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A TV paga ganhou novos assinantes em agosto, a primeira vez desde maio de 2017. Conforme dados publicados pela Anatel, o segmento terminou agosto com 15,13 milhões de assinantes, uma alta de 0,46% frente a julho. Ou seja, houve acréscimo de 68,73 mil usuários.
A alta foi puxada pelo uso da tecnologia de IPTV associada às redes FTTH das operadoras. A Anatel contabilizou 1,056 milhão de acessos do tipo no mês, contra 960 mil em julho. As demais tecnologias (cabo e DTH) tiveram retração, embora continuem a predominar: o cabo fechou o mês com 6,52 milhões de acessos, enquanto o DTH, com 7,54 milhões.
Os dados também apontam que o fenômeno pode não significar fim da retração no setor, mas reflexos de dados que nunca antes foram repassados à agência por pequenos provedores de internet – grupo que padece de subnotificação. No mês apareceram na contabilidade da agência os números da Brisanet, que não constavam em julho. E, no caso, somam mais 83 mil acessos, o que explica o crescimento total.
Houve um salto de quase 100 mil clientes no mês (para uma base total de 389 mil assinantes), o que pode indicar algum erro de registro de dados ou, mais provavelmente, a simples correção de dados incorretos de julho, quando a queda entre estes operadores independentes havia sido superior a 120 mil clientes, algo também muito fora do padrões dos meses anteriores. Quando se olha os resultados das grandes operadoras, não se observa variações de tendências significativas.
Com os dados da Brisanet, os ISPs foram responsáveis pelo acréscimo de 96 mil novos usuários à base de TV paga brasileira em agosto. As grandes operadoras, por sua vez, tiveram 27 mil desligamentos como saldo.
Sky e Oi apresentaram crescimento, enquanto Claro e Vivo registraram retração.
Operadoras | jul/20 | ago/20 | Saldo | Variação |
CLARO | 7.311.170 | 7.245.465 | -65.705 | -0,90% |
OI | 1.530.320 | 1.559.087 | 28.767 | 1,88% |
SKY/AT&T | 4.648.176 | 4.663.035 | 14.859 | 0,32% |
VIVO | 1.269.188 | 1.263.923 | -5.265 | -0,41% |
A Claro, principal operadora, por exemplo, perdeu 65 mil assinantes no mês, fechando com uma base de 7,245 milhões de usuários, sendo 944 mil no DTH e 6,3 milhões no cabo. Já a Sky e a Oi seguem trajetórias de alta registradas nos últimos meses. A Sky ganhou em agosto quase 15 mil assinantes, ficando com uma base total de 4,663 milhões de assinantes. O crescimento da operadora guarda relação com a transferência dos clientes da Algar Telecom, que deixou de atuar no mercado de TV paga e já está com apenas 8 mil assinantes. Outra operadora que tem registrado crescimento nos últimos meses é a OiTV. Em agosto a operadora adicionou 28,7 mil assinantes, repetindo o bom desempenho de julho, quando havia crescido 44 mil clientes. A OiTV, que chegou a agosto com 1,56 milhão de clientes, está em processo de venda dentro da reestruturação do grupo, o que pode explicar uma política mais agressiva de ampliação de base. A Vivo TV perdeu cerca de 5 mil clientes no mês, para uma base em agosto de 1,263 milhão de clientes.
Em termos de participação de mercado, a Claro segue líder na TV paga, como 47,9% de share, o que equivale a 7,24 milhões de clientes. É seguida pela Sky, que tem 30,8%, ou 4,66 milhões de assinantes. E pela Oi, com 1,55 milhão (10,3%), e Vivo, com 1,26 milhão (8,4%).
Na média dos últimos 12 meses, porém, a TV paga segue com a sangria: queda de 8,2% nos assinantes. Por outro lado esse índice mostra que o ritmo de queda pelo menos está menor.
Em dezembro passado, a média do número de assinantes nos últimos doze meses era de -10,2%. Em julho, esse número estava em -9,8%. Já em agosto, a média ficou em -8,2%.
O auge da TV paga no Brasil ocorreu em novembro de 2014, alcançando quase 20 milhões de assinantes, em decorrência da Copa do Mundo, realizada no Brasil. Desde então, o setor vem sofrendo baixa no seu número de assinantes.
Em agosto passado, 49,9% dos assinantes utilizavam antenas parabólicas (DTH) para acessar a TV por assinatura, 43,1% cabo e 7,0% fibra óptica.
Dois anos antes executivos ligados ao setor estimavam que o país chegaria a 40 milhões de assinantes até 2017.