O jornalista e apresentador Marcelo Tas participa do programa Estação Plural desta quarta (12), às 22h15, na TV Brasil. Com sua irreverência característica, o convidado, que também é ator, recorda alguns dos diversos personagens que já interpretou na televisão.
Durante a entrevista para os apresentadores Ellen Oléria, Mel Gonçalves e Fernando Oliveira (Fefito), Tas também aborda assuntos sérios como a relação com o filho Luc que é transexual, os preconceitos linguísticos, os crimes digitais e a capacidade de argumentação.
Dono de um espírito provocador inconfundível, o também diretor e roteirista reflete sobre a argumentação nos embates da sociedade contemporânea e alerta para as ocasiões em que o diálogo se torna agressão.
"Todos nós hoje temos uma tarefa de transformar isso. A gente precisa principalmente conviver com quem pensa diferente de nós. Através da conversa vamos trocando ideias e lidando com o conflito. O confronto é quando se parte para a ignorância", define ao destacar os ataques às mulheres, aos gays e aos negros apenas por serem quem são.
Ícone da infância dos anos 1980, Marcelo Tas vivenciou personagens como o repórter fictício Ernesto Varela e o Professor Tibúrcio no programa infantil "Rá-Tim-Bum". Quando os apresentadores ainda eram crianças, Tas já brilhava nas telinhas e conta histórias daquela época. Eles aproveitaram a presença do jornalista no Estação Plural para se lembrar do refrão que o professor sempre usava: "Por que sim não é resposta!".
A apresentadora Mel Gonçalves, como mulher trans, tinha outro tema importante com Tas: agradecer pela maneira como ele, pai do trans homem Luc, se referiu a essa questão sempre com naturalidade e clareza. Essa introdução levou às pautas do programa: a relação de Tas com os professores que teve pela vida e as lições que aprendeu com seu filho Luc. "A ignorância é algo muito perigoso. Quando você tem medo de aprender coisas novas, pode causar violências terríveis", afirma.
Preconceito linguístico
O programa da TV Brasil aborda ainda preconceitos linguísticos, crimes digitais e como as pessoas às vezes tiram conclusões apressadas com base em sotaques e regionalismos. No quadro do dicionário pajubá, Marcelo Tas tem que descobrir o significado da palavra “BET” (lê-se Betty) na gíria LGBT. Será que ele acerta?
O Estação Plural consulta o professor de língua portuguesa Sérgio Nogueira Duarte que fala sobre o combate à intolerância linguística e a respeito da língua padrão. "O preconceito linguístico é uma realidade. Precisamos aprender as variantes linguísticas. Todas têm o seu valor e seu devido lugar o que nos cabe é saber fazer a devida adequação: quando eu posso utilizar determina linguagem", pondera.
Para Marcelo Tas, é preciso respeita a diversidade nacional. "A riqueza do Brasil é essa variedade de raças, sotaques... A gente não pode negar isso", defende. Ele ainda conversa com os apresentadores sobre as expressões e os neologismos próprios da era internet. "Eu tento mais aprender do que ensinar. O grande truque na internet é ouvir", opina.
Discussão na web e crimes digitais
Ainda no tema da web, ele não admite entrar em embates rasos. "Eu tenho uma regra para discussão nas redes sociais. Se a pessoa partir para a agressão não dá pra continuar a conversa. Procuro debater com gente que foi muito mais pesada na argumentação, muitas vezes até me acusando de coisas que não fiz, para continuar o diálogo do que quem parte para o xingamento", explica.
Sobre os crimes digitais, Marcelo Tás é enfático. "É preciso denunciar e falar com transparência. Não se pode abaixar a cabeça nem colocar pra debaixo do tapete. A gente atribui a internet poderes malévolos, mas são pessoas que estão por trás dessas ações. É legal para a gente afinar a nossa sensibilidade".
O jornalista vai além. "A notícia que eu tenha é a seguinte: não tem volta. Estamos em uma era que só se acelera. Não se pode ter medo. É uma era da transparência. As coisas não ficam mais escondidas até para um caso de intimidade. A gente vai ter que saber conviver com esse barulho.", finaliza.
No quadro do desafio Aurélia, momento em que os convidados buscam adivinhar o significado de termos do universo LGBT, Marcelo Tas tenta descobrir o sentido da expressão "BET" na linguagem pajubá.
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