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Pedro Bial recebe hoje, dia 23, no 'Conversa com Bial', especialistas em pesquisa eleitoral para explicarem o que para muita gente é difícil de entender: como funcionam e como podem ajudar o eleitor. Antonio Lavareda, cientista político e presidente do IBESPE, e Mauro Paulino, diretor do Datafolha por 30 anos e estreante como comentarista da Globonews, colocam toda experiência que têm em pesquisa para responderem questões como probabilidade de erros e acertos, e a confiabilidade dos resultados.
Lavareda aborda a função das pesquisas, a que de fato elas servem: “As pesquisas não devem ser vistas como prognósticos dos resultados nas urnas. Elas medem o momento em que são realizadas, mesmo que na véspera das eleições. São intenções de voto, e as intenções podem mudar. Frequentemente são utilizadas por alguns eleitores para modificar a intenção anterior de voto, que é o chamado ‘voto estratégico’ ou ‘voto útil’. Este voto é aquele que quando o eleitor vê que seu candidato não tem nenhuma chance, ele vota para derrotar o candidato pelo qual tem maior taxa de rejeição, e a última pesquisa é decisiva para o cálculo do desse voto”, diz.
Lavareda coloca ainda em discussão a obrigatoriedade do voto. Segundo ele, as eleições de 2018 tiveram altas taxas de alienação – soma de abstenções, ou seja, de pessoas que não votaram com votos em brancos e nulos. “Essa obrigatoriedade, para mim, é uma das chaves para explicar o voto aleatório, já que a pessoa é compelida a votar pela exigência legal, votando, por exemplo, em quem vai ganhar, ou o voto underdog, naquele que não tem chance de ser vitorioso”, acrescenta.
Sobre a legitimidade dos resultados de pesquisa, Paulino traz a necessidade da representatividade dos pesquisados: “Para que uma pesquisa seja fidedigna precisa representar o eleitorado [...]”, declara. “Há estudos que mostram que as pesquisas no Brasil são bem assertivas, e acompanham o processo eleitoral de forma muito precisa. Agora esse conceito de que a pesquisa está certa ou errada precisa ser vista com muito cuidado, porque cada vez mais os eleitores decidem os votos nos últimos momentos. Na eleição de 2018 cerca de 25% dos eleitores decidiram o voto na última semana, sendo que 12% decidiram no dia da eleição [...]. Há eleitores que avaliam e esperam até o final para decidirem o voto, e mesmo se devem aplicar ou não o ‘voto útil’”, conclui.
Com direção artística de Monica Almeida, o ‘Conversa com Bial’ vai ao ar na TV Globo de segunda a sexta, após o ‘Jornal da Globo’. O programa também é exibido no canal internacional da Globo e em simulcast no Globoplay. As entrevistas também podem ser acompanhadas no podcast ‘Conversa com Bial’, disponível no Globoplay ou em qualquer plataforma de áudio.
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