Caminhos da Reportagem destaca novas formas de solidariedade surgidas com a pandemia

Divulgação TV Brasil

O Caminhos da Reportagem que a TV Brasil exibe neste domingo, às 20h, revela que as formas de exercer a solidariedade precisaram passar por adaptações durante a pandemia do coronavírus. Diversos projetos sociais espalhados pelo Brasil têm conseguido se reinventar e, por meio da internet, conseguem chegar aos destinatários levando o que cada um mais precisa naquele momento: alimentos, roupas, alegria e atendimento médico.

O projeto Saúde e Alegria nos Sertões (SAS) é um deles. A iniciativa existe desde 2013, em parceria com o evento anual Rally dos Sertões. Mesmo com a pandemia, o projeto não parou. Profissionais de saúde de diversas áreas de atuação mudaram as formas de atendimento: ao invés de consultas presenciais, eles oferecem a modalidade online – o teleatendimento - à população de baixa renda. Moradores de mais de 120 cidades do país já foram atendidos. 

“No contexto da pandemia é muito relevante porque a gente evita a exposição a um ambiente amplamente contaminado. Então, a gente viabiliza esse acesso de casa, com resolutividade. A telemedicina não vai resolver todos os problemas, pois o exame físico ainda é essencial, mas ela resolve grande parte das demandas”, explica Sabine Bolonhini, diretora da SAS Brasil. Joyce Fernandes, moradora do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, ficou satisfeita com o atendimento recebido: “Já tô recomendando pra todo mundo, vizinho, parente”, conta.

Outra iniciativa solidária vem do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Para melhorar a renda das bordadeiras e lavradoras que vivem na comunidade Curtume, em Jenipapo de Minas, foi criado um projeto baseado na tradição regional de "jogar versos". As mulheres de lá vendem versos personalizados, de acordo com as encomendas. Tudo é feito pela internet, no site do projeto Versinhos de Bem-querer e os recursos arrecadados são destinados a oito comunidades. 

A lavradora Marli Costa aprendeu a jogar versos com o pai. Agora, suas composições estão ajudando a melhorar a renda da família. “As pessoas escrevem o que elas querem e a gente canta. Se é uma pessoa mais jovem, se ela é mais criança ou mais idosa... pra cada tipo de pessoa tem uma tonalidade diferente e uma forma de cantar”, explica. A designer Luísa Luz ganhou um versinho e gostou tanto que encomendou outro para presentear a irmã. “Eu queria que ela sentisse o que eu senti quando recebi, sabe? E eu acho que deu certo”, diz. 

O terceiro projeto apresentado nesta edição do programa surgiu para facilitar a comunicação entre instituições que precisam de doação e pessoas que desejam doar. Professores do curso de Engenharia de Software da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com ex-alunos, uma empresa e também com o apoio de instituições desenvolveram o aplicativo Doarti. Por meio dele, os interessados podem visualizar as necessidades de uma instituição e selecioná-la de acordo com o que quer doar. 

“A ideia básica surgiu de uma necessidade minha de não ficar parado no meio dessa pandemia, desse caos social que a gente tá vivendo”, explica o professor George Corrêa. Por meio desse aplicativo, tablets doados estão proporcionando visitas virtuais de familiares a pessoas que estão internadas por causa do coronavírus. 

Por fim, outro projeto é o "Me pede que eu canto". A iniciativa, que oferece músicas para idosos, começou no Rio de Janeiro e já tem a participação de cantores de vários estados. Em contato com asilos, representantes do projeto selecionam a música favorita de cada idoso e um cantor grava o vídeo para presentear o ouvinte. 

“O projeto Me pede que eu canto me emociona, me arrepia, dá sentido à minha missão de cantar, de levar beleza. E, neste período de pandemia, onde tantos artistas como eu estão com medo, ansiosos para saber como será o dia de amanhã, receber os pedidos e cantar tem sido um acalanto para mim”, afirma a cantora Lílian. Para os idosos, ouvir a música favorita tem sido um presente. “É maravilhosa. Por isso, eu vou levar essa música para o resto da minha vida”, conta a aposentada Zuíla da Silva. Segundo o idealizador do projeto Me pede que eu canto, “a conexão humana não tem fronteira. O mundo, hoje em dia, é conectado e a gente tem que só tomar proveito disso. Descobrir como isso funciona e levar amor e esse cuidado com as pessoas".

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