Filme inédito relembra origens do festival de Cannes e sua luta contra o fascismo

Divulgação Curta!

Um dos eventos de cinema mais importantes do mundo, o Festival de Cannes tem suas origens marcadas pela guerra e pela política. A trajetória de coragem de seus criadores, os visionários Philippe Erlanger e Jean Zay, é o fio condutor dessa história de arte e resistência, além de ser o norte do documentário ''Cannes — Um Festival Pela Liberdade'', que estreia com exclusividade no Brasil através do Curta!. A produção inédita já pode ser conferida no Curta!On – Clube de Documentários.

Dirigido por Frédéric Chaudier, o filme começa em 1938. Naquele ano, Philippe Erlanger — jornalista e crítico de arte que ocupava altos cargos no governo francês — se revolta diante do domínio nazifascista sobre o Festival de Veneza que acabara de ocorrer. Por isso, resolve organizar um festival pela liberdade e contra o autoritarismo e a barbárie iminente. Jean Zay, judeu e ministro da Educação Nacional e Belas Artes, une-se à empreitada de Philippe e, juntos, trabalham para inaugurar o Festival de Cannes em 1º de setembro de 1939. Comissões julgadoras são formadas, filmes são selecionados, jantares de gala são organizados e, apesar do clima de constante ameaça, tudo se encaminhava para que o evento acontecesse na paradisíaca cidade do litoral francês. 

Porém – além de um ciclone que passou por Cannes às vésperas do Festival -, na madrugada do mesmo 1º de setembro de 1939, Hitler invade a Polônia e a guerra é deflagrada na Europa. Logo, a França estaria totalmente envolvida no conflito e seria ocupada pelo exército nazista. Era um momento de desesperança. Jean Zay tenta integrar a resistência francesa no Norte da África, mas é preso enquanto partia — a França havia decretado armistício com a Alemanha e, consequentemente, Zay passara a ser considerado traidor.  Certa vez, escreveu: “Um ano despido de minha liberdade, a mesma sensação da perda de um membro ou um sentido”. Anos depois, foi assassinado.  

Philippe Erlanger também enfrenta grandes desafios durante os anos de ocupação. É excluído socialmente, perseguido, forçado a se esconder, mas sobrevive à guerra. Em 1946, um ano após o término do conflito na Europa, enfim consegue realizar o sonho de produzir o Festival de Cannes, agora em tempos de paz e livre de ameaças. Aquela primeira e histórica edição marcou para sempre o cinema e consagrou a vitória da arte sobre o horror. A estreia é na Quarta do Cinema, 19 de outubro, às 22h30.

Curta! celebra os 90 anos de Ziraldo com exibição de filme sobre sua vida e obra

Na semana em que o cartunista Ziraldo completa 90 anos, o Curta! exibe o documentário "Ziraldo — Era Uma Vez Um Menino". Uma abordagem afetuosa e intimista que perpassa os 100 minutos do filme se explica pela direção, a cargo de Fabrizia Alves Pinto, filha do artista.

Para contar os muitos casos marcantes e deliciosos na carreira de Ziraldo, Fabrizia se vale somente de entrevistas recentes e antigas do pai. Entre os assuntos, a origem de seus vários personagens. Sobre sua infância, ele diz: "A minha vida começa exatamente aos 8 anos. É o ano em que o menino é uma criança, não viveu ainda, mas já discerne, já tem opinião própria e já fez descobertas incríveis". Não por acaso, o Menino Maluquinho tem essa idade.  Os anos de chumbo da ditadura também são abordados. Na época, ele publicou ilustrações antológicas em "O Pasquim" e no "Jornal do Brasil".

Com produção da Lumen, "Ziraldo - Era Uma Vez Um Menino" foi viabilizado pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). O documentário também está disponível no Curta!On – Clube de Documentários.  A exibição é na Quinta do Pensamento, 20 de outubro, às 22h. 

Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 17/10

22h20 – “Dois Tempos” (Documentário)

Trinta e cinco anos após um primeiro encontro que mudou as suas vidas, os violonistas Lucio Yanel e Yamandu Costa se reencontram em uma jornada que reconstrói o caminho que trouxe o argentino Lucio a terras brasileiras. Sozinhos na estrada com seus violões e memórias, mestre e discípulo cruzam a fronteira sul do Brasil até Corrientes, na Argentina, encarando as transformações trazidas pela viagem e pela passagem do tempo. Direção: Pablo Francischelli. Duração: 88 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 18 de outubro, terça-feira, às 2h20 e às 16h20; 19 de outubro, quarta-feira, às 10h20; 22 de outubro, sábado, às 22h25; 23 de outubro, domingo, às 15h10.

