TV Brasil recorda Paulo José com "O Palhaço" um ano após morte do ator

Divulgação

Em homenagem ao saudoso artista Paulo José, a TV Brasil apresenta o longa-metragem "O Palhaço", protagonizado por ele, nesta sexta (12), às 22h30, na faixa Cine Nacional. O premiado ator faleceu em 11 de agosto de 2021, aos 84 anos, devido a uma pneumonia.

A exibição do filme na telinha da emissora pública resgata a importância do veterano para as artes cênicas no país. Paulo José fez história com personagens ilustres em papéis lembrados pelas novas gerações. Também dirigiu obras importantes e ajudou na criação de inúmeras produções como roteirista.

Com uma memorável atuação de Paulo José ao lado de Selton Mello, que dirigiu e também escreveu o roteiro do sucesso lançado em 2011, a trama de "O Palhaço" aborda o universo circense com todo seu encanto e magia através de estradas de terra pelo interior do território nacional.

A produção foi escolhida como o representante brasileiro para disputar o Oscar na categoria Melhor Filme estrangeiro. Apesar de não ter se classificado entre as cinco obras indicadas para concorrer à estatueta na seleção final, o drama obteve diversos reconhecimentos. A película foi eleita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) um dos 100 melhores filmes do país de todos os tempos.

Enredo do drama "O Palhaço"  

O Circo Esperança atravessa o interior do país nos anos 1970. A cada parada, um novo espetáculo e novas aventuras dessa animada trupe mambembe. Nessa "família" de 15 pessoas, a principal atração é uma dupla de palhaços.

Puro Sangue e Pangaré dividem o picadeiro e, supostamente, a mesma vocação. Os artistas também são responsáveis pela administração dos negócios circenses. Os personagens Valdemar (Paulo José) e Benjamim (Selton Mello) são pai e filho que formam a fabulosa dupla de palhaços.

Geralmente com pouco dinheiro, eles vivem às voltas com as solicitações do irreverente grupo formado por músicos, trapezistas, acrobatas, anões e uma linda menina, Guilhermina, espectadora privilegiada de um mundo mágico e lírico.

Apesar de levar o público às gargalhadas, Benjamim entra em crise e sai em busca de sua própria identidade. Seu maior sonho de consumo é modesto – um singelo ventilador – e até realizá-lo, Benjamim viverá pequenas aventuras plenas de significado.

Frustrado, o talentoso jovem passa por uma crise existencial e decide abandonar a vida artística. Ele passa a trabalhar numa empresa de uma cidade distante. Essa decisão de Benjamin afeta a vida de todos, inclusive a dele mesmo.

Por vias tortuosas, Benjamim busca responder à indagação paterna: "Na vida a gente tem que fazer o que a gente sabe fazer. O gato bebe leite, o rato come queijo e eu sou palhaço. E você?". Benjamim precisará de um tempo para descobrir.

Legado de Paulo José

Reverenciado como um dos maiores nomes da dramaturgia nacional, o gaúcho Paulo José teve uma trajetória artística longeva. Em mais de seis décadas dedicadas ao trabalho na televisão, no cinema e no teatro, Paulo José deixa legado inestimável como ator, roteirista e diretor.

O artista começou a fazer teatro nos anos 1950 em Porto Alegre. Depois, Paulo José se radicou em São Paulo no início da década de 1960 quando se envolveu com o Teatro de Arena. Ele adquiriu prática nas artes cênicas em diversas atividades da cadeia da produção cultural.

A estreia de Paulo José nas telonas com o filme "O padre e a moça" (1965) foi um sucesso e ele ganhou seu primeiro prêmio no cinema. Daí em diante, participou de clássicos como "Todas as mulheres do mundo" (1966), "Macunaíma" (1969), "O Rei da Noite" (1975) e "Eles não usam Black-tie" (1981).

Nas últimas décadas, o veterano se destacou em outras grandes produções nacionais da sétima arte como "Policarpo Quaresma, Herói do Brasil" (1998), "Benjamin" (2004), "Quincas Berro D'Água" (2010), entre diversas outras obras numa longa lista de quase 40 filmes. 

A atuação nas telinhas também teve importância em sua trajetória. Paulo José esteve em dezenas de produção, principalmente novelas e minisséries. Ele começou na trama "Véu de Noiva" (1969) e fez vários personagens inesquecíveis como na série "Shazan, Xerife e Cia" (1972).

O trabalho na televisão combinou o talento de Paulo José como ator e diretor em diversas atrações como no seriado "O Tempo e o Vento" (1985). Naquela década, ainda integrou o elenco de novelas marcantes como "Olho por Olho" (1989) e "Tieta " (1989).

Nos anos 1990, apesar do diagnóstico da doença de Parkinson, Paulo José teve uma profícua realização nas telinhas ao contribuir na direção de minisséries como "Agosto" (1993 e "Incidente em Antares" (1994). Fez muito sucesso como Orestes em "Por Amor" (1997). Nas décadas seguintes, o ator ainda fez diversas participações especiais em muitas tramas.

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