Depois do sucesso do filme ''Dois Filhos de Francisco'', Zezé Di Camargo e Wanessa Camargo contam detalhes sobre nova série ''É o Amor'', no palco do The Noite

Divulgação Lourival Ribeiro/SBT

Zezé Di Camargo e Wanessa são os convidados do ''The Noite'' desta quarta-feira (8), a partir de 00h15. Eles batem um papo divulgando a nova série da família na Netflix: ''É o Amor: Família Camargo'', que estreia dia 9 de dezembro.

A série mostra a rotina de Zezé e Wanessa, detalhes da convivência deles e os bastidores do álbum inédito que lançarão juntos. A série tem participações especiais de Thiaguinho, Léo Santana, Tiago Abravanel, Cleo Pires e Denilson, entre outros.

Zezé inicia o programa afirmando que escolheu o palco do The Noite para divulgar a obra. “Estrategicamente escolhemos o The Noite, um dia antes, para vir aqui para falar, porque sabemos que a audiência amanhã vai arrebentar”, declara o cantor. 

O sertanejo conta que ele e a filha fizeram um projeto em 2007, uma turnê somente dos dois, durante as férias, entre janeiro e fevereiro, que eram os meses que o cantor e seu irmão Luciano paravam. Mas ele queria algo maior. E com a pandemia eles conseguiram se dedicar mais ao recém projeto.

“A gente está bem feliz, Danilo. A gente ficou apreensivo, porque esse projeto ‘Pai e Filha’ começou a nascer com um CD, que a gente ia fazer na pandemia, que a gente ia trazer um álbum, mas nem existe mais. Meu pai teve essa ideia de documentar isso como um DVD. Ele falou com meu marido, que deu outra ideia, chamaram a Ventre, que é uma produtora. Aí venderam para a Netflix o projeto e veio essa proposta para gente: ‘pô, e se for um reality, mostrando esse processo de tudo acontecendo, real, no dia a dia, vocês vivendo a vera do que está acontecendo? ’ E virou essa série documental”, declara Wanessa.

“Eu nunca tinha assistido uma série na minha vida, nunca. Filme eu assisto só metade. ‘Dois Filhos de Francisco’ eu demorei uns dois meses para ver ele inteiro, quando eu fui ver já eram oitos filhos já”, brinca Zezé Di Camargo.

Wanessa Camargo conta que a ideia era mostrar tudo sem corte: “A gente fez um combinado. Para aceitar isso não tinha o propósito de ser uma ficção, uma vida real meio fictícia mostrando nossos lados bonzinhos e legais, que a gente quer mostrar. Então quando a gente aceitou, eu conversei com meu pai sozinha: ‘pai, você vai estar disposto? Porque se eu entrar nessa eu vou ser sua filha mesmo, o que eu falo, o que eu penso, o que eu quero dizer e vai ser isso. Ele se desarmou também e topou até falar de temas que as pessoas acham que é um tabu na família”.

Os assuntos polêmicos também estão na série. Danilo questiona se o divórcio de Zezé e Zilu aparece. “Está na série abordado, inclusive minha mãe está na série, não podia faltar, é minha mãe. Meu pai super aceitou, tem coisas mais delicadas que as pessoas vão ver, mas é porque era o que estava acontecendo mesmo. E a gente teve esse acordo de não fazer corte na série”, comenta a filha do casal.

A morte do pai da dupla Zezé Di Camargo e Luciano também é retratada no documentário. Francisco José de Camargo faleceu no dia 23 de novembro de 2020 por uma parada cardiorrespiratória e instabilidade hemodinâmica.

Zezé relata no palco do “The Noite” os últimos meses que passou com o pai na fazenda da família: “Eu tive a chance de ficar ao lado do meu pai, durante os quatros meses de vida dele e a gente foi para a fazenda, a gente levou ele para lá, para isolar ele. Eu lembro que em fevereiro, eu e o Luciano, gravamos 60 chamadas de show até junho. Então de fevereiro até junho, a gente tinha 60 shows agendados, veio a pandemia, nós fizemos dois. Fui para a fazenda, com aquele medo, todo mundo isolado lá, levei meu pai, porque meu pai estava muito debilitado com a saúde, não podia de jeito nenhum ficar doente”.

