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Ditaduras não devem ser comemoradas e nem esquecidas. É tempo de refletir sobre o autoritarismo e as violências cometidas em regimes ditatoriais, assim como é importante pensar nos desafios que enfrentam os regimes democráticos.
Por isso, o Curta!On – o clube de documentários do canal Curta! no NOW, da NET / Claro – indica algumas de suas produções. Confira:
O Dia Que Durou 21 Anos – O documentário do diretor Camilo Galli Tavares, dividido em três episódios, traz detalhes sobre a participação dos Estados Unidos no golpe militar de 1964 no Brasil, bem como importantes documentos americanos considerados como secretos durante o regime. A produção apresenta textos de telegramas, áudio de conversas telefônicas, depoimentos e imagens inéditas. A narração fica por conta do jornalista Flávio Tavares, que participou da luta armada, foi preso, torturado e exilado político.
Democracia em Preto e Branco: Narrado por Rita Lee e dirigido por Pedro Asbeg, o documentário “Democracia em Preto e Branco” aborda o movimento ideológico-futebolístico chamado “Democracia Corinthiana”, focando sobretudo na figura de Sócrates, jogador do Corinthians. O longa, produzido pela TV Zero, mostra o panorama esportivo, musical e político de uma época em que o país fervilhava em meio a greves e protestos pelas eleições diretas.
Sobral – O Homem Que Não Tinha Preço: O documentário relembra a trajetória do jurista Heráclito Sobral Pinto, que ganhou visibilidade ao defender a democracia durante a ditadura militar. O longa-metragem é dirigido pela neta do jurista, a cineasta Paula Fiuza, e traz uma série de depoimentos de advogados e historiadores, além de imagens de arquivo que revelam o advogado e ressaltam a importância de seu trabalho na defesa da justiça e dos direitos humanos. Um dos depoimentos do filme é de Anita Leocádia Prestes, filha dos militantes comunistas Luiz Carlos Prestes e Olga Benário.
Condor: As diferentes versões sobre a conexão entre as ditaduras militares do Cone Sul nos anos 1970 estão em “Condor”, documentário de Roberto Mader sobre a operação militar de mesmo nome. O filme apresenta depoimentos de vítimas e de algozes, que revelam como Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai perseguiram, torturaram e mataram, com apoio logístico e financeiro dos Estados Unidos, militantes de esquerda contrários aos regimes militares desses países.
Operação Camanducaia: O documentário de Tiago Rezende de Toledo mistura os estilos de road-movie, investigativo e filmes de diálogos para contar uma história de 1974, que foi esquecida por nossa memória coletiva. Naquele ano, aproximadamente 93 crianças e adolescentes foram arbitrariamente presos pela polícia de São Paulo e levados clandestinamente para Minas Gerais. Na altura da cidade de Camanducaia, foram despidos, espancados e jogados num barranco. Na manhã seguinte, apenas 41 deles apareceram nus, famintos e machucados, invadindo bares e restaurantes para se cobrir e se alimentar. A história causou conflitos diplomáticos e chocou a sociedade da época. Partindo do palco do episódio, a cidade de Camanducaia, o filme busca encontrar os envolvidos, especialmente os sobreviventes, numa jornada de 10 anos que culmina com a entrevista de mais de 40 pessoas e 1.500 páginas de documentos e jornais.
O Paradoxo da Democracia: O filme de Belisario Franca mostra que a noção de democracia foi posta em xeque em nações como Brasil, Estados Unidos, França, Egito e Ucrânia, por meio de fortes manifestações que culminaram na queda de governos, seja por vias eleitorais ou por golpes de estado. Pensadores respeitados em todo o mundo, como Jacques Rancière e Juan Carlos Monedero, analisam os diferentes contextos sociais em que está inserido esse sentimento de insatisfação, que parece unificar sociedades tão díspares.
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