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Arlete Salles, Débora Bloch, Fernanda Torres, Lázaro Ramos, Lúcio Mauro Filho, Marcos Caruso, Matheus Nachtergaele, Renata Sorrah. Estes são apenas alguns dos 26 nomes que contracenam com Bruno Mazzeo em ‘Diário de um Confinado’, série criada por ele e a diretora artística Joana Jabace, com quem é casado, para ser realizada durante a quarentena. Com exceção de Débora, vizinha do casal, e Matheus, que mora no prédio ao lado, os atores foram dirigidos à distância e contracenam com Bruno por chamadas de vídeo. Seguindo os protocolos da produção remota, foram eles mesmos que fizeram a captação de suas cenas através de um kit de gravação por celular, preparado para uso individual e enviado à residência de cada um. ‘Diário de um Confinado’ é uma série multiplataforma, com 12 episódios. A primeira leva de seis episódios estreou na última sexta-feira, 26 de junho, no Globoplay, e seis novos entram no streaming nesta sexta, dia 03. O programa chega à Globo neste sábado, dia 04, logo após 'Fina Estampa', e ao Multishow a partir de segunda-feira, dia 06, contando ainda com pílulas no GNT ao longo do mês.
“Quando começamos a escalar o elenco, tivemos a premissa de fazer um projeto muito afetuoso, cercado de pessoas que ficariam entusiasmadas, felizes como nós neste trabalho”, conta a diretora artística Joana Jabace. Bruno, autor e protagonista da obra – ele interpreta Murilo – conta que a escolha dos nomes foi acontecendo naturalmente e pensada pelo casal. “É um elenco muito 'em casa'. São pessoas muito próximas a mim, ou à Joana ou aos dois. Finalmente contracenei com a Nanda (Fernanda Torres), depois de um fazer texto do outro. E tive a honra de fazer cenas pela primeira vez com Arlete Salles e Renata Sorrah, que estão entre minhas atrizes preferidas. Com Nanda e Lucinho (Lúcio Mauro Filho) o fato de termos total intimidade ajudou muito. Também realizei o desejo de contracenar com Debi (Débora Bloch), mesmo que em condições completamente diferentes das de um set normal”, detalha.
Renata Sorrah e Arlette Salles, a mãe e a tia de Murilo
Na série, Renata Sorrah é Marília, a mãe extremamente preocupada de Murilo, personagem de Mazzeo. A atriz confessa que ficou apreensiva ao receber o convite para atuar na obra. “Quando Joana me fez o convite, eu pensei ‘meu Deus, deve ser uma coisa dificílima de fazer e vai ficar estranho’. Mas essa adaptação é tão maravilhosa! Adorei, me deu um prazer imenso. E ficou muito bom, a insegurança inicial passou! Estou me adorando, o Bruno está maravilhoso. Não tenho mais nenhum sentimento de ‘ai meu Deus’”, brinca a atriz.
Quem dá vida à tia Rita é Arlete Salles que, assim como Renata, fez questão de se entregar à experiência. “Foi algo novo e totalmente desconhecido para mim. Desde que recebi o convite, fiquei num misto de alegria e nervosismo. Só me perguntava: ‘como isso pode ser feito?’. Aí recebi o texto e, todas as vezes que li, me diverti, ri muito. É inegável o talento do Bruno, sempre fui fã dele. É uma coisa de genética, né? Finalmente me encontro com ele em condições bem diferentes, remotamente, passado o nervosismo, fiquei encantada com o fato de eles terem pensado em mim para esse trabalho. Além disso, ser dirigida pela Joana e contracenar com a Renata, mesmo à distância, foi uma delícia”, afirma. Ela conta ainda que ficou ansiosa para ver o resultado final. “Claro que causa estranheza não ter o olho no olho, o fugor e a energia da outra pessoa diante de você, mas este projeto é o novo. E o novo é instigante. Na hora, acontece a mesma magia, o mesmo frisson e entusiasmo de estar interpretando, exercendo o nosso ofício presencialmente. Essa experiência movimentou a minha quarentena”, fala.
