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Sem respostas da polícia e movidos pelo desespero, muitas famílias arriscam-se em investigações particulares para desvendar crimes envolvendo os filhos. Estes pais detetives são o tema do Câmera Record desde domingo, 11/10. O programa narra algumas destas histórias e também conversa com especialistas que avaliam o papel destas pessoas nos casos e revelam o impacto na vida de quem perde alguém em um crime violento, as chamadas “vítimas ocultas”.
Um deles é Pedro Sebastião da Silva, pai de Bruno. “Eu olhei para o delegado e falei: 'Doutor, eu vou achar o corpo do meu filho'", relembra. A promessa revelava a falta de esperança de um pai sem notícias do filho há vários dias. A promessa foi cumprida. Uma testemunha havia feito um relato contundente: Bruno teria sido baleado e sequestrado. Pedro seguiu diversas pistas. Uma equipe da Record TV acompanhou uma das buscas que ele fez por conta própria e registrou o momento devastador em que ele encontrou o corpo de Bruno.
Mas até onde os pais que saem em busca de justiça podem ir em uma investigação sem comprometer o caso? "Os pais nos ajudam muito, porque, embora eles tenham a emoção, a aflição e a perda, eles ligam para a gente sempre com alguma informação", afirma Ivalda Aleixo, delegada do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE) da Polícia Civil de São Paulo. Já o promotor de Justiça Paulo Panaro Filho tem um tom cauteloso ao falar das investigações por conta própria. "Eu não recomendo que nenhum cidadão o faça. Exija do Estado, exija que o Estado faça", diz.
O filho de Maria das Graças Nacort saiu para comprar cigarros e nunca mais voltou. Foi encontrado morto perto de casa. Para investigar a morte de Pedro, a mãe chegou a se infiltrar entre moradores de rua. "Se você quer descobrir alguma coisa, segue um morador de rua. Eles sabem de tudo", afirma. "Ah, se as pessoas soubessem o que é tirar a vida de um filho. Eles não mataram só o Pedro Nacort Filho, eles me mataram", afirma, emocionada. No Câmera Record, ela relembra como conseguiu ajudar a encontrar respostas para o caso.
De acordo com a pesquisadora Dayse Assunção Miranda, uma única morte brutal pode mesmo abalar bastante a família. "Tecnicamente, 'vítimas ocultas' é um termo cunhado para designar pessoas, parentes, amigos que tenham perdido alguém por morte violenta. Indiretamente, esses estudos mostram que essas pessoas têm a sua saúde mental afetada, a sua saúde física afetada e, principalmente, a sua vida cotidiana afetada", explica. No podcast do Câmera Record, a pesquisadora detalha os estudos sobre este tema.
O Câmera Record, apresentado por Sergio Aguiar, vai ao ar neste domingo (11/10), às 23h45, logo depois de A Fazenda.
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