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Na volta das edições inéditas, o programa Impressões apresenta uma entrevista com o músico gaúcho Yamandu Costa conduzida por Katiuscia Neri nesta segunda (3), às 21h, na TV Brasil. A produção jornalística celebra os 40 anos do artista que está morando em Portugal.
Com uma agenda cheia de shows no Brasil, o violonista e compositor é um dos maiores fenômenos da música nacional quando se trata de explorar as diversas possibilidades de um violão de sete cordas.
Durante o papo com a jornalista da TV Brasil, Yamandu Costa fala sobre a recente mudança para Europa. "Tenho trabalhado cada vez mais por lá. E estou sentido que está no momento de ter essa experiência fora do meu país. Eu tive oportunidades de morar fora algumas vezes e nunca quis e agora me deu essa sensação de que vai ser um momento muito legal".
Filho de um casal de artistas, pai multi-instrumentista e mãe cantora, o menino Yamandu começou a tocar violão aos sete anos de idade. Ele conta que fez do gosto musical a sua forma de ver o mundo.
"Música para mim é remédio, é forma de vida. As pessoas ainda entendem de uma maneira bastante superficial essa linguagem. Acho que se a música fizesse parte do dia-a-dia das pessoas, sem dúvida os dias teriam mais sentido, mais profundidade", reflete o convidado.
Para ele, é preciso ter uma mudança de percepção das pessoas. "Acho que é um entendimento. Primeiro é um entendimento e o respeito. Isso se trata basicamente de educação, uma coisa que faz bastante falta no nosso país. Então, quando se tem um pouco mais da compreensão disso, acho que a gente vai melhorar muito como ser humano".
Completamente conectado ao mundo digital, com canal no Youtube, perfil no instagram e site na internet, o músico gaúcho não para. Criou até um aplicativo com partituras para os amantes do violão. "A gente vai tentando se aproximar das pessoas", revela.
Yamandu Costa analisa com entusiasmo as perspectivas tecnológicas. "O lado bom que a internet nos promove é grande demais, uma quantidade de informação. A geração nova já vem de um outro patamar, né? Na minha época a gente aprendia música com fita cassete, ouvindo, tirando de ouvido... Hoje em dia está tudo aí", pontua.
Por meio do canal "Histórias do violão", série que ele criou no YouTube para mostrar a sua rotina em lugares e países diversos onde se apresenta, Yamandu aposta na revolução digital para garantir ao público um aprendizado que vai além da música.
Argentina, Brasil, Colômbia, Tóquio, Rússia são apenas alguns desses lugares retratados em seu canal. Para ele é importante "ter um material que aproxime as pessoas da sua vida, não da sua parte artística. Poder levar as pessoas nas viagens".
De acordo com Yamandu, um dos maiores prazeres é conhecer o mundo levando a sua música. "O que acontece de forma natural e espontânea é muito legal. As pessoas te recebem sempre com a comida local, com a música local, com aquele carinho, com a coisa da cultura e porque não poder mostrar isso para as pessoas, né?".
Na visão do artista, isso é uma prova de que a linguagem musical é universal. "Se tratando de uma música que não tem palavra, só tem poesia, ela é completamente ilimitada. Você consegue rodar o planeta inteiro e se comunicar através dela", define.
Com um virtuosismo sem limites, Yamandu também fala do recente lançamento de um trabalho inédito de voz e violão, o álbum "Vento Sul" em que pela primeira vez ele aparece cantando.
"É muito difícil. Esse negócio de cantar não é uma coisa fácil, não. É um registro, aí as pessoas num momento tão agressivo do mercado que a gente vive através dessas redes digitais não entendem muito bem como alguém pode lançar um produto que não tenha a intenção de ter um viés comercial", afirma.
Sem medo de rótulos, o gaúcho completa seu raciocínio. "Eu acho que a gente pode fazer o que a gente quiser. Tem que ter verdade no coração". Aficionado pelo violão, revela que tem mais de trinta instrumentos.
No final da gravação para a TV Brasil, Yamandu Costa diz que escolheu o violão de sete cordas pela vasta amplitude sonora. "Tem uma frase de um maestro italiano que fala que somente a música é capaz de salvar um homem da enganação das palavras. Eu acredito nisso", conclui.
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