Débora Bloch e Marcos Caruso, os vizinhos
Vizinha na vida real e, agora na ficção, Débora Bloch interpreta Adelaide na série. As cenas dos encontros da personagem com Murilo foram gravadas no hall do elevador do prédio em que a dupla mora. “Somos vizinhos de verdade, por isso foi possível gravar presencialmente. Era só descer no elevador, de máscara e, com todos os cuidados”, revela. Para ela, participar deste trabalho foi uma alegria. “Estávamos confinados, isolados, tristes no meio dessa pandemia, sem saber quando conseguiríamos exercer nosso trabalho de novo. Então, descobrir uma nova maneira de fazer isso com a qualidade da direção da Joana e do texto do Bruno foi um privilégio, além de uma experiência muito legal, por descobrirmos uma nova forma de trabalhar. Ter a equipe somente à distância nos obriga a assumir outras funções que normalmente não fazemos, como cuidar do figurino, maquiagem, colocar microfone, montar o equipamento em casa. Fizemos tudo isso com o suporte da equipe on-line”, conta. Débora destaca ainda a parceria com Bruno e Joana neste projeto. “O texto do Bruno é ótimo, uma crônica divertida desse momento que estamos vivendo, mas de uma forma bem-humorada, com uma linguagem que é um certo alívio no meio de tanta tristeza. E ainda tem o prazer de trabalhar com a Joana dirigindo, uma diretora excelente, sensível e talentosa, que admiro e com quem tenho uma parceria de muitos anos, além de intimidade e afinidade”, reforça.
Já Marcos Caruso é vizinho apenas na ficção. Ele é o síndico do prédio de Murilo e conta como foi estimulante atuar na série. “Fiquei sabendo desse projeto da Joana e do Bruno lendo o jornal. Eles são dois queridos amigos e talentosíssimos colegas, com os quais já trabalhei algumas vezes. Logo pensei: ‘puxa vida, queria tanto estar nessa...’, mas fiquei quietinho no meu canto. De repente veio o convite e foi uma felicidade. Obviamente, aceitei na hora”, lembra. Para ele, contracenar à distância é um pouco mais difícil. “Mas também pode ser muito estimulante. E acho que tudo o que nos estimula nesse momento em que estamos isolados é bom. Contracenar, conviver, falar, mesmo que virtualmente, já é uma luzinha no fim do nosso túnel artístico”, reflete.
Fernanda Torres e Lázaro Ramos, a terapeuta e o médico
Em ‘Diário de um Confinado’, Fernanda Torres interpreta Leonor, a terapeuta de Murilo e mãe de Marco Antônio, vivido por seu filho Joaquim Waddignton. “Bruno e eu somos irmãos de profissão. Eu pedi para ser a Maria Teresa, de ‘Filhos da Pátria’, série escrita por ele, e o chamei para fazer o Silvio, de ‘Fim’, escrita por mim. Chegamos a começar a rodar, mas tivemos que parar por causa da pandemia e, pouco tempo depois, ele me contou sobre o projeto desta série de crônicas. De cara, amei. Ela tem uma mistura de comédia com melancolia, é triste e altamente risível. E a Leonor é uma personagem hilariante, uma psicanalista que tem que dar atenção aos pacientes, mas está em home office, com o filho adolescente atazanando, tem ainda uma mãe carente”, explica. Ela conta que foi Bruno que sugeriu Joaquim para o papel do filho adolescente. “Foi difícil para a gente controlar o riso durante a gravação”, lembra.
Com Leonor, Murilo cuida do psicológico. E, a qualquer sinal de mazelas no corpo, ele recorre a seu médico, doutor Guilherme, vivido por Lázaro Ramos, que ficou feliz com o projeto. “Foi muito bom poder trabalhar de novo como ator. Já estava com saudade. Neste momento em que a gente está em casa, traz saúde mental também poder exercer a minha profissão. E mais legal ainda ser um texto leve e divertido como esse. Mesmo falando sobre o assunto do isolamento e da doença, o Bruno consegue trazer outros pontos de vista pra gente, e isso foi muito bom”, conta. Para Lázaro, o desafio da parte técnica tem sabor de reinvenção: “Estamos entendendo que este é um momento pra gente repensar tudo, inclusive a maneira de contar histórias”.
