Wolfgang e Diara ajudam escravizados em fuga em 'Novo Mundo'

Divulgação Globo/João Miguel Júnior
Wolfgang (Jonas Bloch) é um nobre austríaco. Chegou ao Brasil na comitiva da arquiduquesa Leopoldina (Letícia Colin) e conheceu Diara (Sheron Menezzes), filha de Idalina (Dhu Moraes) e irmã de criação de Matias (Renan Monteiro), quando ela foi trabalhar em sua casa. Os dois se casaram, mas o austríaco precisou comprar títulos de nobreza de Dom Pedro I (Caio Castro) para que ele e a esposa pudessem viver melhor diante de uma sociedade que não aceita a união de um nobre com uma ex-escravizada.

No entanto, mesmo casada com Wolfgang, Diara não esquece sua luta e ao lado do marido briga pela igualdade de direitos e liberdade dos escravizados. Nos próximos capítulos da trama, eles organizam uma fuga dos escravizados das fazendas vizinhas e os acolhem em casa. Mas Diara ainda sonha com a liberdade de Idalina e Matias e vai até o fim para conseguir livrá-los de Sebastião (Roberto Cordovani), comerciante de escravizados e dono dos dois.

Novo Mundo’ é escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson, com Duba Elia, João Brandão e Renê Belmonte e tem direção artística de Vinícius Coimbra e direção de André Câmara, João Paulo Jabur, Bruno Safadi, Guto de Arruda Botelho e Pedro Brenelli.

ENTREVISTA COM JONAS BLOCH

Como você recebeu a notícia da volta da novela?
Acho que a novela veio em uma boa hora. Ela aborda temas atuais, como o respeito ao direito dos índios, a busca por plantas em nossas florestas, que poderão se tornar futuros remédios, traz informações sobre nossa história e uma trama que aborda temas nacionais importantes.
Como foi a parceria com Sheron Menezzes?
Sheron, além de ótima atriz, é uma grande parceira em cena. Ela se entrega ao papel, compartilha a cena de forma generosa, além de ser encantadora. Fora isto, ainda teve um lado emocional, de conviver com a sua gravidez, sentir os pontapés do Benjamin (primeiro filho da atriz).

Qual a importância desse personagem na sua carreira?
Acho que Wolfgang teve um desafio. O de derrubar o preconceito, que não admite que um idoso possa amar uma pessoa mais jovem e ser correspondido. As pessoas preconceituosas acham que o fato de uma pessoa envelhecer, ela se torna inútil, inválida. Além disso, aborda a relação de um branco com uma negra. A pesquisa da novela mostrou que o público aprovou e torceu pelo casal, que acabou casando e tendo um filho. Isso aconteceu porque eu e Sheron colocamos o sentimento em primeiro lugar.

Qual cena gostaria de rever?
A cena em que Wolfgang perde a virgindade com Diara. Para mim, a melhor cena do casal e uma das mais bonitas de minha carreira.

Qual a cena mais difícil?
Exatamente a cena em que Wolfgang perde a virgindade. Uma cena cheia de contradições, de delicadezas, de encontro surpreendente para os dois personagens.

Que momento das gravações você lembra com mais carinho?
A relação dos diretores com o elenco sempre foi muito parceira, com muito respeito. Isto trouxe para o set um sentimento de equipe. Além disso, o elenco virou uma turma muito afetuosa. A gente se comunica pelo whatsapp do grupo até hoje, com a mesma camaradagem dos tempos de gravação.

Como está a repercussão da novela?
Só elogios. A novela agradou muito. Comentam da variedade de cenários, da reprodução histórica, da beleza da novela. Foram muitas histórias diferentes, com a corte, os índios, a taberna, Domitila, a gráfica, o convento, as tramas com escravizados, as questões políticas, a história do Brasil.

Como acha que o público recebeu a novela, depois de 3 anos da estreia?
Acho que o fato de viver uma pandemia, muita gente que não podia assistir, por causa do horário, agora está assistindo. Os que já viram, pelas mensagens que recebo, estão repetindo, o que é uma prova de que agrada, e muito.

Tem alguma característica ou algo que você aprendeu com o personagem que ficou pra sua vida?
Durante a trama, a personagem de Sheron, Diara, fica dividida entre o amor de Wolfgang e Ferdinando (Ricardo Pereira). A abordagem que Wofgang e Diara para a situação mostra uma compreensão das contradições humanas, o que é mais usual entre europeus do que de latinos, que foi resolvida, muito pela grandeza com que o problema foi encarado.

Como tem passado esses dias de isolamento?
Sou formado em Belas Artes e fiz uma exposição em Portugal que ainda está em cartaz. Tenho desenhado muito, ajudado bastante nas tarefas domésticas, aprendendo a cozinhar com minha mulher, que é uma chef, feito exercícios, lendo, vendo filmes e séries, conversado com a família e amigos por vídeo. Com esperança que saiamos desta melhores e o mais breve possível.

Estava com projetos em andamento antes da quarentena?
Fiz algumas cenas da primeira temporada de ‘Desalma’. Além disto, fiz o filme “A Cerca”, dirigido por Rogério Gomes, o Papinha, que esperamos que seja lançado ainda este ano. Tenho convites para mais dois filmes, mas não se sabe quando irão iniciar as filmagens.

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