O terceiro episódio inédito da série Atos recebe o veterano ator Renato Borghi neste domingo (16), às 20h30, na TV Brasil. Ele é convidado para uma entrevista exclusiva na Casa das Artes de Laranjeiras, parceria da emissora pública na nova produção.
A memória do teatro serve como guia para o bate-papo que investiga a dramaturgia com um grupo de estudantes de artes cênicas, mediados pelo professor e diretor teatral Antonio Gilberto.
Aos 81 anos, premiado por sua atuação nos palcos e como dramaturgo, Borghi comemora seis décadas de carreira. "Ainda não me sinto um ator realizado", dispara logo no início da sabatina em que compartilha sua vasta experiência como intérprete no teatro, cinema e televisão.
Homenagem a Cacilda Becker
Na conversa, ele relembra o início da trajetória artística iniciada em 1958, fala da importância da cultura na sociedade brasileira, passeia pela memória do teatro e homenageia o trabalho marcante da atriz Cacilda Becker.
Seguido pelo olhar ávido por conhecimento dos alunos, com questionamentos sobre a arte de atuar, Borghi revela o sonho de ainda encenar Shakespeare nos palcos, ensina exercícios de voz e passa referências para o grupo.
Resgate da peça "O Rei da Vela"
Para completar, o artista é presenteado pelos atores-alunos, que interpretam uma cena da peça "O Rei da Vela" (1967), com texto de Oswald de Andrade e direção de José Celso Martinez.
Renato Borghi interpretou o personagem "Abelardo I" na temporada de estreia da montagem. Consagrado no papel, com uma atuação irreverente e debochada, o ator obteve reconhecimento do público e da crítica especializada na época.
Carreira com grandes apresentações
Com mais de 50 espetáculos no teatro, cerca de 22 produções na televisão e aproximadamente outras dez no cinema, Borghi tem uma trajetória repleta de papeis marcantes sobretudo nos palcos.
Atos lembra que o artista também fez história como autor. O experiente convidado da série realizada pela TV Brasil ganhou os mais importantes prêmios do teatro seja como melhor ator e também como autor.
Borghi escreveu o texto de peças como "O Lobo de Ray-Ban" (1987), com Raul Cortez e Christiane Torloni. Também é responsável pelo premiado musical "A Estrela Dalva" (1987), homenagem à cantora Dalva de Oliveira, protagonizado por Marília Pêra, e pela comédia "Cadela de Vison" (2008), em que contracenou com a sobrinha Luciana Borghi.
Como ator, nos palcos, Borghi fez "Chá e Simpatia" (1958), de Robert Anderson; "A Incubadeira" (1959), de José Celso Martinez Corrêa; "O Rei da Vela" (1967), de Oswald de Andrade; "Galileu Galilei" (1968), de Bertolt Brecht; "As Três Irmãs" (1972), de Anton Tchekhov, "Édipo Rei" (1983), de Sófocles; "O Beijo no Asfalto" (2011) e "Sete Gatinhos" (2012), ambas de Nelson Rodrigues; "A Gaivota" (2015), de Anton Tchekhov; e "Fim de Jogo" (2016), de Samuel Beckett.
Na tevê, onde estreou em 1966 no elenco de "Ninguém Crê em Mim" (1966), da TV Excelsior, atuou em várias produções de diferentes canais. Destaque para obras como "Dona Beija" (1986), da Manchete; "As Pupilas do Senhor Reitor" (1995), do SBT; "A Turma do Pererê" (1999), da TVE Brasil e "Bang Bang" (2006), da Rede Globo. Também passou por emissoras como TV Tupi, Bandeirantes e TV Cultura.
Já na sétima arte, Renato Borghi trabalhou em filmes como "O Homem do Pau-brasil" (1982), de Joaquim Pedro de Andrade; "Sua Excelência, o Candidato" (1992), de Ricardo Pinto e Silva; e "Cabra-cega" (2004), de Toni Ventura.
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