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Um gigante de 40 metros de comprimento, seis metros de largura e capaz de transportar 20 toneladas de carga. Há 40 anos, o Aquidaban percorre cerca 300 quilômetros pelas águas barrentas do Rio Paraguai para chegar às regiões mais isoladas do país vizinho. A embarcação reúne comerciantes que vendem de tudo um pouco e ribeirinhos em busca do básico para sobreviver. Durante os três dias de viagem pela fronteira de Brasil, Paraguai e Bolívia, a equipe do Câmera Record conheceu histórias de quem depende das viagens semanais do Aquibadan. O programa, apresentado por Marcos Hummel, vai ao ar neste domingo (13/02).
"Há passageiros que vão para o trabalho ou para suas casas. E tem os vendedores que levam coisas para comer, porque as pessoas compram ali para comer," diz Elias Riquelme, dono do barco.
Sady Pereira herdou da mãe uma vaga de comerciante no Aquidaban. Toda semana, gasta R$ 950 para colocar frutas, brinquedos e roupas à venda no barco. Nem sempre tem lucro. "Às vezes, ficam 'elas por elas'. Não tenho outro trabalho, mas se eu paro, o que vai ser de nós?", diz.
No dia em que a equipe visitou a casa de Sady, havia apenas farinha de mandioca e pimenta na dispensa. O almoço foi só macarrão e eles não sabiam se conseguiriam jantar. O marido dela está desempregado. O filho trabalha como tratorista em uma fazenda, mas o contrato temporário está prestes a acabar. "Não posso fazer nada. Não tenho estudo, não tenho nada", lamenta Carlos, filho de Sady.
O Aquidaban também é a única opção para os indígenas Tomaharu. Griselda é uma indígena que viaja com os três filhos e está grávida do quarto. Todos dormem no chão e nos bancos da embarcação, já que não têm dinheiro para pagar por um camarote.
Mesmo passando apenas uma vez na semana, o Gigante das Águas é o único transporte disponível para que Griselda consiga fazer as consultas do pré-natal na cidade de Fuerte Olimpo. O Aquidaban também será a única opção quando chegar a hora do parto. "Aqui, se você precisa sair, tem que ter canoa para qualquer coisa. Se você não tem, então você não é nada. Porque é isolado," lamenta.
A equipe também ficará frente a frente com os moradores mais temidos do Rio Paraguai. Os jacarés aparecem mesmo perto das maiores cidades da região.
O Câmera Record vai ao ar neste domingo (13), 23h15, logo após o Domingo Espetacular.
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