Terça das Artes (Visuais, Cênicas, Arquitetura e Design) – 18/10

20h – “Estados da Arte” (Série) – Ep. “Fabulações” (Inédito)

A série propõe uma releitura da arte brasileira a partir das singularidades produzidas nas regiões Norte e Nordeste, revelando a beleza de uma diversidade muitas vezes desconhecida do grande público. Neste episódio inédito, os artistas Jonathas de Andrade, Clara Moreira, Rafael Bqueer e Sayara Pacheco falam da fabulação enquanto potência criativa e coexistência indiscernível entre o real e o imaginário. Classificação: Livre. Horários alternativos: 19 de outubro, quarta-feira, às 0h e às 14h; 20 de outubro, quinta-feira, às 08h; 22 de outubro, sábado, às 20h; 23 de outubro, domingo, às 10h.

Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) – 19/10

22h30 – “Cannes — Um Festival Pela Liberdade”

O surgimento do Festival de Cannes, em 1939, teve extrema importância como reação ao totalitarismo. O documentário mostra como nasceu o maior festival de cinema do mundo, além de exibir a amizade entre Philippe Erlanger e Jean Zay, dois apaixonados pela Sétima Arte. Direção: Frédéric Chaudier. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 20 de outubro, quinta-feira, às 2h30 e 16h30; 21 de outubro, sexta-feira, às 10h30; 22 de outubro, sábado, às 15h; 23 de outubro, domingo, às 23h.

Quinta do Pensamento (Literatura, Filosofia, Psicologia, Antropologia) – 20/10

22h – “Ziraldo – Era Uma Vez Um Menino” (Documentário)

O filme retraça a trajetória e a obra de Ziraldo, por meio de depoimentos e entrevistas concedidos por ele ao longo de mais de quarenta anos, e de sua vasta produção artística. Uma história onde vida e arte estão entrelaçadas, contada por sua própria voz e emoção. No documentário ele faz reflexões sobre seu processo de criação, seus personagens, família, política e seu país. Direção: Fabrizia Pinto. Duração: 100 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 21 de outubro, sexta-feira, às 2h e às 16h; 22 de outubro, sábado, às 13h; 23 de outubro, domingo, às 21h; 24 de outubro, segunda-feira, às 10h.

Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 21/10

23h – “Hitler e Churchill: A Águia e o Leão” – Episódio 1

O dia 10 de maio de 1940 foi emblemático para duas figuras que decidiriam os rumos da Segunda Guerra Mundial: Winston Churchill se tornava primeiro-ministro da Grã-Bretanha, enquanto Adolf Hitler atacava a Europa Ocidental, invadindo Holanda, Bélgica, Luxemburgo e França. O conflito mundial que se estendeu até 1945 é narrado dos pontos de vista paralelos desses dois líderes nesta minissérie em dois episódios. Dirigida pelo francês David Korn-Brzoza, ela opõe as trajetórias de Churchill e Hitler desde a infância, passando pelas atuações de ambos na Primeira Guerra Mundial e mostra as estratégias de enfrentamento de cada um durante a Segunda Guerra, com uma abundância de imagens históricas colorizadas e narração de David Gasman. Direção: David Korn-Brzoza. Duração: 45 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 22 de outubro, sábado, às 03h; 23 de outubro, domingo, às 18h30; 24 de outubro, segunda-feira, às 17h; 25 de outubro, terça-feira, 11h.

Sábado – 22/10

20h30 – “Grandes Cenas” (Série) – 2ª Temporada- Ep.: “O Lobo Atrás da Porta”

A partir de entrevistas com realizadores, a série analisa cenas memoráveis do cinema brasileiro. Neste episódio, a atriz Leandra Leal fala sobre sua personagem Sylvia em “O Lobo Atrás da Porta” (2013), que se vê enroscada em um relacionamento conturbado com um homem casado. Na cena em questão, Bernardo agride fisicamente Sylvia, cruzando a barreira entre atração e violência. Direção: Ana Luiza Azevedo e Vicente Moreno. Duração: 20 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 23 de outubro, domingo, às 10h30.

Domingo – 23/10

19h30 - "Os Irmãos Roberto”

Integrantes da mesma geração de Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e Affonso Eduardo Reidy, os irmãos Marcelo, Milton e Maurício, conhecidos profissionalmente como irmãos Roberto, foram os autores de marcos da arquitetura modernista brasileira, como o premiado prédio da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio, e o aeroporto Santos Dumont. A partir de depoimentos de arquitetos contemporâneos, a obra do trio é analisada, abarcando tanto os projetos públicos quanto os particulares, de moradias de classe média. Diretora: Ivana Mendes e Tiago Arakilian. Duração: 72 min. Classificação: Livre.

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