Reprodução |
A Bahia é um lugar único, de raízes centenárias. Considerado um dos centros culturais mais emblemáticos do país. A religiosidade, as manifestações populares e a musicalidade estão entre suas marcas mais latentes. Em tempos de intolerância religiosa e violência, a GloboNews exibe neste domingo, às 23h, o documentário 'Obatalá, o Pai da Criação', um mergulho nos acordes e singularidades da cultura afro-brasileira.
Uma parceria da GloboNews com a Gege Produções, o filme tem direção geral de Flora Gil e roteiro de Cristina Aragão, Leticia Muhana e Renata Baldi. Com imagens inéditas dos bastidores das gravações do CD ‘Obatalá: Uma Homenagem a Mãe Carmen’, reverencia o legado da Iyalorixá do Terreiro do Gantois, em Salvador, e propõe o respeito entre as religiões por meio da musicalidade. Um encontro de grandes nomes da música brasileira, como Gilberto Gil, Marisa Monte, Daniela Mercury, Gal Costa, Carlinhos Brown, Ivete Sangalo, Lazzo Matumbi, Margareth Menezes, Nelson Rufino, Jorge Ben Jor, Alcione e Zeca Pagodinho. Indicado ao Grammy Latino 2020 na categoria “Melhor Álbum de Raízes em Língua Portuguesa”, o disco tem 19 faixas, a maioria em yorubá, e foi gravado no estúdio Ilha dos Sapos, no Candeal. “O resultado de ‘Obatalá, o Pai da Criação’ é um misto de lindas canções em homenagens aos orixás e um mergulho na cultura afro-brasileira. Não é preciso ser do candomblé para curtir a história. Tudo teve o seu sentido ampliado. Nesses tempos duros, reaprender a olhar o novo é fundamental“, ressalta a roteirista Cristina Aragão.
Os 55 minutos do documentário reforçam a importância e a representatividade do candomblé e fazem um registro histórico da Bahia e do Brasil. No CD, os convidados, em solo e dueto, homenageiam os orixás. ‘Obatalá, o Pai da Criação’ mostra os bastidores de parcerias marcantes e traz depoimentos exclusivos. Um dos destaques é o reencontro de Gilberto Gil e Jorge Ben Jor depois de 30 anos. Gil também marca presença em outras duas faixas: “Carmen”, com de Gal Costa, e “Ogum Xangô”. “Não poderia ser mais admirável o fato de Mãe Carmen permitir esse projeto, como uma espécie de salvaguarda da tradição, do papel e da importância que o candomblé tem na vida baiana e na vida brasileira. Ainda mais com a energia dedicada por todos os artistas envolvidos nesse registro musical. É sempre válido ressaltar o papel que essa religião afro-brasileira tem para a formação da nossa gente, no reforço da tolerância e da igualdade. O candomblé também é uma atividade pedagógica e de ensinamento a todos nós”, reforça Gilberto Gil.
Idealizado por Iuri Passos, Yomar Asogbá, José Maurício Bittencourt e Luciana Baraúna, filhos do Gantois e integrantes do Grupo Ofá, o projeto tem direção musical de Iuri e Yomar Asogbá. Iuri também assina a produção musical ao lado de Alê Siqueira. O trabalho reúne 37 músicos e conta com a participação dos Alagbês do Gantois, do Projeto Run Alagbê do Gantois, da Griô Vovó Cici e da própria Mãe Carmen. “Obatalá é um projeto de um dos maiores terreiros de candomblé do país. Dar voz e imagem e perpetuar a cultura africana contada e cantada por artistas e por filhos da casa é, ao meu ver, uma conquista. Além de ser um dos projetos mais importantes de que já participei. Sou iniciada no candomblé da Bahia e me permito falar com o coração de quem conhece e sente o verdadeiro axé. ‘Obatalá’ é uma homenagem profunda a Mãe Carmen e também a todos os pais, mães e filhos de santo da Bahia e do Brasil”, afirma Flora Gil, diretora geral do projeto.
Tags
Programação