Documentário 'Democracia – o enigma francês' evidencia clima que antecede as eleições na França

Divulgação Globo

O retrato de um país altamente politizado e que passou por diversas transformações nos últimos 40 anos às vésperas de eleições gerais. No documentário original 'Democracia – o enigma francês', que a GloboNews exibe neste domingo, dia 3, às 23h, a repórter Elizabeth Carvalho traça um panorama político da França dos dias atuais através de personagens que trabalham de forma voluntária nas campanhas de candidatos à presidência. O filme mostra as razões por trás do fortalecimento da direita em um Estado que sempre investiu maciçamente em bem-estar social e revela por que os franceses, que ostentam os melhores índices econômicos da Europa, se sentem tão insatisfeitos.   
 
“Uma das características da sociedade francesa que sempre me fascinou muito é o espírito de luta pelos seus direitos. Os franceses estão nas ruas o tempo todo exigindo os direitos que adquiriram e dos quais não querem abrir mão. Então, num ano importante como esse de eleições, o documentário tem o objetivo de mostrar esse espírito aguerrido da sociedade francesa que é muito útil aos brasileiros. A importância de lutar pelos seus direitos, pelas causas que você acredita. A pressão do povo é que move um país”, explica a repórter Elizabeth Carvalho.   
 
Elizabeth viajou por diferentes regiões do país na tentativa de contar o momento que a França vive do ponto de vista da sociedade. Em Caudry, no Norte da França, ela entrevistou um ex-operário que trabalhou durante 40 anos numa fábrica de rendas e foi demitido após o violento processo de desindustrialização que atingiu o país nas últimas décadas. Sua esposa também perdeu o emprego numa residência de idosos, onde trabalhou por muitos anos. Eles dizem que não conseguem ter uma vida digna com o que ganham hoje. Os dois são eleitores de Marine Le Pen e fazem parte do movimento ‘Coletes Amarelos’, que vai às ruas todos os sábados protestar contra o governo atual de Emmanuel Macron.   
 
Em Versalhes, a jornalista conversou com um estudante de Direito, defensor de ideias comuns à nova extrema-direita, que pareciam inaceitáveis numa campanha presidencial na França contemporânea. Ele abraçou a campanha do novato político Eric Zemmour, que semeia a xenofobia, a misoginia, o racismo e a islamofobia. Porta-voz da “grande substituição”, teoria segundo a qual o povo francês estaria desaparecendo com a presença de imigrantes que tendem a se tornar a maioria da população. 
 
Por conta de sua história colonial, a França é o país com maior número de muçulmanos da Europa, entre cinco e sete milhões.  O islamismo se tornou a segunda religião mais praticada em território francês. A maior concentração de imigrantes de origem árabe está em Marselha, no Sul do país.  Lá, Elizabeth conheceu uma faxineira, filha de argelinos, que se emociona ao lembrar de uma agressão que sofreu junto com o seu filho e do preconceito que seu povo enfrenta no dia a dia. Militante pela candidatura de Jean-Luc Mélanchon, candidato da esquerda com mais chances de chegar a um segundo turno nas eleições, ela vai de porta em porta na tentativa de convencer as pessoas a saírem de casa para votar. 
 
De acordo com as pesquisas, a catástrofe climática é o motivo de maior preocupação entre os franceses. Todos os candidatos à Presidência foram obrigados a desenvolver extensos programas ambientais. A equipe da GloboNews também esteve no Vale do Drôme, maior reserva de produtos orgânicos na França, onde ouviu um agricultor que apoia o candidato Yannick Jadot, ecologista originário do movimento Greenpeace. Suas ideias seguem sendo defendidas nas regiões onde uma nova classe de agricultores vai repovoando os espaços vazios de 40 anos de êxodo de camponeses.   
 
Mas há também aqueles que não sabem ainda em quem vão votar. É o caso de um rapper que vive em Aubervilliers, uma das cidades mais pobres da França, que fica ao lado de Paris. Ele não tem partido político e nunca votou. Sua militância é através da música. No entanto, está engajado na reforma de seu bairro, um conjunto que abriga 900 residências populares e é considerado um marco arquitetônico dos anos 1970.   
 
O documentário ‘Democracia – o enigma francês’ vai ao ar no próximo domingo, dia 3, às 23h, na GloboNews. 

Anderson Ramos

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