre a guarda. Diante da situação, ela resolver fazer bonecas de barro com as características dela e de sua rival, e arranca a cabeça da boneca Francisca para colocar na boneca Formosa, com a intenção de ser Francisca. Seu desejo se concretiza e as duas trocam de corpo. Formosa, então, acorda ao lado de Francis, enquanto Francisca se desespera ao se ver no corpo de Formosa. 
 
Ao perceber o comportamento da filha, Lindoso (Carri Costa) e Belinha (Solange Teixeira) temem que ela tenha ficado doida, enquanto as duas envolvidas na troca brigam para conseguir provar quem são. Formosa corre para adiantar o casório com Francis para fazer valer a confusão, enquanto Francisca foge de Lindoso para não ser internada em um hospital. Já Olegário (Matheus Nachtergaele) também sofre com a transformação da filha. Ele fica arrasado quando ela, que na verdade é Formosa, sai de casa e anuncia que vai se casar. Em algum momento, Francisca consegue encontrar as bonecas e destroca as cabeças, mas quando tudo volta ao normal, Formosa muda tudo de novo. A situação acaba virando um troca-troca sem fim! 
 
Abaixo, confira a entrevista com a atriz Lorena Comparato.
 
Como você recebeu o convite para fazer ‘Cine Holliúdy’? 
Tive o maior prazer de fazer um episódio na primeira temporada e, desde então, fiquei com esse gostinho de quero mais. Quando começaram a falar que iam ter próximas temporadas, eu logo soube que a minha personagem iria voltar e agora seria fixa! Fiquei muito feliz! Andrea Imperatore foi a produtora de elenco da primeira temporada, e eu agradeço demais por ter feito essa participação. Quando a gente é chamado para fazer um papel muito bom, mesmo que rápido, em um trabalho, eu sempre tenho fé que pode render frutos. A Formosa foi isso. Fiquei muito feliz de poder voltar a estar com esse elenco e essa equipe de novo em duas temporadas seguidas. Dessa vez, quem me convidou foi a Dani Ciminelli, a produtora de elenco da segunda temporada, e eu fiquei feliz da vida assim que eu soube! Foi muito emocionante.
 
Me conta sobre a personagem. Como você a descreve? 
Formosa é uma jovem cearense moradora de Pitombas (cidade fictícia). Ela é a filha de Belinha (Solange Teixeira) e do Lindoso (Carri Costa), os donos da mercearia da cidade de Pitombas. Formosa é uma moça sonhadora, que vive na sua própria realidade, porém para muitas pessoas ela é considerada doidinha. Ela tem um histórico de internação em uma instituição psiquiátrica em Fortaleza para se curar de uma obsessão que ela tem por Francisgleydisson (Edmilson Filho), mas que ela jura ser só amor. Os nomes desses personagens são maravilhosos, né? A Formosa acaba caindo em um estereótipo de mulher doida, apaixonada, mas eu gosto de pensar que na verdade ela é apenas incompreendida e vive na realidade dela. Acho que a paixão que ela sente realmente a faz fazer coisas fora do normal. Quem nunca? (risos) Na primeira temporada ela fez um triângulo amoroso com Francis e Marilyn (Leticia Colin), mas agora virou um quarteto nervoso com a chegada de Francisca (Luisa Arraes) e a relação com Munízio (Haroldo Guimarães). É hilário porque a Formosa é uma moça de cidade pequena que se sente muito sozinha e acaba encontrando nessas pessoas amizades para além de suas bonecas e artesanatos.
 
Você já havia trabalhado com algum dos colegas do elenco em outro projeto? E como tem sido o encontro com esse grupo? 
Eu fiz a primeira temporada e gravei com algumas pessoas do elenco. Estar com eles novamente tem sido muito bom e é sempre uma aula. Eu aprendo demais, ainda mais sendo uma sudestina fazendo uma nordestina. Faço reverência a todos eles sempre e com o maior respeito do mundo. Acho nosso elenco muito aguçado em cena. Solange e Carri, que fazem meus pais, são meus mestres. Trocamos muito e é delicioso. Tive uma grata surpresa de ter a Luisa Arraes nessa temporada. Trocamos muito como as amigas/inimigas de Pitombas e foi muito divertido criar as cenas. O que eu mais gosto de Cine é que (quase) tudo pode, e isso fica muito evidente nos episódios. 
 
