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Este ano o vôlei brasileiro comemora os 30 anos de um marco na história do esporte: o primeiro ouro da seleção, conquistado na Olímpiada de Barcelona, após vencer a Holanda por 3x0. Pedro Bial, único jornalista a cobrir o primeiro dia de treinos da seleção - tamanha a desconfiança sobre o potencial da equipe na época -, recebe o técnico José Roberto Guimarães e o jogador Giovane Gávio hoje, dia 13, no 'Conversa com Bial', para relembrarem juntos este dia memorável.
José Roberto, que era novo na seleção, coloca os desafios principalmente relacionados à conquista de confiança: “Sentia que olhavam para mim meio desconfiados, não acreditavam muito, porque eu estava substituindo um dos melhores profissionais do mundo, que era o Bebeto. Eu era novo, jovem, sem experiência nenhuma e todo mundo descrente”, diz ele. Giovane concorda: “Uma coisa é você fazer um ciclo olímpico que você tem quatro anos para experimentar, mas o ‘Zé’ não, ele entrou no ano da Olimpíada, poucos meses antes. Já falei isso várias vezes, que sou muito grato a ele por ter me dado a oportunidade de ser um dos melhores do mundo”, acrescenta.
José cita o jogo de Brasil contra Cuba naquele ano, no Ibirapuera, em São Paulo, como o início da trajetória para o ouro, e o marco de virada de sua carreira. No jogo, o Brasil ganhava de 11x8, mas por táticas do time adversário e euforia dos brasileiros, foram aplicadas penalidades que renderam dois pontos para Cuba. Neste momento, Giovane foi um dos jogadores que mais reagiram: “Nunca vi o Giovane saltar tanto como na bola seguinte, ele não parava de subir [...], fez o 12º ponto, depois conseguimos nos defender de novo [...], fomos fazendo pontos e quebramos um tabu de oito anos nesse jogo”, comemora José. “Isso está muito vivo dentro da gente ainda, principalmente aquele momento contra Cuba [...], a gente entendeu que já tínhamos o melhor atacante, bloqueador, levantador, mas não jogava muito junto, e aquilo serviu para a gente entender a força do time”, revela Giovane.
Outro marco para a seleção foi o jogo contra a Coreia, da qual ganhou por 3x0. “Me lembro que terminou o jogo eu chorava igual criança, abraçado com a minha mulher, porque na minha cabeça a gente já estava classificado para a segunda fase [...]. Nós tínhamos perdido em 1984 e 1988 para a Coreia, e eu pensava ‘primeiro jogo justo com a Coreia, tinha que ser com a Coreia?’, e ganhamos”, lembra José.
Com direção artística de Monica Almeida, o ‘Conversa com Bial’ vai ao ar na TV Globo de segunda a sexta, após o ‘Jornal da Globo’. O programa também é exibido no canal internacional da Globo e em simulcast no Globoplay. As entrevistas também podem ser acompanhadas no podcast ‘Conversa com Bial’, disponível no Globoplay ou em qualquer plataforma de áudio.
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