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Nos anos 1950, um grupo de amigos autores do Recife decidiu confeccionar seus próprios livros. A produção, porém, ia além de pesquisar, criar e escrever histórias. Como não havia editoras de livros no Recife, compraram impressoras manuais, conjuntos de tipos e passaram a imprimir suas obras. Com inventividade gráfica e bom conteúdo literário, Aloísio Magalhães, Orlando da Costa Ferreira, José Laurênio de Melo e Gastão de Holanda fundaram “O Gráfico Amador”.
Misto de ateliê gráfico e editora experimental, o local e as histórias de sua fundação e de seus integrantes – todos já falecidos – serão narradas em “O Gráfico Amador”. Aprovada pela Ancine com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, o filme produzido pela Luni Áudio e Vídeo com exclusividade para o Curta! se encontra em fase de pesquisa e produção e previsão de estreia para o ano que vem. Entre as imagens, estarão materiais utilizados pelos fundadores do “Gráfico” e livros da época conservados em instituições de ensino e pesquisa e com pessoas físicas como o bibliófilo José Mindlin.
Além de retratar a cena cultural do Recife durante os anos de 1950 e os diferentes contextos de onde vieram os fundadores e os participantes do movimento criado pelo ‘O Gráfico Amador’, o filme abordará a juventude recifense de artistas que viriam a ser conhecidos nacionalmente como Ariano Suassuna, Aloísio Magalhães e João Cabral de Melo Neto. Outros aspectos são o mercado editorial de livros de arte e de livros sofisticados em pequenas tiragens; obras que se tornam itens de colecionadores; a relação entre esse tipo de edição e a literatura de cordel, que utiliza métodos semelhantes porém material e público diferentes; a sobrevivência das artes gráficas tradicionais nessa época digital, entre outros.
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