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O programa Caminhos da Reportagem investiga o problema do lixo plástico no planeta nesta terça (27), às 22h30. A produção jornalística da TV Brasil mostra a gravidade da poluição marinha responsável por um impacto ambiental sem precedentes e diretamente conectado ao modo de vida da sociedade contemporânea.
Há 35 anos velejando pelos mares, a família Schurmann é testemunha do aumento da degradação dos mares. "Nós paramos em Ducie Island, que é o ponto nemo, o lugar mais longe de qualquer terra que existe no mundo. Quando nós descemos, eu falei: não acredito. Totalmente cheia de plástico", conta Heloísa Schurmann, ativista ambiental e matriarca da família.
Os navegadores se preparam para, em dezembro, partir numa nova missão em parceria com a ONU Meio Ambiente, chamada "Voz dos Oceanos", em que eles pretendem levar formadores de opinião e retratar o impacto do plástico em locais antes paradisíacos.
Todos os anos, 8 milhões de toneladas de lixo plástico vão parar nos oceanos, de acordo com o relatório da organização WWF, publicado em 2019, com dados do Banco Mundial. São materiais descartados de forma incorreta, que, com a água da chuva, chegam ao mar e alcançam os locais mais remotos do planeta.
Previsões da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que se nada for feito, em 2050 teremos um volume maior de plástico do que de peixes nos oceanos. Segundo a WWF, 50% do total de lixo plástico foi produzido dos anos 2000 em diante.
Um dos maiores desafios de governos e corporações hoje é combater o microplástico, microesferas do material que, por ação da água do mar, do sol e de microorganismos, partem-se em pequenas esferas de menos de 5mm, muitas vezes imperceptíveis a olho nu.
Estudos mostram que essas partículas não só estão sendo ingeridas por animais marinhos, como estão presentes na água consumida pelo ser humano, já que as estações de tratamento não conseguem filtrá-las.
Hoje, diversos atores da sociedade se mobilizam para resolver o repensar o uso excessivo do plástico. Em maio deste ano, 187 países assinaram um compromisso com a ONU para monitorar os resíduos plásticos para além de suas fronteiras e restringir seu envio a nações em desenvolvimento.
"Como nunca houve um acordo desse tipo antes, considero-o histórico e ele ajudará particularmente países que não têm condições de lidar com tais lixos", destaca o diretor regional da ONU Meio Ambiente para América Latina e Caribe, Leo Heileman.
Também os governos, na forma de leis, as empresas e a indústria do plástico, pressionados por especialistas e organizações internacionais, se comprometem com metas para buscar alternativas ao plástico e aumentar os índices de reciclagem.
Para a gerente do Programa Mata Atlântico e Marinho da WWF, Anna Carolina Lobo, o impacto é enorme e a conscientização da sociedade, urgente e necessária: "Nós somos a primeira geração, baseada em ciência e dados, que tem plena noção do tamanho do impacto e talvez sejamos a última que poderia ter feito algo. Está na hora de agir e é possível mudar esse cenário", defende.
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