Lúcio Mauro Filho e Matheus Nachtergaele, os amigos
Em época de isolamento, as relações acabam se restringindo ao virtual, e até as festas com amigos passam a ser on-line. Grandes amigos na vida real, Bruno e Lúcio Mauro Filho mostram essa parceria, novamente, na ficção. Lucinho, que interpreta Serginho na história, fala sobre a nova experiência. “Foi enriquecedor, um desafio que traz pioneirismo, afinal, estamos todos aprendendo a fazer. Tem a energia do desconhecido, de desbravar um novo terreno. E nada melhor que fazer isso numa equipe boa, com um time em que todo mundo se conhece, onde todo mundo confia no trabalho um do outro. Foi isso o que encontrei em ‘Diário de um Confinado’: meu irmão Bruno Mazzeo, parceiro de tantos trabalhos, Joana, uma pessoa que eu admiro tanto e que já tinha uma relação nas nossas vidas, de amizade, e agora profissional”, celebra. Para Lucinho, a principal mensagem da série é mostrar que todos estão passando pelo mesmo problema. “O que difere é que pouquíssimas pessoas têm o privilégio de poder se trancar em casa e ficar esperando isso tudo passar de uma forma confortável. São momentos conturbados. Nós, que representamos a área da comédia, estamos abordando de uma forma suave, entregando entretenimento e diversão para as pessoas. Claro que as pessoas vão sentir muita identificação com os personagens. Eles estão angustiados, vivendo tempos nunca antes vividos, e isso não tem jeito, mexe com a gente, traz um momento de reflexão. E nem sempre as reflexões são simples. Às vezes elas trazem angústias, anseios. Mas tudo é abordado de forma leve e com humor. A grande função deste produto é divertir”, reflete o ator.
Quando as medidas de isolamento social começam a ficar mais relaxadas na trama, e Murilo decide dar uma volta na rua, o personagem encontra Jayme, interpretado por Matheus Nachtergaele. Ele vive o amigo de um amigo do personagem principal. Mas, em tempos de quarentena, um conhecido já vira amigo de longa data. Como diria Murilo, é a “carentena” batendo. “Foi uma delícia participar, um grande presente que Bruno e Joana me deram no meio da pandemia, um momento em que a nossa profissão está paralisada. Foi como um chamado carinhoso. A mensagem principal deste trabalho é mostrar que a arte não para e não parará. Ela se reinventa e dá um jeito de acontecer. Tem muita gente fazendo coisas lindas, e esse trabalho pioneiro do Bruno é um deles. Vamos nos adaptando, aprendendo a lidar com cada momento e sempre com muitas saudade de voltar a encontrar pessoalmente as plateias. Eu, que sou um ator fincado no teatro e um homem de cinema, estou louco pela reabertura das salas. Mas, enquanto isso não acontece, faremos outras coisas, aprendendo com o que nos atinge. Como sempre, a arte vai ser uma resposta bonita a tudo o que aflige e alegra o ser humano”, fala Matheus, saudoso. Ele reforça que a participação presencial foi viabilizada por serem vizinhos de prédio. “Fizemos na nossa ruas, somos vizinhos. Todos de máscara, protegidos, seguindo o protocolo de distanciamento e segurança. Assim, conseguimos fazer. Foi um lindo momento de estar com quem eu amo e admiro”, conta.
‘Diário de um Confinado’ é uma criação de Joana Jabace e Bruno Mazzeo. A obra é escrita por Bruno Mazzeo, com Rosana Ferrão, Leonardo Lanna e Veronica Debom, e tem direção artística de Joana Jabace.
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