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A TV Brasil celebra a vida e a obra de duas personalidades da literatura e da sétima arte do país neste sábado (1), às 20h. O Recordar é TV resgata do acervo preservado pela emissora pública uma entrevista da escritora Nélida Piñon e do cineasta Cacá Diegues ao jornalista Araken Távora, no programa "Os mágicos" (1977) produzido pela extinta TV Educativa do Rio de Janeiro.
A relação entre cinema e literatura é antiga: para além das famosas adaptações, as duas linguagens produzem afetos e alimentam o imaginário do público. Os convidados discorrem sobre criatividade, juventude e maturidade, além de comentarem sobre suas obras.
Obra literária de Nélida Piñon
No primeiro bloco, uma das mais importantes vozes da literatura brasileira, Nélida Piñon fala com o jornalista Araken Távora sobre a diferença entre a sua produção como escritora na juventude e já na maturidade.
A autora afirma estar sempre em mutação e ressalta que seu processo de trabalho evoluiu com o tempo. Ela rememora a adolescência e o impacto das palavras. A entrevista para a TVE-RJ aconteceu na época em que Nélida lançava o romance "A força do destino".
Primeira mulher a se tornar presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), entre 1996 e 1997, Nélida Piñon foi eleita em 27 de julho de 1989 para a cadeira 30 que tem Pardal Mallet como patrono.
A imortal tomou posse em 3 de maio de 1990, recebida por Lêdo Ivo. A escritora é a qual é a quinta ocupante da cadeira. Ela foi precedida pelo filólogo Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira, autor do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.
Atualmente, aos 82 anos de idade e cerca de 55 de carreira, Nélida reúne mais de 20 livros publicados em sua obra que combina títulos de romance, memórias, contos, crônicas, ensaios e até literatura infanto-juvenil.
A produção literária da autora foi reconhecida com diversas premiações importantes no país, como o Jabuti, e no exterior como o Prêmio Príncipe de Astúrias, Casa de las Americas e Cátedra Enrique Iglesias.
Refinada filmografia de Cacá Diegues
Crítico refinado e cineasta reconhecido, Cacá Diegues conseguiu fazer o público enxergar com mais clareza a realidade brasileira através de suas lentes. Considerado um dos fundadores do Cinema Novo, o diretor é premiado no país e também tem reconhecimentos no exterior.
Durante a entrevista para Araken Távora, o renomado diretor analisa sua filmografia e relaciona as produções do cinema brasileiro às mudanças do país. O programa apresenta trechos do filme "Chuvas de verão" (1978), obra em produção pelo cineasta na época.
Cacá Diegues também aborda a importância da música na sétima arte. O cineasta fala das parcerias musicais em sua trajetória audiovisual. O convidado ainda revela que queria ser maestro.
O diretor explica como nasce um longa-metragem ao aprofundar o modo de concepção de um filme. Cacá conta que é um processo difícil, mas ele anota as ideias que se transformam numa sinopse. Para exemplificar, ele analisa como realizou obras como o clássico "Xica da Silva" (1976), seu maior sucesso popular.
Ao refletir sobre a matéria prima do cinema, Cacá remete à subjetividade da produção audiovisual. Ele comenta como a sétima arte é capaz de conjugar a afetividade e o imaginário no plano da comunicação.
Com dezenas de filmes em sua filmografia, diretor de produções elogiadas como "Bye Bye Brasil" (1979), "Tieta do Agreste" (1996), "Orfeu" (1999), "Deus é brasileiro" (2003), "O Maior Amor do Mundo" (2006) e o recente "O Grande Circo Místico" (2018), Cacá Diegues segue em atividade no cinema brasileiro aos 79 anos.
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