Conversar nos salva, alerta o ''CNN Sinais Vitais''

Divulgação 

No ''CNN Sinais Vitais'' deste domingo, 27 de março (19h45), um dos maiores nomes do mercado editorial brasileiro revela como a depressão e os traumas vividos na família, como o silêncio do  pai e a pressão por ser filho único lhe afetaram ao longo de décadas.  “Tive um descontrole, quebrei o vidro do banheiro da minha casa e me cortei”, conta o escritor Luiz Schwarcz, fundador da editora Companhia das Letras e autor de um livro sobre o tema: O ar que me falta: história de uma curta infância e de uma longa depressão (Companhia das Letras, 2021) traz um relato sensível sobre família, depressão e culpa. “Na época, não era suicídio, era uma forma de chamar atenção trágica em uma situação de descontrole muito grande. Fiquei internado por algumas horas em uma clínica, mas voltei logo para casa. Tive acompanhamento de um enfermeiro por alguns dias e aí começou minha longa vivência com a depressão muito forte”, lembra.

O episódio “Conversar pode salvar” mostra como a depressão e o suicídio são problemas de saúde pública que devem ser enfrentados por melhorias no atendimento e políticas para a área. O médico Roberto Kalil fala sobre tratamento, prevenção e a importância de ajuda especializada e da rede de proteção da família e amigos.

Um dos convidados do programa, o psiquiatra José Manoel Bertolote, ex-coordenador do Programa de Controle de Transtornos Mentais e Doenças Neurológicas da Organização Mundial da Saúde, alerta que entre as inúmeras doenças mentais a depressão está mais associada  ao suicídio. O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo, ressalta que é preciso tratar a depressão como uma doença e não dar conselhos para quem está passando por essa enfermidade. “As pessoas falam assim: reaja, faça bastante força. Não existe isso. É como tirar os óculos e falar assim: enxerga, consiga ler isso aqui, moço, eu tenho 10 graus de miopia, eu não vou enxergar”, explica. 

O episódio conta a história da estudante de filosofia Marina Maximo que teve depressão grave aos 19 anos e acabou com a própria vida. A mãe, Terezinha Máximo, lembra que na adolescência a filha ficou mais agitada e mal-humorada. “O barulho incomodava, tinha dias que ela queria ficar o dia inteiro no quarto, só saía para estudar, ela passou a se cortar, a não dormir e chorar muito”, lembra. A família procurou um médico e veio o diagnóstico de depressão, fobia social e ansiedade. “É a geração do quarto. Onde tá fulano? No quarto, no celular, no iPad, no computador, às vezes ele tá na telinha, porque ele não consegue suportar o mundo fora e são as pessoas que mais passam o tempo nas redes sociais, são os adolescentes deprimidos”, alerta a psiquiatra Alexandrina Malheiros.  Já a mãe se pergunta: “O que eu fiz de errado?”. 

Também falam de depressão, transtorno bipolar e suicídio os psiquiatra Alan Campos, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, e Neury Botega, e a psicóloga Karen Scavacini.

Segundo o mais recente levantamento da  Organização Mundial da Saúde, o suicíio foi a causa da morte de mais de 700 mil pessoas em 2019, equivalente a uma em cada 100 mortes. Ainda, segundo a OMS, 320 milhões de pessoas estão  deprimidas no mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde registra mais de 13 mil mortes por suicídio a cada ano.

 “A cura da depressão não vem de uma coisa só,  vem do apoio familiar, da medicação e do exercício físico”, afirma Luiz Schwarcz.

O ''CNN Sinais Vitais'' vai ao ar domingo,às 19h45.

Anderson Ramos

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