Milton Cunha e Zé Katimba falam sobre sambas-enredo no 'Conversa com Bial' desta quarta

Divulgação Globo

Dois grandes nomes do samba estão no 'Conversa com Bial' desta quarta-feira, dia 15. Com as participações do compositor Zé Katimba e do comentarista de carnaval Milton Cunha, o programa tem como tema os sambas-enredo, sua origem e as grandes composições que entraram para história do carnaval. Para celebrar a boa safra de 2022, que pode marcar a volta dos desfiles depois da pandemia, os convidados falam sobre suas percepções desse e de outros anos da festa.
 
A voz marcante de Milton Cunha parece ter nascido no Rio de Janeiro, mas veio de Belém do Pará. Foi lá seu primeiro contato com o carnaval, nas batalhas de confete e nos blocos de embalo nas décadas de 1960 e 1970. O carnavalesco conta que, quando chegou ao Rio, ficou encantado com o volume de produção e com a magnitude do carnaval da Sapucaí. “A grandeza do carnaval da Sapucaí foi um tapa na minha cara dizendo: ‘Olha do que o teu povo é capaz’”, lembra. Apesar de não atuar mais como carnavalesco no Brasil, Milton afirma que mata as saudades dos barracões em outros países e percebe que o mundo inteiro tenta reproduzir a cultura do Rio de Janeiro.  
 
Natural de Guarabira, na Paraíba, Zé Katimba também não nasceu em solo carioca. Aos dez anos, veio para o Rio de Janeiro com a família em um navio de carga e, chegando ao território fluminense, passou por muitas dificuldades e sacrifícios. De habilidade incontestável com as palavras, o autor de alguns dos maiores sambas-enredo dos últimos tempos revela que nunca frequentou a escola, mas aprendeu a ler com os jornais, e depois, com os livros. Na conversa, ele reafirma sua necessidade de aprender sempre mais. Hoje, aos 89 anos, diz que sua missão é resistir. “Pretendo me aposentar aos 100 anos para viver de sambas de amor”, declara.
 
Sobre o carnaval de 2022, Milton Cunha ressalta que os sambas que podem chegar à Avenida estão com enredos excelentes. “Há uma avalanche de negritude, posicionamento, resistência...”, detalha.  O comentarista destaca que, após dois anos de pandemia, não será a festa do luxo, mas da raça das comunidades e da emoção. “É o carnaval do resgate de como éramos felizes. Antes de ser escola de visual, é escola de samba. Então, os sambas são importantíssimos para dar o tom da arte”, observa. Zé Katimba concorda e, com sua grande experiência, afirma que nem sempre a escola mais bela é a que ganha.
 
Com direção artística de Mônica Almeida, o ‘Conversa com Bial’ vai ao ar de segunda a sexta-feira, após o ‘Jornal da Globo’. 

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