Atores que estão no ar em mais de uma novela participam de bate-papo virtual com a imprensa

Divulgação  Globo/Sergio Zalis
As edições especiais de ‘Fina Estampa’, ‘Totalmente Demais’, ‘Novo Mundo’ e ‘Malhação - Viva a Diferença’ trouxeram de volta personagens que conquistaram o público. Mas as reprises – por força da quarentena – deram ainda para Malu Galli, Adriana Birolli, Aline Fanju e Paulo Rocha a oportunidade de estarem no ar em mais de uma produção ao mesmo tempo. No caso de Paulo Rocha, nas três primeiras. Um feito humanamente impossível de se realizar em condições normais de temperatura e pressão. Para Malu Galli e Aline Fanju, o repeteco acontece em ‘Malhação – Viva a Diferença’ e ‘Totalmente Demais’. Na trama das sete também está Adriana Birolli, que ainda pode ser vista em ‘Fina Estampa’.

Os quatro participaram nesta terça-feira, 26 de maio, de um bate-papo virtual com a imprensa, no qual falaram sobre o sucesso das tramas, relembraram aprendizados com elas e suas expectativas para o “novo mundo normal” que nos aguarda.

ENTREVISTA COM MALU GALLI, ALINE FANJU, ADRIANA BIROLLI E PAULO ROCHA

Por que vocês acham que as novelas estão fazendo tanto sucesso com o público?
Aline Fanju: Acredito que são produções muito boas. A Globo não escolheu à toa essas tramas. Eu tenho um apreço muito especial pelas duas novelas das quais faço parte do elenco e estão sendo exibidas agora. Foram trabalhos muito felizes. Foram personagens que amei fazer e fico muito feliz de estarem aí, até mesmo porque são muito diferentes. Eu acho que são produções que merecem o carinho que o público está demonstrando.

Malu Galli: Além de tudo isso que a Aline colocou, eu acho que são histórias leves, gostosas. E, atualmente, nosso dia a dia está muito pesado. Acho que deve estar sendo agradável assistir e é o que a gente precisa agora, enquanto ainda não temos uma notícia muito melhor.

Paulo Rocha: Gosto de acreditar que são produções que falam de superação, de transformação. As tramas passam uma mensagem de esperança, além de apresentarem histórias leves.

Adriana Birolli: Eu acho que meus colegas disseram tudo o que era para ser dito (risos).
Quais lições vocês tiraram desses trabalhos?
Adriana Birolli: ‘Fina Estampa’ é a novela mais antiga que está no ar. É a primeira vez que estou assistindo a uma reprise e é muito bacana poder assistir com esse distanciamento. Vejo que, em oito anos, graças a Deus, houve evolução (risos). Eu assisto e reconheço coisas que já identifiquei no meu trabalho e que não vou repetir mais. Foi minha segunda novela e era um papel imenso, uma grande responsabilidade. Foi uma novela especial, com um elenco muito unido. É um prazer assistir agora e ver o quanto ela ainda funciona. É uma trama que tem muito para ensinar, como Paulo mesmo já falou em relação à mensagem de superação. São personagens complexos e que passam por momentos de dúvida e crescimento. É um bom ensinamento de quarentena também, para que a gente saia mais evoluído.

Malu Galli: Pensando em ‘Totalmente Demais’, posso falar que ganhei grandes amigos. Foi uma novela de grandes encontros pessoais mesmo. Foi muito bom ter feito um personagem popular, algo que eu ainda não tinha feito na TV. Era uma mãe batalhadora, criando os filhos sozinha e sem dinheiro. Foi uma porta importante de ter aberto, espero que apareçam mais trabalhos assim. Nós atores gostamos de diversificar os universos. E como o Paulo já levantou, as novelas têm realmente esse teor de superação e transformação.

Aline Fanju: Foram duas novelas muito importantes para mim, mesmo. Em relação às minhas parcerias também. ‘Totalmente Demais’ foi uma novela difícil de fazer porque eu nunca tinha feito na televisão um personagem de humor. Trabalhei bastante para construir a Maristela. E como a Adriana falou, hoje eu assistindo com todo amor e acolhimento, mas acho que mudaria algumas coisas (risos). Mas é isso, ainda bem que a gente vai crescendo. E ‘Malhação’ também foi muito especial. Lembro que fiquei positivamente surpresa com o convite para a trama depois de ter feito a Maristela. A Josefina era zeladora do colégio, sem vaidade, uma coisa completamente oposta à Maristela. Fiquei muito feliz de terem me enxergado nesse outro perfil. A Josefina foi o personagem mais bonito que já fiz na vida e tirei muitas lições. Tive cenas que vão morar no meu coração para sempre. Sou muito grata por esses dois trabalhos.

