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A literatura de cordel guia o bate-papo do poeta Bráulio Bessa com a jornalista Katy Navarro sobre esse gênero literário que o programa Trilha de Letras investiga nesta terça (13), às 23h30, na TV Brasil. O autor também fala sobre seu processo criativo e destaca a reação do público ao ler seus textos.
Com sua diversidade de temas, rimas e muito bom humor, essa poesia popular e sofisticada traz a força cultural característica do Nordeste em sua construção textual. A entrevista de Bráulio Bessa para a apresentadora da emissora pública também está no aplicativo EBC Play.
Durante a conversa, o escritor conta como decidiu ser poeta ao conhecer a obra do cordelista sertanejo Patativa do Assaré quando tinha apenas 14 anos. Para Bráulio Bessa, a literatura é transformadora e a poesia emociona ao tratar de sentimentos tão próprios do ser humano.
"Quando eu tive contato com a poesia percebi que um poeta de linguagem muito simples era capaz de falar do que há de mais complexo no mundo que é o sentimento humano, de amor, de saudade, de paixão e de perdão", enumera.
Ele aborda essa história em seu segundo livro "Poesia que transforma", publicação lançada no ano passado. Bráulio explica que esse título conta a sua história de vida ao resgatar a infância e a inspiração para se tornar um autor.
"Botei na cabeça que queria ser poeta e comecei a escrever. O mais bonito nisso foi sentir o poder transformador da literatura, da educação e da arte na minha vida. Percebi que era possível ser também um agente de transformação na vida de outras pessoas", recorda.
O convidado reforça esse potencial da poesia. "Se um livro de Patativa do Assaré nas mãos de um menino de 14 anos de idade que não tinha sonho nenhum fez com que ele quisesse ser poeta, virar escritor e um dia vou lançar um livro, isso é muito transformador", define.
Bráulio Bessa revela para Katy Navarro a reação dos leitores aos seus textos. "As pessoas passaram a me parar na rua para contar histórias e dizer que determinado poema as ajudou de algum modo. Comecei a ouvir muitos depoimentos", lembra.
Com sensibilidade, o autor destaca como a emoção que os seus textos despertam no público influencia em seu processo criativo. "A minha poesia fala de gente. Minha maior inspiração é o contato com as pessoas. Eu sou um 'prestador de atenção'. Fico vendo o que elas sentem, o que eu sinto, misturo e vira poesia".
Mais perspectiva sobre esse gênero
A importância do cordel na literatura nacional também é tema do poeta Aderaldo Luciano que gravou depoimento para o Trilha de Letras. "O cordel sempre foi estudado não como literatura ou poesia, mas como algo exótico e folclórico que não tinha atributos estéticos", explica.
Ele completa o raciocínio sobre o tema. "Não se reconheceu o cordel como sendo, talvez, a única forma poética genuinamente brasileira nascida em solo nacional. Essa forma poética foi criada aqui no Brasil", comenta o escritor sobre esse gênero literário.
No quadro "Leituras", a produtora Maíra de Assis lê um trecho do livro "Lampião e Lancelote", de Fernando Vilela. O Trilha de Letras abre, ainda, um espaço para novos autores no quadro "Dando a letra" que apresenta nesta edição a obra da autora Patrícia Tavares.
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