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Mesmo com a maior presença de pessoas em casa e com diversas ofertas de canais abertos durante o período de confinamento, os números do mercado de TV paga mantiveram em março a tendência de queda de base. Segundo dados da Anatel, o mercado de TV paga perdeu 93,26 mil assinantes durante o mês de março, metade do qual já sob medidas de restrição de deslocamento. Isso representa uma retração de 0,60% da base de usuários em relação a fevereiro.
Na comparação anual, o encolhimento é mais drástico. As empresa desligaram 1,87 milhão de acessos, baixa de 10,86% assinantes em relação a março de 2019.
Com isso, a base total o serviço ficou em 15,38 milhões de assinantes. É um resultado que contrasta, por exemplo, com os dados de audiência, na qual se viu crescimento em diversos canais. A queda reflete possivelmente o impacto econômico no bolso dos consumidores e a opção por plataformas de streaming e plataformas ilegais.
O tamanho da erosão de base em março repetiu o número de fevereiro, quando não havia efeitos ainda da COVID-19: cerca de 90 mil assinantes. São números menos agressivos do que aqueles que vinham sendo registrados ao longo de 2019 e em janeiro, mas não é possível ainda ver um padrão de estabilização na queda de assinantes.
A operadora que mais perdeu base no mês de março foi a Claro, com uma erosão de 58,5 mil clientes em TV paga, sendo que a maior queda se deu no DTH (menos 42 mil assinantes, totalizando uma base de 1,08 milhão de clientes). A Claro TV na plataforma de cabo fechou o mês de março com 6,5 milhões de assinantes (queda de 10 mil). Ao todo, o grupo tem quase 7,6 milhões de assinantes em TV paga.
A Sky também teve queda, de 28 mil clientes, fechando março com uma base de 4,55 milhões. A Vivo TV perdeu 11 mil assinantes e fechou o mês com 1,28 milhão de acessos. A Oi TV teve uma leve alta de 8,2 mil assinantes, terminando março com 1,516 milhão de clientes.
A maioria dos desligamentos registrados na Anatel foi de clientes que usavam serviços baseados na tecnologia DTH (TV paga por satélite). Dos 93,26 mil cancelamentos, 88,28 mil eram DTH.
O satélite ainda é a principal forma de distribuição de TV paga no país, com 7,69 milhões de acessos. Mas encolheu 1,13% no mês, em relação a fevereiro.
O cabo coaxial, usado principalmente pela Claro (Net), perdeu 19,16 mil usuários, e encerrou março com 6,72 milhões de acessos, uma baixa de 0,28%.
Nem todas as tecnologias registraram encolhimento, cabe ressaltar. A fibra óptica (FTTH) cresceu 1,51%, adicionando 14,19 mil clientes. A tecnologia, porém, ainda tem uma parcela pequena da base total de assinantes de TV no país.
Embora o mercado tenha encolhido de forma geral, houve quem registrasse crescimento. Das grandes operadoras, a Oi conseguiu adicionar 8,20 mil usuários de TV. Com isso, ampliou sua base em 0,54% em março, alcançando 1,51 milhão de clientes.
Todas as demais concorrentes de grande porte tiveram perdas. A Claro, líder do segmento, apresentou 58,23 mil cancelamentos. Significa que a base encolheu 0,77%, totalizando 7,57 milhões de usuários.
A vice-colocada Sky perdeu 28,08 mil acessos (-0,61%), passando a ter 4,55 milhões de assinantes. E a Vivo fechou o mês com 1,28 milhão de clientes, após 11,15 mil desligamentos (-0,86%).
As prestadoras de pequeno porte (PPPs), em conjunto, encolheram 0,81%, após perderem 3,69 mil clientes. Terminaram março com 451,98 mil contratos.