''Ainda não temos a noção exata da nossa saudade do Carnaval, mas tivemos uma amostra'', diz Teresa Cristina

Divulgação Globo/Leandro Ribeiro

A escolha do samba-enredo é um dos momentos mais importantes do ano para as escolas de samba. É quando os representantes das comunidades elegem o hino que vai embalar a escola na Avenida no próximo Carnaval. A escolha, que antes da pandemia acontecia nas quadras das escolas, chegará esse ano a todo o país. A partir de sábado, dia 16, a Globo transmite para todo o Brasil a escolha dos sambas do Grupo Especial do Carnaval Carioca no programa 'Seleção do Samba', uma parceria com a Liesa. A cada semana, três escolas apresentam seu trio de sambas finalistas e o vencedor é escolhido por jurados selecionados por cada agremiação, como manda a tradição. No dia 13 de novembro, vai ao ar a festa completa, com a reapresentação dos 12 sambas oficiais do carnaval carioca. “Com o programa, vamos desfrutar de um momento sagrado para o carnaval. Agora, o mundo do samba divide esse momento com todo o Brasil. Esperamos que o país inteiro mergulhe desde já nessa história de emoção”, explica Luis Roberto, que apresenta o programa ao lado de Milton Cunha e Teresa Cristina.
 
Os sambas que embalam os desfiles traduzem musicalmente a temática abordada pela escola. Mas qual a diferença entre enredo e samba-enredo? “A primeira coisa que a escola de samba faz é decidir o tema do seu carnaval. Então o carnavalesco escreve o texto-mestre, que é o enredo. A partir daí tem a explanação para os compositores, que transformam isso em versos”, explica Milton Cunha. “Com a transmissão da TV Globo, mais pessoas poderão acompanhar e conhecer esse momento. Essa vitrine para todo país será esclarecedora. Um momento que é tenso, decisivo, mas também é uma grande homenagem aos compositores, aos poetas das comunidades, às pessoas que transformam o texto em melodia e verso”, complementa Milton Cunha.
 
Milton tem a seu lado a cantora Teresa Cristina, apaixonada pelo universo do samba. Juntos, eles comentam os versos que chamam mais a sua atenção entre os finalistas, mas a decisão cabe aos jurados apontados pelas escolas. E a comunidade participa desse momento, representada no júri, na bateria e no palco por mestre sala, porta-bandeira, rainha de bateria, algumas passistas e baianas. “A gente ainda não tem a noção exata da nossa saudade do Carnaval, mas tivemos uma amostra. Quando entrou a bateria da primeira escola, eu já me emocionei. É disso que eu gosto. Fiquei emocionada em ver no estúdio as pessoas que a gente costuma ver na Marquês de Sapucaí”, conta Teresa Cristina. E ela destaca ainda o que mais gostou na escolha do samba desse ano, diferente dos carnavais anteriores: “Os três sambas finalistas são cantados pela mesma pessoa. Gostei de ouvir os três sambas na mesma voz, ficaram em pé de igualdade”, conclui a sambista.
 
No programa de estreia, as primeiras escolas a escolherem seus sambas são Mocidade Independente de Padre Miguel, que exalta o orixá Oxóssi, a São Clemente, que vai homenagear o ator Paulo Gustavo, e a Estação Primeira de Mangueira, que presta homenagem a Cartola, Jamelão e Mestre Delegado, três dos maiores ícones da sua história.
 
‘Seleção do Samba’ vai ao ar nas noites de sábado, depois do ‘Altas Horas’, a partir do dia 16. 

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