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Em 10 de agosto de 2019, o presidiário Jeffrey Epstein foi encontrado inconsciente em sua cela, com sinais de enforcamento: era o fim dramático, violento e misterioso para a história do bilionário condenado por tráfico e abuso sexual de menores havia apenas um mês, em 6 de julho daquele mesmo ano.
Neste sábado, 25 de julho, às 22h, o Investigação Discovery coloca lente de aumento sobre esse capítulo final da controversa trajetória do consultor financeiro ao exibir o documentário inédito CRIMES MISTERIOSOS: QUEM MATOU JEFFREY EPSTEIN (Who Killed Jeffrey Epstein? An ID Murder Mystery).
Em três partes – exibidas em sequência, cada uma delas com duração de uma hora – a produção original tem acesso amplo aos arquivos da polícia e conduz entrevistas exclusivas com representantes de vítimas, testemunhas, oficiais e jornalistas investigativos que trabalharam na apuração dos fatos, ajudando a trazê-los à opinião pública e à justiça.
Entre as fontes está Christina Oxenberg, cujos depoimentos implicaram Ghislaine Maxwell, socialite e ex-namorada de Epstein presa no início deste mês por envolvimento na rede de abusos e tráfico de menores. Oxenberg é prima do príncipe Andrew e ambos tinham proximidade com o então casal formado por Epstein e Maxwell.
Também falam às câmeras David Schoen, advogado de defesa de Epstein; Spencer Kuvin, advogado de um grupo de vítimas; Steven Hoffenberg, executivo que trabalhou diretamente Epstein; John Connoly, jornalista investigativo que se debruçou sobre o caso por mais de uma década; Montell Figgins, advogado de defesa dos agentes penitenciários que faziam turno no dia 10 de agosto de 2019; e Bill Mersey, que atuava na frente de prevenção ao suicídio na prisão e teve contato direto com Epstein.
Tratada pelas autoridades como suicídio, a morte de Epstein divide opiniões até mesmo entre pessoas familiarizadas com o caso, e encerra a trajetória de um homem que viveu cercado por celebridades e personalidades como Bill Gates, Donald Trump e Bill Clinton. As circunstâncias em torno do suposto suicídio são controversas: Epstein teria tentado tirar a própria vida pouco antes, entrou em um projeto de monitoramento contínuo, mas foi liberado pouco antes de sua morte. Além disso, rondas dos agentes penitenciários, que deveriam acontecer de meia em meia hora, aparentemente falharam e as câmeras que supostamente filmariam a cela dele não estavam funcionando.
Cercada por mistério, a morte do bilionário não destoa de sua vida dupla: ele mostrava igual desenvoltura nas altas rodas da sociedade norte-americana e na chantagem e abuso de adolescentes em condições financeiras difíceis. Hoje, os crimes de Epstein são amplamente conhecidos. Sua conduta predatória e perseguição às vítimas tornaram-se notórias após o julgamento. Mas, por décadas, ele manteve secreta essa rotina de crimes de cunho sexual, deliberadamente ocultada à base de intimidações e ameaças.
As vítimas sabiam que qualquer tentativa de incriminar Epstein seria abafada com rapidez e, se preciso, com mais violência. O documentário começa com o depoimento de uma delas à polícia: o áudio originalmente gravado pelas autoridades mostra uma jovem amedrontada que relata abuso sofrido quando tinha 16 anos. Ela não hesita em admitir que esperava retaliação violenta assim que Epstein ficasse sabendo de sua denúncia; e ele parecia sempre tomar conhecimento de tudo.
Protegido por uma rede de informação composta por pessoas tão poderosas quanto ele; disposto a pagar, subornar e chantagear quem quer que fosse, o bilionário parecia confiante quanto à impunidade sustentada por décadas. Com ele foram sepultados segredos aos quais o documentário busca lançar luz, mostrando fatos que ainda permanecem escondidos.
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