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Primeiro podcast original Globoplay produzido pelo Jornal O Globo, 'Pistoleiros’ estreou neste domingo (05) com um rico trabalho de investigação de crimes de grande notoriedade nunca solucionados no Rio de Janeiro. Assinado pelo jornalista Rafael Soares, que possui 10 anos de experiência na cobertura de segurança pública e foi o primeiro brasileiro vencedor do prêmio Kurt Schork de Jornalismo Internacional, o programa tem a proposta de traçar um panorama dos efeitos da pistolagem no estado, a partir das histórias de matadores de aluguel e dos rastros que eles deixaram. Em um formato inédito no streaming, com publicações diariamente de forma sequencial, a série terá cinco episódios no total e o último da temporada será publicado na próxima quinta-feira, 09/12.
“Esse projeto nasce de uma investigação jornalística que comecei em agosto de 2020 para ser publicada em formato de série de reportagens. Por isso, o objetivo inicial foi garimpar informações exclusivas sobre a trajetória dos pistoleiros mais temidos do Rio, assim como entender como se formou esse mercado de matadores de aluguel. Quando optamos por mudar o formato de publicação para o podcast, o conteúdo foi mantido: todo o material arrecadado ao longo da apuração foi parar no roteiro da série. Há, por exemplo, informações nunca publicadas sobre a carreira do Ronnie Lessa na PM (Polícia Militar) e sobre assassinatos que abalaram o Rio, como o do ex-presidente da Portela Marcos Falcon”, destaca Rafael Soares.
No episódio de estreia, já disponível no Globoplay, traz revelações sobre a ‘Patamo 500’ detalhando a trajetória de crimes da patrulha policial que reuniu, no início dos anos 2000, os autores de dois dos homicídios de maior repercussão da história recente do Rio de Janeiro: Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco, e Claudio Oliveira, o tenente-coronel condenado por ordenar o assassinato da juíza Patrícia Acioli. Um dos objetivos de Pistoleiros é justamente apresentar quem são alguns dos principais atores dessa “máquina de homicídios”, além de esmiuçar a rotina de cada um deles a partir da investigação de como conseguiram se manter ilesos da polícia ao longo de tantos anos.
Além de Ronnie Lessa, ‘Pistoleiros’ também trará em detalhes as histórias dos crimes cometidos pelo ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, morto pela polícia na Bahia em 2020; Batoré; Mad e o Escritório do Crime; e, no último episódio, vai mostrar como os governos das últimas décadas permitiram que os matadores se fortalecessem até chegarmos à situação atual de criminalidade no estado do Rio de Janeiro. Além do jornalista Rafael Soares, reúne em seu núcleo criativo Alexandre Maron, Mariana Romano e Edu Araújo. Produzido pelo O Globo, ganhou uma página especial no site do jornal reunindo todo o material relacionado ao podcast e também matérias antigas e novas que se relacionam ao conteúdo editorial dos episódios. Pistoleiros está disponível no Globoplay (via mobile) na Deezer e no Jornal O Globo.
Confira entrevista com o jornalista Rafael Soares:
1 - Como está sendo a experiência como podcaster?
Eu nunca imaginei ser podcaster. Eu sempre gostei de contar histórias, mas tenho um sotaque forte e nunca tinha falado num microfone. Também foi difícil falar em primeira pessoa. Eu sempre tentei me tirar das histórias que publicava. Dessa vez, a equipe me incentivou a me colocar na história.
2 - Quais são as principais diferenças da construção narrativa da matéria para o jornal no comparativo com o roteiro do podcast?
O roteiro do podcast é mais descritivo do que qualquer matéria que já escrevi. Como o objetivo é falar para um público que não conhece a história, tivemos o cuidado de explicar detalhe por detalhe, voltar no tempo, construir a história pouco a pouco. Além disso, eu tive que me colocar na história e expor um pouco do processo de apuração. Então, por exemplo, eu fui a vários locais de crime para descrever a cena.
3 - Qual é o potencial legado que você vislumbra para o Pistoleiros, com a chegada do podcast com grande visibilidade no O Globo e também no Globoplay?
O primeiro é dar visibilidade para esse problema: o Rio virou uma fábrica de matadores de aluguel, que são treinados pelo Estado para trabalhar para o crime. E, segundo, jogar sobre crimes que até hoje não foram solucionados e serão expostos ao longo dos episódios.
Está fazendo falta a patamo 500. Tinha q ter umas espalhadas pela cidade.
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