Como foi a sua preparação para viver essa personagem?
Minha preparação sempre tem parte do texto, do que eu observo das pessoas e do que eu pesquiso. Formosa é um pout-pourri intenso das minhas vivências com pessoas do Ceará e muito, mas muito estudo! Vi muitos documentários sobre o Ceará, li sobre, ouvi bastante música e vi muitos vídeos de sotaque e trejeitos. Também estudei bastante da luta antimanicomial no Brasil. Mas, a verdade é que meus maiores professores são meus colegas de elenco. Fizemos muita preparação para a primeira e segunda temporadas com o nosso preparador Hugo Possolo. Como gravamos muita coisa em 2021, tivemos um trabalho intenso com ele de construção de personagens. Hugo é um cara que eu admiro demais e me preparou também para a série ‘Rensga Hits!’, original Globoplay. Ele traz um trabalho de clown e farsa muito interessante para o estudo das personagens, e com exercícios lúdicos faz a gente encontrar o caminho delas dentro de nós. Nessa temporada também tivemos a preparação com o Amir Haddad, grande teatrólogo que nos alinhou para entrarmos com o pé direito. Fazer um trabalho leve e alegre depois de tantos anos de pandemia é difícil e necessário. Para o sotaque eu me preparei com a minha personal fonoaudióloga Leila Mendes, minha mãe, e tenho meus anjinhos da guarda que sempre me ajudam em cena, meus colegas de elenco cearenses. Eles são extremamente generosos comigo sempre. A Formosa vem para mim de um jeito muito natural. A direção, que está sempre com a gente, ajuda muito nesse sentido porque cada cena pede uma “loucurinha” específica e eles estão sempre lá para serem meus maestros do que pode e do que não pode. Sou eternamente grata a Patricia Pedrosa, nossa maestra maior, e também a Halder Gomes, o criador de Cine, e Ricardo Spencer, que fez a segunda temporada com a gente. Renata Porto Dave fez a primeira temporada e agora voltou para a terceira. A Formosa é uma personagem muito viva, então em cada cena eu estudo muito o que fazer com o figurino, objetos de cena, o texto, e sinto que ela acaba tendo quase uma vida própria. 
 
Como foram as gravações? E você chegou a viajar para Quixadá? Alguma curiosidade? 
As gravações da segunda temporada foram muito boas e agora já estamos na terceira. Eu aceitei fazer essa série sem o texto estar pronto, então tenho me doado muito para dar o meu melhor como artista e conseguir refletir sobre as histórias que estamos contando. Na segunda temporada eu gravei muito e o trabalho foi bastante intenso. Viajei para Quixadá, gravamos no meio do mato, já que a série se passa nos anos 70 e nossa cidade é fictícia. Foi muito legal viajar pelo Ceará. Tinha pouco tempo fora das gravações, mas pude ir para Fortaleza, curtir um pouco da cidade e passear pelas feiras e praias. Foi rápido, mas valeu muito a pena. Assim que eu cheguei, entrei no carro do motorista e ele tinha um mini chapéu de cangaço pendurado no espelho interno do carro. Me apaixonei e não sosseguei até achar um para colocar no meu. Hoje tenho esse chapeuzinho pendurado me acompanhando todos os dias para as gravações. Fiquei encantada com como é lindo o Ceará. As águas quentes do mar me fizeram quase querer ficar e trocar as águas geladas do sudeste por elas. Passamos bastante calor lá, mas eu amo mergulhar em águas quentes. Estar no Ceará e ser dirigida pelo Halder Gomes lá foi uma grande emoção, afinal, ele é o criador da série, e uma das coisas que eu mais amo no meu trabalho é conhecer pessoas e viajar. Mas a gente realmente trabalhou muito e deu para curtir bem pouco. Ficou o gosto de quero mais e uma vontade imensa de voltar e conhecer bem mais do Ceará. 
 
