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No Viralizando que vai ao ar na TV Brasil às 18h de sábado (7), o apresentador Alan Ribeiro investiga o universo dos memes no Brasil. Em Niterói (RJ), ele conversa com o pesquisador Viktor Chagas, professor da Universidade Federal Fluminense (Uff). Em seguida, bate um papo com a turma do South America Memes, maior comunidade colaborativa do mundo dedicada à produção de memes.
Em 2011, o grupo de estudos de Viktor Chagas na Uff começou a coletar memes – até ali um fenômeno midiático recente – que serviriam como objeto de pesquisas. Ao desenvolver atividades internas na universidade, o grupo reparou que o acervo tinha volume, despertava interesse e que poderia ser acessado pelo grande público. Ali surgiu o Museu do Meme, que hoje reúne memes de todas as épocas e regiões do Brasil.
“O museu tem um pouco uma provocação que vai em duplo sentido: ao mesmo tempo em que brinca com a ideia de um museu, propriamente, uma instituição de elite, de salvaguarda de uma arte erudita, a gente está trazendo a cultura popular de internet para esse universo”, revela Chagas. “Também está apontando a provocação num outro sentido, ou seja, de deslocar também o significado do meme. O que a gente pode olhar pelo sentido do humor do banal (...) a gente olhou para isso como objeto de estudo, obra de arte, como os museus fazem.”
Gênero midiático e manifestação cultural própria da Internet, o meme floresceu com naturalidade entre os brasileiros, cujo humor é muitas vezes um estilo de vida.
“A gente tem, de fato, um humor muito peculiar. Mas nosso humor é tão peculiar quanto o humor dos outros”, o professor faz a ressalva. “Se a nossa peculiaridade é ‘perder o amigo mas não perder a piada’, o humor chinês é um pouco diferente do nosso, porque está o tempo todo tentando burlar a censura estatal. O humor americano é diferente do nosso, poque é aquele de levar até o limite a piada (...) Respeitando as peculiaridades de cada forma de humor, a gente entende que o Brasil se insere nesse 'ecossistema'.”
O meme enquanto crônica
Para Viktor Chagas, "os memes comentam os acontecimentos. Então, funcionam cada vez mais como uma espécie de linguagem que debate o que está acontecendo, propriamente. Seja num universo político, seja num universo cultural, os memes funcionam muito como um comentário social de internet.” Pela análise do professor, os cronistas seriam os próprios usuários da grande rede.
“As pessoas estão conversando ali e se expressando através dos memes. Seja aquele meme, por exemplo, com a expressão mais básica de um comentário anterior, como Michael Jackson comendo pipoca na cena do Thriller, seja um meme que brinca com a cena ou situação, em específico. Muito meme surge de forma absolutamente espontânea”, analisa.
South America Memes: produção em escala
No segundo bloco, o apresentador Alan Ribeiro bate um papo com Gabriel Hakkinen, Jones Uchiha e Thamiris Barcelos, produtores de conteúdo a administradores do coletivo South America Memes. O grupo começou suas atividades em 2015, na forma de website que, na verdade, erá só uma brincadeira entre amigos. Ainda com pouco tempo de atividade, o coletivo lançou um meme que atingiu milhões de visualizações. A parti dali, os amigos viram o potencial desse tipo de conteúdo e passaram a se dedicar integralmente à produção de conteúdo viral.
Cinco anos depois, o South America Memes conta com uma extensa rede de colaboradores, que produz conteúdo para diferentes canais e sites na internet.
"A gente recebe milhares de memes por dia”, conta Thamiris. “Tem muita coisa que não pode ir, coisas com xenofobia, racismo etc. A gente procura moderar e tem mais de 70 moderadores cuidando dos memes que os membros enviam. Tem também os administradores, além da gente, pessoas que eram moderadoras, cresceram junto com a gente e passaram a entender muito mais os grupos."
Ao ar toda sexta, às 21h15 e com 30 minutos de duração, Viralizando busca ampliar o diálogo com o público jovem e debater o potencial de comunicação, negócios e humor da Internet. Cada episódio traz uma entrevista em estúdio e quadros que trazem um pouco da linguagem da Internet para a televisão.
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