“Eu tive essa chance - Deus escreve certo por linhas tortas- com todas essas controvérsias que a doença trouxe para todos nós, me deu essa oportunidade de viver ao lado do meu pai. Todo dia, 10h da noite quando meu pai ia dormir, a última conversa que ele tinha era comigo, coisa que eu não tinha há 30 anos, mais. Sentava do lado da cama dele, ele tomava o remédio para dormir e a gente ficava conversando sobre um assunto até ele pegar no sono. Então durante os quatro meses, eu tive o privilégio de ter a última conversa da noite e praticamente ser a primeira do dia, porque a gente tomava café da manhã juntos. Isso para mim, de verdade, trouxe um valor para minha vida, de todos os aspectos, da família, da vida, de tudo”, conclui o artista.

A filha do cantor sertanejo declara que perdeu os dois avôs durante a pandemia. O pai materno, seu Geraldo, faleceu de COVID em agosto deste ano.

Wanessa expõe que essas vivências familiares de afeto e impasses faz parte da ideia do audiovisual: “Isso foi a proposta da série, de trazer para as pessoas essa identificação, que a nossa família é parecida com a sua, com a dele e de todo mundo. É a típica família brasileira que teve a chance, através do trabalho do meu pai e do meu tio, de ter uma reviravolta na sua condição social, financeira e de vida. E como está essa família hoje? Como todas as outras que têm suas condições, suas diferenças, mas o elo que une todos nós é o amor”.

“A série, grande parte, foi gravada na fazenda que se chama ‘É o Amor’. Quando eu estourei, comecei a ganhar o dinheirinho, a primeira coisa que eu queria comprar na minha vida foi um pedaço de chão, que é o sonho de todo cara que nasceu no sítio como eu. Lá eu finquei todas minhas raízes. É mais ou menos um paralelo do caminho que percorri para estar onde eu cheguei e o caminho que minha filha percorreu para chegar onde chegou. São caminhos diferentes, mas muito próximos, porque ela é minha filha. O espelho dela cantando foi eu e a partir de um momento, meu espelho foi ela”, explica o pai de Wanessa.

A cantora nunca tinha visitado a casa do pai em viveu na infância. Na série foi a primeira vez que ela teve esse encontro. “Eu nunca tinha ido, foi a primeira vez. Eu já tinha visto em foto, já tinha visto no filme, e na série eu fui. E foi muito especial, Danilo. Eu entrei lá e quando você vê que seu pai morou naquela casa, naquele lugar. Era um lugar muito simples, mas muito rico, porque é uma terra fértil, onde tem plantação ao redor. Eles faziam tudo ali, não precisavam de nada de fora. Eles tinham tudo ali, naquele pequeno mundo deles. E tinha um riacho que eles se banhavam e foi o momento mais emocionante para mim, porque ele não ia nesse riacho desde pequeno e ele foi”, diz encantada.

Danilo pergunta se o sequestro do Wellington Camargo, irmão da dupla, sofrido em 1998, é citado na série. Wanessa confirma e fala do trauma que ficou entre os parentes: “A gente era aquela família deslumbrada com aquilo tudo e quando veio essa violência, dentro de uma benção que tinha acontecido em nossas vidas, vimos que ‘opa’! Até hoje eu tenho medo de ser seguida... Eu nunca mais vou conseguir, aqui no Brasil, estar dirigindo e não ficar atenta se tem carro me seguindo ou se tem alguma outra coisa”

Wanessa Camargo comenta que cantou para seu pai pela primeira vez em sua festa de 15 anos. Ela declara que teve muito medo e vergonha de não ficar perfeito para ele. Atualmente, ela grava disco com seu pai e fala sobre um sentimento totalmente oposto vivido no passado: “Foi um trabalho que, para mim, foi a realização de um sonho. De verdade, eu sempre quis cantar com o meu pai, mas, quando eu comecei, tive toda essa comparação e crítica, quis esperar para ter certeza de que quando eu fosse cantar com ele, as pessoas iriam entender que eu tinha esse merecimento, uma história independente, já que eu tinha capacidade de dividir um vocal com ele”. 

E para mostrar todo esse amor da família Camargo, pai e filha cantam e encantam no palco do “The Noite”.

O The Noite é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, a partir de 00h15 (horário de Brasília).

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