Acompanhou a repercussão da primeira temporada? 
Acompanhei muito a repercussão da primeira temporada e fiquei muito feliz com o sucesso. Para além disso, foi um acalento ter a reprise da série durante a pandemia e fiquei feliz que muita gente que não tinha visto assistiu tudo no Globoplay. Acho ‘Cine Holliúdy’ uma joia e fico muito honrada de fazer parte desse elenco. As pessoas riem e se divertem muito assistindo. Na primeira temporada tivemos ensaios juntos em São Paulo. Foi muito legal gravar a série, pois ficamos em Areias, uma cidade entre Rio e São Paulo, então teve todo o esquema de ficar em outra cidade para filmar. Saímos para comer, para conversar e os momentos das refeições eram os mais divertidos. Quando eu fiz ‘Cine’, eu estava fazendo outra personagem em paralelo que era loira, mas a Formosa era morena. Então tinha todo um esquema para colorir o meu cabelo com uma tinta provisória, colocar peruca (um salve pra Emi Sato e sua equipe de caracterização). O que eu mais amava era ter os atores da série passando, ensaiando e convivendo nesses momentos de espera. Já nessa temporada, que eu só estou fazendo Formosa, pude ficar com o cabelo todo escuro e pronto para ela.
 
O que essa segunda temporada tem oferecido para o público? 
Muita animação, bagunça e confusão. ‘Cine Holliúdy’ é uma grande homenagem ao cinema e não podemos esquecer que é uma série que fala justamente da tentativa de sobrevivência dele com a chegada da TV. Vejo um grande paralelo disso, hoje, com a chegada da internet e da luta por sobrevivência do cinema. A delícia do ‘Cine’ é que é uma série muito lúdica. O texto já vem com muitas ideias mirabolantes e as equipes de arte, caracterização e figurino se animam junto com a gente criando coisas hilárias. Me senti muito livre como artista nessa temporada, pude trazer várias propostas, criar junto várias brincadeiras que só acontecem naquele momento, com a mágica do cinema. Tem de tudo um pouco nessa temporada: é luta pelo poder, pelo amor, filme de monstro, de amor, tem troca de corpo, casamento, briga, reparação, circo, acidente, fantasma, até morte e muito mais. Tenho certeza de que o que não falta é coisa pra esses personagens viverem. Estou animada para o público ver mais da Formosa e se sensibilizar com a loucura dela. Moça apaixonada, sonhadora, tão reprimida pelos pais. Eu me simpatizo muito com ela, mas sei que sou uma atriz que defendo minhas personagens com unhas e dentes. Agora é esperar a reação do público e esperar pelo melhor (risos).
 
Qual a importância da série nesses tempos tão difíceis que estamos vivendo? 
Toda! Acho que nós, como sociedade, falamos muito pouco de saúde mental, e nós artistas temos o dever social de não só trazer questionamentos importantes paras nossas comunidades mas também entreter. As pessoas no Brasil estão precisando rir. A vida está muito difícil e a arte vem para alegrar, criticar e cutucar a sociedade. Na pandemia, eu assisti a muitos filmes e séries e sei que muita gente também se debruçou muito sobre a arte pra sobreviver. A cultura existe para retratar os movimentos humanos para os próprios, e eu sou credora fiel de que a arte salva e muda o mundo. Temos o poder nas nossas mãos de mudar as pessoas para o bem e para mal. Nesses últimos anos de tantas tristezas, acho que ‘Cine Holliúdy’ vem com essa responsabilidade de alegrar com consciência.
 
‘Cine Holliúdy’ é uma série criada e escrita por Marcio Wilson e Cláudio Paiva, baseada no longa-metragem homônimo escrito e dirigido por Halder Gomes. A obra é escrita com Adriana Falcão, Juca Filho,Chico Soares e César Amorim. A direção artística é de Patricia Pedrosa com direção de Halder Gomes e Ricardo Spencer. A produção é de Erika da Matta e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim. A série de 11 episódios, exibidos às terças, conta ainda com Matheus Nachtergaele, Heloisa Périssé, Solange Teixeira, Carri Costa, Lorena Comparato, Frank Menezes, Caca Carvalho, Falcão Maia, Gustavo Falcão e Flávio Bauraqui no elenco, e participações especiais de Luiza Tomé, Gero Camilo, Lucas Veloso, Nanda Costa, Eduardo Sterblitch, Stepan Nercessian, entre outros.

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