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Na semana que antecede as comemorações do dia do índio, o Impressões fala da autonomia indígena por meio de iniciativas que visam a geração de renda e o aumento do bem-estar desta população. No programa que vai ao ar na quarta-feira (15), às 23h, na TV Brasil, o proprietário rural Omar Taleb explica como fez os primeiros contatos com os povos da aldeia Lima Campo, entre as cidades de Dourados e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, para que se desenvolvessem autonomamente e sobrevivessem com dignidade, educação e saúde de qualidade.
Radicado há mais de 20 anos em uma região marcada por conflitos de terra e onde está concentrada uma das maiores populações indígenas do país – Mato Grosso do Sul, com mais de 70 mil indígenas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Omar Taleb decidiu trilhar um caminho diferente de outros fazendeiros. O produtor rural trocou as disputas com os povos da região por uma espécie de parceria.
A proposta que ele levou para os líderes indígenas foi a implantação do cultivo de erva mate, como um passo inicial que deverá se desenvolver paralelamente com outras plantações que possam garantir alimento para consumo próprio e posterior comercialização dos produtos. “Nossa ideia era promover um impulso, para que [com o tempo] essa assistência se torne cada vez menos necessária e eles possam produzir tanto para consumir, quanto comercializar”, explicou.
Atualmente, dentro da aldeia, a condição de sobrevivência é bastante grave, segundo Taleb. Ele relata que a fertilidade da terra está exaurida e por isso o reforço de uma ajuda para manter a capacidade produtiva seria essencial no primeiro momento. Além disso, havia necessidade de garantir saúde de melhor qualidade e reabrir a escola que já funcionou no local.
Um acordo recente com a prefeitura de Ponta Porã sinalizou a retomada da educação para as crianças que hoje estudam fora da aldeia sem fundamentos do ensino indígena. Mas ainda não há perspectivas sobre quando voltarão as aulas na unidade construída pelos povos.
Na conversa com a jornalista Katiuscia Neri, Taleb lembrou como foi o primeiro contato com as lideranças locais. “Como produtor rural eu represento um risco a tudo o que eles vivem”, disse. Mas, hoje, ele comemora uma relação pacífica e admite que seu projeto tem um viés altruísta, mas também é carregado de expectativa de tempos menos conflituosos na região.
“Existe uma diferença imensa em termos de oportunidade, crescimento e usufruto da terra e dos recursos no entorno, e a minha ideia seria tentar equilibrar isso, até para compensar a omissão do Estado que impera ali”, lamentou.
Para o proprietário dos mais de 10 mil hectares localizados na região, qualquer processo de regularização das terras e auxílio à produção destes povos precisa ter como princípio o respeito às necessidades indígenas e a garantia da dignidade dessa população. “A ideia é promover o desenvolvimento, mas da maneira como eles preconizam. Atender demandas mais básicas para que essa roda gire de acordo com os valores e lógica deles”, defendeu.
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