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No episódio desta semana de “O País do Cinema”, do Canal Brasil, Andréia Horta recebe Caio Blat e Luiz Carlos Vasconcelos para falar sobre Carandiru (2003), de Héctor Babenco. O longa, baseado no livro de Drauzio Varella e indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes, projetou grandes nomes do teatro como Milhem Cortaz, Lázaro Ramos, Wagner Moura e Ailton Graça. Histórias sobre os ensaios, preparação de elenco e um raio-x do cenário audiovisual atual são alguns dos assuntos abordados no programa que vai ao ar na quinta, à 0h, logo após a exibição do longa.
No primeiro bloco, Caio Blat relembra que um dos laboratórios foi ficar trancado, com grande parte do elenco, em presídios desativados de São Paulo. O preparador Sérgio Penna reunia uma centena de atores e não-atores e fazia ensaios e improvisações de rebeliões. “No processo a gente descobria que tinha ex-internos misturados. Até que, em um momento, o Sabotage [rapper Mauro Mateus dos Santos] vira praticamente assistente do Penna, porque ele não parava de falar sobre todas as experiências dele”, lembra o intérprete de Deusdete. Blat ainda fala sobre a relevância das artes cênicas para a sociedade como um todo: “Foi uma das primeiras vezes que eu entendi o que eu faço da vida, como o cinema é importante para mergulhar em lugares onde as pessoas não conseguem chegar, registrar isso e mostrar o que acontece”, conta.
No segundo bloco, Andrea questiona os atores sobre o atual cenário e o desmonte da cultura nacional. Vasconcelos revela que enxerga com perplexidade que uma porcentagem da população revele, em si, esses aspectos mais sombrios. “Mas aí vem o meu lado positivo e diz: é preciso que se viva isso para que essa cota se transforme. Não se luta contra o fascismo sem ele estar no poder. É preciso que ele esteja onde está para que a gente possa derrotá-lo”, explica. “O cinema e o trabalho do ator é, basicamente, se colocar no lugar do outro. E, de repente, a gente chega em tempos em que ninguém se importa mais, o outro é meu inimigo. Parece que a psicopatia tomou conta do país”, completa Caio.
Quinta temporada
A quinta temporada de “O País do Cinema”, terceira apresentada pela mineira Andréia Horta, traz um mergulho na história do cinema brasileiro. Na atração, a atriz recebe realizadores, diretores e intérpretes e coloca em pauta uma abordagem crítica e informativa da produção nacional recente. Para este ano, o programa dirigido por Marcello Ludwig Maia traz uma novidade: os episódios vão ao ar logo após a exibição dos filmes a que se referem e a anfitriã recebe no estúdio profissionais envolvidos com o longa. No dia seguinte à exibição no canal linear, o programa pode ser assistido no Canal Brasil Play ou ouvido, em formato de Podcast, em plataformas como Spotify e Apple Podcast.
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