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Tendo como argumento principal o caminho de redenção do amargurado José Clementino (Tony Ramos), que sai da cadeia 20 anos depois de ter matado a própria esposa e tem como único objetivo a vingança contra o rico empresário César Toledo (Tarcísio Meira), a quem considera responsável por sua prisão, ‘Torre de Babel’, como um bom folhetim clássico, conquistou o público com seus núcleos muito bem construídos de drama, romance, mistério e muita comédia, bem ao estilo Silvio de Abreu. “A novela é moderna porque discute problemas que estão latentes até hoje, mas também é muito folhetinesca: tem grandes paixões, muito humor. O José Clementino tem dois lados: começa como uma pessoa totalmente revoltada e, pelo amor, ele se transforma. O Tony é um dos grandes atores que a gente tem na TV, no teatro e no cinema. Sempre acho que é muito bom quando um personagem desafia o ator, e ele mergulhou de cabeça nesse”, comenta o autor.
Exibida originalmente pela TV Globo em 1998, além da autoria de Silvio, a novela contou com a direção de José Luiz Villamarim, Carlos Araújo e Paulo Silvestrini, e direção geral e núcleo de Denise Saraceni e Carlos Manga, time que coleciona sucessos na teledramaturgia, e chega ao Globoplay na próxima segunda-feira, dia 03, para assinantes e o primeiro capítulo, assim como o primeiro capítulo das demais novelas, estará disponível para não assinantes. No elenco, estão outros nomes estelares como Adriana Esteves, intérprete de Sandrinha, filha mais velha de Clementino, extremamente ambiciosa e disposta a tudo para subir na vida. “Tive uma alegria enorme em saber que 'Torre de Babel' irá para o Globoplay. Na verdade, “Sandrinha” foi minha primeira vilã. Um gigantesco presente de Silvio de Abreu. Lembrar da novela me transborda de alegria. Vai ser muito bacana rever um trabalho de que me orgulho muito. Rever as incríveis parcerias com Tony Ramos, Claudia Jimenez, Gloria Menezes, Marcos Palmeira. Este trabalho está num lugar especialíssimo em meu coração. Belo trabalho da querida diretora Denise Sarraceni e do saudoso Carlos Manga”, declara Adriana Esteves. E justamente a partir da parceria com Marcos Palmeira, no papel de Alexandre, jovem advogado e um dos herdeiros de César Toledo, com quem a vilã se envolve por interesse, surgiram cenas memoráveis.
Outra atuação emblemática no núcleo dos Toledo é a de Edson Celulari, como Henrique, irmão mais velho de Alexandre e responsável pela administração do maior negócio da família, o Tropical Tower Shopping. “Fiquei muito feliz com a notícia da disponibilidade de 'Torre de Babel' pelo Globoplay. Adorei fazer o Henrique, viver suas aventuras e seus conflitos. Uma história cheia de surpresas, em que o espectador vai poder acompanhar o retrato de várias famílias, uma sociedade formada por ambições, mentiras, vinganças, vaidades e angústias. Mas também poder vai rir muito com alguns personagens divertidos e até ingênuos. Um conteúdo com muitas tramas engenhosas criadas pelo craque Silvio de Abreu e dirigida brilhantemente pela Denise Saraceni”, comemora Edson Celulari.
A explosão criminosa do shopping dá origem ao mistério de quem a teria provocado, tornando Clementino um dos principais suspeitos já que o ex-fabricante de fogos de artifício considera sua condenação injusta, e, como César foi testemunha e acusação em seu julgamento, sai da cadeia com o plano de do empresário. Criado numa sociedade rude, machista e sem muitas chances de sucesso, Clementino tem de enfrentar ainda as dores de voltar ao convívio da sociedade e ser rejeitado pela filha Sandra, encontrando algum alento apenas na filha mais nova, Shirley (Karina Barum). Ao se infiltrar estrategicamente na família Toledo, Clementino conhece Clara (Maitê Proneça), com quem tem a chance de se redimir.
A dúvida sobre a autoria da explosão vai se intensificando ao longo da novela e recaindo sobre personagens como Sandrinha, Diolinda Falcão (Cleyde Yáconis), Ângela Vidal (Claudia Raia) e Jamanta (Cacá Carvalho), dono do inesquecível bordão “Jamanta não morreu!”.
Torre de Babel conta ainda em seu elenco com nomes consagrados como Glória Menezes, no papel de Marta Toledo; Juca de Oliveira, como Agenor da Silva; Christiane Torloni, como Rafaela Katz; e Claudia Jimenez como Bina Colombo, entre outros.
Entrevista com Tony Ramos
O Globoplay está com esse projeto de resgatar grandes novelas e disponibilizá-las na plataforma para serem revistas por gerações mais antigas e conhecidas pelas mais novas. Você, que já passou por tantas transformações do audiovisual, como vê esse sucesso das novelas até hoje, inclusive com o público mais jovem?
As novelas representam, há muito tempo, a cumplicidade popular de um gênero da dramaturgia que vem desde os folhetins publicados em jornais já no século XVII. Vivem cantando o fim da novela e todos os profetas, nos últimos 45 anos, erraram. Se você observar qualquer série de sucesso, perceberá que o folhetim está presente. Quem foi? Quem será? Quem matou? Quem será punido? Como vai acabar? É um folhetim na essência. Claro que muda conforme o veículo, o tempo do episódio, quantos até o final. Mas a novela continuará e sempre.
José Clementino era um homem muito fechado, que teve um caminho de redenção ao longo da novela. Teve alguma passagem da novela que tenha te marcado mais?
José Clementino era fruto de um meio sem amor e afeto paternos. Agressivo mesmo. Era um carpinteiro de respeito profissional e trabalhava em muitas obras. Comete duplo assassinato e, por justiça, cumpre anos na cadeia. Sempre se culpou, porque, claro, sabia que havia errado ao matar a esposa. Curiosa é a redenção dele pelo amor. Um novo amor.
Tem alguma situação de bastidor que você lembre e que tenha um carinho especial?
As cenas com as filhas eram sempre emocionantes. Difícil destacar uma ou duas. Os nossos bastidores eram fantásticos, de harmonia entre um elenco admirável.
Qual foi a cena mais difícil para você nesta novela?
A cena mais difícil foi no princípio: manter a mesma emoção em diferentes cenários após o duplo assassinato.
Se você pudesse extrair da novela ou do seu personagem uma mensagem que tenha relevância até hoje, qual seria?
Creio que como Zé Clementino percebia e dizia: “Se eu pensasse um segundo apenas a mais, não teria feito essa loucura”. O amor ao próximo é o que de melhor existe.