#VemAsFive - Autor de ‘As Five’, Cao Hamburger, comenta sobre a série

Divulgação Globo/Victor Pollak

#Faltam3dias para descobrir o que o autor Cao Hamburger, vencedor de dois prêmios Emmy Internacional, preparou para a série original Globoplay 'As Five'. Com carreira sólida voltada para o público jovem na TV e no cinema, em 2019, Cao conquistou o segundo Emmy Kids da carreira com ‘Malhação: Viva a Diferença’, seu primeiro trabalho de dramaturgia diária em obra aberta. Entre suas mais importantes criações está ‘Castelo Rá-Tim-Bum’, que foi eleito o melhor programa infantil pela Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA). O longa-metragem ‘Castelo Rá-Tim-Bum – O Filme’ foi premiado no Toronto Children’s Festival e no Chicago Festival como ‘melhor filme’. Cao também concebeu as séries ‘Os Urbanóides’, ‘Disney Club’, ‘Um Menino Muito Maluquinho’ entre outros. Em 2013, conquistou o Emmy Kids com ‘Pedro e Bianc a’ como melhor série e o Prix Jeunesse.
 
'As Five' é uma série original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo, criada e escrita por Cao Hamburger, com Vitor Brandt, Jasmin Tenucci, Luna Grimberg, Ludmila Naves e Francine Barbosa. Com Supervisão de Direção de Fabrício Mamberti e Cao Hamburger, a direção é de Dainara Toffoli, Rafael Miranda, Natalia Warth e José Eduardo Belmonte.
 
Como foi o reencontro com as personagens? Quais os conflitos de cada uma no momento em que a série começa?
Foi ótimo porque abordamos a idade que as atrizes têm agora. Chamei as cinco para conversar antes de começar a escrever e usei vivências delas como fonte de pesquisa para a série. Quando a história começa, encontramos a Tina no momento em que ela perde a mãe e vive um relacionamento desgastado com o Anderson. Profissionalmente está indo muito bem, mas se deixa levar pelo deslumbre das redes sociais, é a personagem que vai falar da ansiedade que esse universo traz. A Lica está perdida na vida, já abandonou três faculdades. Mora sozinha, mas a mãe ainda lava suas roupas, e não consegue assumir compromissos, seja na esfera de trabalho ou emocional. Ela também demonstra baixa tolerância a enfrentar decepções e tem uma certa prepotência que faz com que não se dê conta de tudo isso. Já a Ellen assume seus compromissos com muita rigidez e vive grande pressão na carreira acadêmica que construiu nos Estados Unidos. Quando volta ao Brasil, percebe que precisa equilibrar melhor a vida e não se afastar tanto de sua origem simples, da periferia. Benê começa a série com a vida organizada, morando com o namorado, e vivendo da música, mas logo se separa e fica sem ter onde morar. Keyla vive as dificuldades de criar um filho sozinha, esqueceu seus sonhos e desejos e reencontrando as amigas vai buscar o estímulo para retomar não apenas o sonho profissional, mas a sociabilidade.
 
Quais são as principais diferenças de linguagem entre o programa da TV e a série? 
Como são poucos episódios, a dramaturgia tem que ser mais precisa, a direção e a interpretação também. Cada cena tem que contar mais, então cada detalhe é mais importante. Por outro lado, o público de uma série com poucos episódios não gosta quando você entrega a história mastigada, com todos os passos. O público gosta de preencher lacunas da história por si. Quer fazer parte da construção da narrativa. Por isso temos mais tempo para gravar cada cena, precisamos chegar nessa precisão maior. Nas primeiras conversas que tive com as protagonistas, lembramos da essência das personagens e de como elas seriam na idade adulta. Pedi para elas fazerem um esforço de zerar o registro de interpretação das personagens adolescentes. Acho que, para elas, foi mais difícil do que se fossem personagens novos.
 
O que o público pode esperar desse trabalho?
Acho que o público vai se identificar muito com as histórias, criadas com base em vivências reais que ouvimos. A série tem muita emoção, drama e humor,  afinal, a vida é dramática e engraçada ao mesmo tempo. A amizade das protagonistas, em um mundo em que as pessoas têm mil seguidores mas a amizade verdadeira é rara, pode emocionar. 

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