Divulgação/Julia Rugai |
Nesta terça-feira (28/6), no Provoca, Marcelo Tas conversa com a cantora Maria Rita, filha de Elis Regina e do pianista César Camargo Mariano. No bate-papo, a artista fala sobre fé, posicionamento nas redes sociais e o processo doloroso de se descobrir como cantora. Ainda conta como decidiu cantar pela primeira vez as músicas da mãe, Elis. Vai ao ar na TV Cultura, a partir das 22h.
Tas comenta que se omitir é uma posição política. “Sim. Eu vou defender os meus colegas porque hoje em dia as redes sociais são também uma fonte de renda e essas plataformas impõem um posicionamento para os artistas. Eu já ouvi e já perdi contrato porque a marca entrou no meu feed do Instagram e achou que eu era muito politizada”, diz Maria Rita.
A artista fala na edição como foi sua descoberta como cantora. “O meu processo de me encontrar foi muito doloroso, solitário (...) noites sem dormir, confusão (...) em 2001, vim para o Brasil com meus diplomas e três línguas (...) fui trabalhar com meu irmão João na produtora (...) o meu pai me chamou de canto e falou: por que você está assim? Eu tô no lugar certo fazendo a coisa errada. E meu pai fez a pergunta de 1 milhão: você sabe o que te espera? Sim. Então vai, porque nesse estado você não pode ficar mais”, conta.
Foi somente no show de 30 anos do falecimento de Elis Regina que Maria Rita cantou pela primeira vez uma música da mãe. “O João recebeu uma proposta de eu fazer o show (...). e ele disse: você tem 10 anos de carreira, vários Grammy, números sólidos (...) fui pra casa, pensei e conclui que nós, filhos, em algum momento da nossa vida vamos cuidar dos nosso pais, é uma regra (...) não tive essa chance (...) e aí eu entendi que se tinha uma coisa que eu podia fazer para cuidar dela, naquele momento de 30 anos sem ela, era fazer a melhor coisa que eu faço na vida, que é cantar”, explica Maria Rita.
Por fim, a artista conta que foi com 40, 41 anos que entendeu sua fé. “Eu não me entendo tão mais sozinha (...) me entendo amparada e não é um amparo carnal (...) é um amparo que vem de um lugar de muita força, que eu não sabia que tinha (...) foi a partir do candomblé que eu entendi que minha missão é de cura, minha voz é cura”, revela.
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