Dom (David Junior) e Cristóvão (Milton Gonçalves) - Divulgação Globo/Estevam Avellar |
No ar em 'Pega Pega', novela que está de volta em edição especial no horário das sete, na Globo, com o personagem Dom, David Junior também será destaque a partir do dia 12 de agosto como o médico Mauro, na nova temporada de ‘Sob Pressão’. “Dom foi meu primeiro personagem numa trama com maior relevância dramática, além de estar de mãos dadas com uma equipe e elenco tão generosos, em que trabalhar era um deleite. Coleciono boas lembranças e bons amigos até hoje!”, comemora o ator.
Em ‘Pega Pega’, David Junior começa a novela como Dom, mas se redescobre como Tidinho ao voltar ao passado e conhecer suas origens e a família biológica: os pais Maria Madalena (Virgínia Rosa) e Cristovão (Milton Gonçalves), e o irmão Edílson (Ícaro Silva). Sabine (Irene Ravache) é quem cuida dele desde a infância, depois de sequestrá-lo dos pais e esconder sua adoção não legalizada. Arrogante ao extremo, ela só amolece quando o assunto é o filho, a quem chama de Dom. Depois de anos morando na Suíça, no capítulo desta quarta, dia 28 de julho, Sabine e o filho estão de volta ao Brasil, para uma viagem que promete ser transformadora – e só de vinda.
''Trago cada um no coração de maneira especial. Irene e Virgínia são duas divas da nossa dramaturgia, que só me ofereceram afeto durante todo processo. Ícaro eu só consigo chamar de irmão até hoje e Milton de pai. Me sentia em casa, me divertindo com meus parentes'', relembra David sobre a convivência e parceria com os artistas na época das gravações. Entre suas cenas mais emocionantes na novela, elege a do reencontro de Tidinho com o pai, Cristóvão, e conta que mantém contato com as filhas de Milton Gonçalves para saber como ele está.
'Pega Pega' é escrita por Claudia Souto, com direção artística de Luiz Henrique Rios, direção de Ana Paula Guimarães, Dayse Amaral Dias, Luis Felipe Sá, Noa Bressane, e direção geral de Marcus Figueiredo.
Entrevista com David Junior
Você gosta de revisitar e rever seus trabalhos?
É sempre bom rever trabalhos, especialmente os que foram tão significativos para mim, como ‘Pega Pega’. Dom foi meu primeiro personagem numa trama com maior relevância dramática, além de estar de mãos dadas com uma equipe e elenco tão generosos, em que trabalhar era um deleite. Coleciono boas lembranças e bons amigos até hoje! Eu sou uma metamorfose ambulante e sinto orgulho disso. O ator que eu era naquela época, pode ter muito a ensinar ao ator de hoje.
Qual a importância do Dom/Tidinho na sua carreira?
Todos os personagens são importantes e carregam um ato político à minha carreira. O personagem foi um presente que ganhei da Claudinha e do Luiz Henrique Rios, onde eu tive a oportunidade de sair do estereótipo da subserviência imposta para o negro e ganhar um papel de empresário bem-sucedido, que fala francês, se veste bem e, apesar de ter sido criado longe de sua família biológica, consegue se reconectar com suas raízes e encontrar sua identidade.
Como você descreve a trama principal do seu personagem, desde a relação com Sabine, que esconde que lhe sequestrou de seus pais na infância, até o reencontro com a família biológica?
Querendo ou não, Dom foi criado por essa mulher, a Sabine, recebendo amor dela. Não tinha noção do que ela tinha feito. Para ele, aquilo era real. Por outro lado, quando ele encontra sua família, é o laço de sangue. Tem toda uma ancestralidade, uma referência. Ele cresceu na Suíça. Imagina um homem negro crescendo num país majoritariamente branco. Encontrar uma família parecida com ele, se reconhecer na mãe, no pai, isso traz um laço muito forte. Um amor que transcende muita coisa. Essas relações trazem tudo o que o ator entrega, o que a Claudinha Souto escreveu lindamente. Acho que essa humanização tem muito da escrita, da direção e do que conseguimos entregar como pessoa. Muito do que a gente consegue dar, da empatia que a gente consegue entregar nessa história.
Como foi trabalhar com Milton Gonçalves, Virgínia Rosa, Irene Ravache e Ícaro SIlva?
Trago cada um no coração de maneira especial. Irene e Virgínia são duas divas da nossa dramaturgia, que só me ofereceram afeto durante todo processo. Ícaro eu só consigo chamar de irmão até hoje e Milton de pai. Me sentia em casa, me divertindo com meus parentes!
O que mais te marcou na época das gravações da novela?
O reencontro dele e de Cristóvão no Carioca Palace e as amizades que perduram até hoje. Temos um grupo superativo dessa novela, onde nos falamos sempre, e mantenho contato com as filhas do Milton Gonçalves para saber como ele está.
Guarda alguma recordação do personagem, como peça de roupa ou objeto?
Dom usava muitas blusas de gola padre, eu achava o máximo e acabei adotando para vida.
Lembra de alguma situação que marcou você nos bastidores da novela?
O dia que tive um branco no texto, gravando com Irene Ravache, Marcos Caruso, Milton Gonçalves e Mateus Solano. Fiquei muito nervoso e fui amparado por todxs com carinho, dizendo que aquilo era absolutamente normal.
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