Paulo: ‘Fina Estampa’ tem a particularidade de ter sido a primeira novela que fiz no Brasil. Não vou dizer que foi uma adaptação, porque eu não tinha qualquer expectativa de ficar. Eu chegava para trabalhar em um lugar enorme como a TV Globo, que fazia parte de meu imaginário de criança, contracenando com colegas que eu admirava. Acredito que ‘Fina Estampa’ está me ensinando mais agora, pois eu menosprezei muito o Guaracy durante um tempo. Fiquei feliz de perceber que a memória que eu tinha do Guaracy era um pouquinho injusta com ele e comigo também. Em ‘Totalmente Demais’, tínhamos uma equipe muito carinhosa, fomos muito cuidados e respeitados artisticamente. Acredito que isso ajudou no resultado final do trabalho. Em ‘Novo Mundo’ foi interessante voltar a fazer um personagem português depois de anos tentando desmitificar a questão do sotaque. E ainda era um personagem histórico. Cada uma das novelas teve um exercício especial.

Como tem sido a quarentena, descobriu algum novo talento ou está entediado?
Adriana Birolli: Depende do dia (risos). Já descobri 390 mil novos talentos... Na verdade, acho que já descobri todos as habilidades que eu tinha (risos). No geral, eu só tenho o que agradecer porque tenho todas as possibilidades para passar bem a quarentena. Eu tenho casa, comida, conforto, está tudo certo, mas tem dias que a gente acorda mais irritado porque está trancado há muito tempo. Eu tenho muita energia para gastar.

Aline Fanju: Entediada eu não estou porque eu tenho uma criança de 1 ano e 5 meses. Pelo contrário, é atividade o dia inteiro. Eu não descobri nenhum talento, mas sim, os que eu não tenho. Como ser essa mãe proativa, que inventa brinquedos com materiais recicláveis em casa, atividades alternativas.. Daí, eu li um artigo que me salvou. Ele dizia “Não se preocupe em inventar tanta coisa, foque no seu estado de presença com sua filha nesse momento que estão vivendo, tanto tempo juntas, isso é suficiente para ela”. Mas piadas à parte, há muitos outros sentimentos. Passo por momentos de profunda tristeza, por tudo o que a gente está passando. Mas todo dia eu acordo tentando renovar meu exercício de esperança. Tem dias que eu fracasso. Mas tédio eu não tive, não.

Malu Galli: Eu também não tenho tédio. Mesmo sem criança, a gente não fica em casa sem fazer nada. Eu descobri vários produtos novos de limpeza (risos) e lava-se louça como nunca, porque você faz as três refeições em casa. Não existe fazer um lanche na rua, é tudo louça, louça, louça. Tenho pensando seriamente em comprar uma máquina de lavar louças (risos). É um dia de cada vez mesmo. Tem dias que eu fico mais animada, outros mais quieta, querendo ouvir música ou fazer projetos. Mas dá muito medo do futuro. E o grande ensinamento dessa pandemia, para mim, é viver um dia de cada vez, que a gente não controla todas as coisas, e que precisamos viver no presente. E a gente vivia desconectado o tempo todo. Então estamos tendo essa aula da natureza.

Paulo Rocha: Felizmente eu tenho essa bênção de que ninguém da minha família foi contaminado pelo coronavírus. Felizmente também estou num sítio em contato com a natureza. No meu caso, eu tenho reavivado memórias da adolescência. Tenho procurado cavar a terra, rachar a lenha, fazer adubo. Sou eu quem está fazendo o pão aqui em casa, reavivei algumas receitas de pães diferentes de Portugal, voltei a cozinhar, mas quando a gente tem uma criança pequena, uma casa para cuidar, o tédio não dá nem espaço.  Desde que começou o confinamento, nem um seriado eu tive tempo de assistir. A gente mal tem tempo para se coçar, como se diz em Portugal. Mas tem dias que são mais difíceis de levar, principalmente, se você não fizer uma triagem e quiser ser o para-raios de todas as informações que circulam.

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