Recordar é TV celebra memória de Clara Nunes neste sábado na TV Brasil

Divulgação TV Brasil
Em homenagem a Clara Nunes, saudosa cantora e compositora mineira que nasceu em 12 de agosto de 1942, o programa Recordar é TV resgata o legado da "Guerreira" neste sábado (15), às 20h30, na TV Brasil. A atração da emissora pública apresenta o especial "É preciso cantar" sobre a diva.

Esse conteúdo histórico produzido pela TV Educativa do Rio de Janeiro, em 1979, está preservado no vasto acervo que é mantido pela sua sucessora, a TV Brasil. O tributo ainda pode ser conferido no aplicativo EBC Play.

Na produção, Clara Nunes interpretam suas principais canções em performance memorável. Ela recorda obras que marcaram época na música popular brasileira e entoa composições que atravessaram gerações e ficaram de legado mesmo após a sua precoce partida. Considerada um mito, Clara Nunes morreu cedo, aos 40 anos, em meio à polêmica de um procedimento médico equivocado em 1983.

A portelense dança e solta a voz nos seus maiores sucessos com interpretações inesquecíveis de músicas como "Guerreira", "Canto das três raças", "A deusa dos orixás" e "Conto de areia". Clara Nunes também relembra momentos importantes de sua trajetória, como o "LP Esperança", lançado em 1978. O disco vendeu mais de 900 mil cópias.

"A festa de lançamento do LP Esperança foi umas das coisas mais bonitas que vi", relata Clara Nunes. "Senti aquele contato com o grande público que lá estava, me prestigiando. Foi uma festa muito bonita porque foi dedicada às crianças, era um dia de Cosme e Damião, um dia muito importante pra mim. Então, pude reunir ali grandes amigos e nós fizemos realmente uma festa para as crianças. Distribuímos balas, discos e fiquei muito emocionada, foi uma das maiores emoções da minha vida, sinceramente."

O especial exibe trechos de shows da cantora com alguns de seus parceiros musicais frequentes, como o instrumentista Sivuca e o compositor João Nogueira. Reverenciada como uma das maiores vozes brasileiras de todos os tempos, a "Guerreira" Clara Nunes ficou conhecida não apenas pelo timbre marcante, mas por suas pesquisas em cultura afro-brasileira e sua relação com o samba, especialmente com a escola de samba Portela.

Aspectos da obra de Clara Nunes

Mineira de Paraopeba e filha de um violeiro cantador de Folia de Reis, o primeiro palco de Clara Nunes foi o altar da igreja católica, onde participava do coral. O que sobressai na história de Clara, tanto quanto o talento de assinar vocalmente, qualquer gênero musical, é o inevitável paralelo entre suas trajetórias artística e religiosa.

A atração inicial que a cantora teve pela música estrangeira pouco a pouco foi cedendo lugar aos ritmos africanos herdados do pai, quando ela se mudou para o Rio de Janeiro. Logo, a diva também viajou para o continente africano.

Primeira cantora da sua época a vender mais de quatro milhões de LPs e a acumular 18 discos de ouro, a "Guerreira" trouxe para seus álbuns a estética da africanidade e do samba que também levava para o figurino de seus shows.

A cantora e compositora Clara Nunes é considerada até hoje uma das principais intérpretes de samba do país. A artista promoveu a Portela, escola azul e branca pela qual desfilou nos anos 1970 e 1980 ao gravar diversos sambas-enredos da agremiação sediada na Zona Norte do Rio cujo símbolo é uma águia.

Sob a emoção e o impacto da morte da artista, a Portela louvou a musa no carnaval do ano seguinte, quando foi campeã, com o enredo "Contos de areia". Na oportunidade, Clara Nunes foi lembrada junto com outras grandes referências da agremiação: Paulo da Portela e Natal da Portela.

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