''Diretor abusivo que grita, maltrata, está fora de moda no mundo'', diz Mika Lins no Provoca

Divulgação/Julia Rugai

Vai ao ar nesta terça-feira (3/5), no Provoca, a entrevista inédita de Marcelo Tas com a atriz e diretora de teatro Mika Lins. Eles conversam sobre o que é ser fascista, a importância do Legislativo, o teatro do sofrimento, como é viver no Copan e muito mais. Vai ao ar na TV Cultura, a partir das 22h.
 
Prestes a estrear a peça Play Beckett, com textos do dramaturgo Samuel Beckett, em maio, em São Paulo, a diretora comenta na edição sobre o momento atual da cultura no Brasil. “Estamos vivendo uma coisa contra a cultura absurda (...) é o fascismo que odeia a cultura, a ciência, qualquer coisa que evolua (...) a gente chamou tanto os que pensam diferente da gente de fascistas, que quando o fascista mesmo apareceu, a gente demorou para identificar”, diz Mika Lins.
 
Ela fala ainda que tem amigos de direita com comportamentos muito mais de esquerda do que os próprios amigos de esquerda. “Por exemplo, amigos que as empregadas de suas casas foram para a escola, fizeram faculdade, e a empregada dos de esquerda, eles não pagam direito, exploram”, conta.
 
Sobre política e as eleições desse ano, Mika Lins destaca a importância do Legislativo. “É mais importante o Legislativo do que o presidente que estamos votando (...) eu estou preocupadíssima, toda hora fico olhando, escolhendo para quem vou votar para deputado federal”, diz a atriz.
 
Tas pergunta que tipo de diretora é Mika, e ela acrescenta: “Diretor abusivo que grita, maltrata, está fora de moda no mundo (...) o teatro do sofrimento (...) eu não partilho desse teatro porque acho que já é muito difícil para nós, a gente ganha mal, vive mal, o país não respeita o teatro”, afirma Mika.
 
Por fim, ela conta como é morar no edifício Copan, do arquiteto Oscar Niemeyer, no centro de São Paulo, que tem quase 5 mil moradores. “Eu adoro morar lá (...) tem a base da polícia na frente do prédio e tem uma turma que é contra e outra que é a favor, aí se tira, aumentam os assaltos de celular (...) o Copan tem diversidade, é a tiazinha, a outra que lê mão, o outro que era cantor de ópera”, explica.

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