Em homenagem ao Dia Nacional do Documentário Brasileiro, Telecine lista 10 documentários imperdíveis

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A vida, muitas vezes, imita a arte. Mas quando acontece o inverso, e produções retratam a realidade, o cinema alcança um de seus principais objetivos: levar o público à reflexão sobre diferentes realidades e temáticas. Com uma bagagem audiovisual potente reconhecida, o Brasil é um dos países que mais produz documentários e tem até data para celebrar o gênero: 7 de agosto, Dia Nacional do Documentário Brasileiro. Para os cinéfilos que gostam de acompanhar boas histórias nas telas, o Telecine listou 10 produções nacionais mergulhados em contextos sociais, políticos e culturais. Uma maratona imperdível que pode começar a qualquer momento na plataforma Telecine, dentro do Globoplay ou via operadoras.

Cabra Marcado Para Morrer

Mestre do cinema documental, Eduardo Coutinho tinha um estilo único de construir narrativas e exaltar histórias, como nesta produção. Destaque no Festival de Berlim, a obra teve suas filmagens interrompidas em 1964, devido ao golpe militar, e, quase duas décadas depois, ganhou outro rumo. Inicialmente, a trama abordaria apenas a trajetória de João Pedro Teixeira, fundador da Liga Camponesa de Sapé, mas se aprofundou em toda a jornada de produção do documentário e nas mudanças políticas no país.

Edifício Master

Mais um ícone da carreira do saudoso Eduardo Coutinho é destaque na lista. A obra de 2002 registra o cotidiano do famoso prédio em Copacabana, bairro carioca, com mais de 270 apartamentos espalhados por seus 12 andares. Premiado no Festival de Gramado e na Mostra Internacional de São Paulo como Melhor Documentário, o filme traz um retrato da vida urbana ao juntar histórias pessoais reveladas pelos moradores do condomínio.

Ilha das Flores

Lançado nos anos 1980, o título é mais atemporal do que se imagina ao tratar sobre saúde ambiental, economia e desigualdade social. Misturando ficção e realidade, Jorge Furtado instiga o público a observar a sociedade de consumo de maneira didática. A trama acompanha o ciclo de vida de um tomate, da colheita ao descarte no lixão da Ilha das Flores, em Porto Alegre, onde pessoas procuram por alimentos. Premiado no Festival de Berlim com o Urso de Prata de Melhor Curta-Metragem.

Lixo Extraordinário

Dirigido por João Jardim, Karen Harley e Lucy Walker, a produção concorreu ao Oscar na categoria Melhor Documentário e reúne registros do artista plástico Vik Muniz com catadores de material reciclável no Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, o maior aterro sanitário da América Latina. O doc de 2011 também marcou presença em outros festivais e premiações nacionais e internacionais.

Indianara

Selecionado em 2019 para a mostra ACID, do Festival de Cannes, e para a 27ª edição do Festival Mix Brasil, na categoria "Competitiva Brasil - Longas". Com direção de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa, a produção exalta a trajetória de Indianara Siqueira, líder de um grupo de mulheres transgênero, na luta pela sobrevivência em um lugar tomado por preconceito e intolerância. Desde disputas partidárias até o combate contra o governo opressor, a ativista de origens humildes passou por uma longa batalha até se tornar ícone do movimento LGBTQIAP+.

Ônibus 174

Vencedor do Emmy de Melhor Documentário de Longa-metragem em 2005, o título é uma parceria de José Padilha e Felipe Lacerda e retrata um dos episódios mais marcantes da violência urbana brasileira: o sequestro do ônibus da linha 174, no Rio de Janeiro. Uma investigação baseada em imagens de arquivo, entrevistas e documentos oficiais sobre o incidente, que aconteceu em 12 de junho de 2000. Filmado e transmitido ao vivo por quatro horas, o caso chocou o país.

Segredos da Tribo

Também conduzido por José Padilha, o documentário de 2013 mostra os primeiros estudos feitos por antropólogos com os Ianomâmis, um dos povos indígenas mais numerosos e mais conhecidos da América do Sul. Em 1960, esses pesquisadores teriam sido responsáveis por abusos sexuais, assassinatos e violações médicas com a população indígena.

Alvorada

Dirigida por Anna Muylaert e Lô Politi, a produção de 2021 é a mais recente da lista e concorre ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2022 nas categorias Melhor Montagem Documentário, Melhor Longa-metragem Documentário, Melhor Direção e Melhor Roteiro Original. O documentário explora os bastidores do Palácio da Alvorada e a rotina da presidente Dilma Rousseff, primeira e única mulher a governar o Brasil, durante o desenrolar do impeachment.

O Corpo É Nosso!

Em 2019, Theresa Jessouroun misturou documentário e ficção para discutir as injustiças sociais sofridas pelas mulheres. Com Roberta Rodrigues e Renato Góes, o filme traz à tona grande parte da questão da liberdade do corpo feminino, seja na música, dança ou na sexualidade. Tudo isso relacionado à desconstrução da visão de masculinidade a partir do feminismo.

My Name Is Now, Elza Soares

Ícone da música brasileira, Elza Soares é eterna. O documentário de Elizabete Martins Campos revisita momentos marcantes da história de Elza e conta com participação da artista, exaltando sua voz e sua força, dentro e fora dos palcos. Filme consagrado no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro em 2019 nas categorias Melhor Trilha Sonora Original, por escolha do júri oficial, e Melhor Documentário, por votação popular.

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