Divulgação TV Brasil |
O longa de humor "O Corintiano" (1966) é a produção que a TV Brasil exibe na sessão de filmes desta segunda (25), às 22h45. A comédia é estrelada pelo saudoso cineasta e ator Amácio Mazzaropi que fez história na sétima arte do país.
Até hoje o humorista é considerado um dos maiores atores do país. Perspicaz, ele utilizou da figura do "jeca" para fazer rir. A filmografia desse comediante icônico reúne mais de 30 longas em que ele atuou e alguns também dirigiu.
Na trama de "O Corintiano", Mazzaropi interpreta "Seu" Manuel, um barbeiro que é torcedor fanático do Corinthians. Ele é capaz das maiores loucuras para torcer pelo seu time do coração. Obcecado pelo "Timão", o protagonista vive se envolvendo em problemas com os vizinhos e a família por conta de sua paixão descontrolada pela equipe paulista.
Com cenas hilárias, a produção mostra "Seu" Manuel aprontando mil e uma situações. Entre as confusões criadas pelo personagem estão andar com um burro preto e branco, bater boca com torcedores de clubes rivais, fazer promessas malucas e orações, passar por sofrimentos, xingar na arquibancada e até comprar todos os jornais das bancas quando seu time perde.
Realizado em preto e branco, o longa inclui cenas de jogos reais do Corinthians, nas quais aparecem atletas como Roberto Rivellino e Dino Sani, entre outros. As locações das filmagens foram o Estádio do Pacaembu, em São Paulo, e a Fazenda Santa, em Taubaté. Além disso, a comédia exibida pela TV Brasil contou com a participação especial de Elisa Alves do Nascimento, a torcedora-símbolo do Corinthians.
Trajetória de sucesso com clássicos de humor nas telonas
Referência da comédia no cinema brasileiro, o humorista Amácio Mazzaropi tem uma trajetória que contempla 32 filmes realizados entre 1952 e 1980. Em muitos deles, além de atuar, Mazzaropi desempenhou funções como produtor, roteirista e até cineasta, assinando sozinho a direção da obra ou colaborando com outro diretor.
Mazzaropi chegou a atrair mais de oito milhões de espectadores em um único longa-metragem. Ele deu vida ao imortal e carismático estereótipo do homem do campo. Jeca, seu personagem, caipira e ingênuo, mas com doses de malícia, conquistou a simpatia das massas populares, que garantiam as sessões lotadas em todos os seus filmes.
A estreia de Amácio Mazzaropi nas telonas foi em “Sai da frente” (1952), no papel de Isidoro, um motorista de caminhão que deixa o carro desgovernado em plena cidade de São Paulo. A partir daí seguiu caminhando em pequenas, médias e grandes apresentações consolidando seu nome no cinema brasileiro, além de programas de televisão e nos palcos do teatro.
Em 1958, Mazzaropi funda a PAM Filmes (Produções Amácio Mazzaropi), em modernos estúdios em Taubaté, e lá realizou 23 longas-metragens. Os maiores sucessos foram "Jeca Tatu" (1959) e "Casinha pequenina" (1963), ambos contabilizando oito milhões de pagantes cada.
O último trabalho do saudoso comediante no cinema foi "O Jeca e a Égua Milagrosa", de 1980. No ano seguinte, o artista morreu aos 69 anos, vítima de um câncer na medula antes de concluir a obra "Maria Tromba Homem", filme que ficou inacabado.
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