Imagem/Divulgação TV Brasil |
David Smolanski, ex-prefeito de El Hatillo, um dos distritos de Caracas, capital da Venezuela, depois de ter sua prisão decretada por Nicolás Maduro, fugiu para o Brasil e hoje vive em Washington, nos Estados Unidos, de onde falou com o jornalista Moisés Rabinovici, no programa Um olhar sobre o mundo.
Ele contou como fugiu da Venezuela em 2017, quando soube da ordem de prisão, disfarçado e viajando pela selva até atravessar a fronteira brasileira para chegar a Boa Vista e depois a Brasília, onde recebeu a proteção do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, antes de ir para os Estados Unidos. A entrevista vai ao ar nesta segunda (12), às 21h45, na TV Brasil.
Com avós que escaparam da União Soviética e pai que também foi obrigado a deixar Cuba em 1970, David Smolansky faz parte da terceira geração de uma família sempre forçada a fugir de perseguições políticas.
Desta vez, por causa de sua atuação na prefeitura de El Hatillo, que integra a capital venezuelana, Smolansky atraiu a ira de Nicolás Maduro, que mandou prendê-lo. Depois de conseguir entrar no Brasil, ele foi para Washington, de onde trabalha para tentar mobilizar a comunidade internacional contra o ditador da Venezuela.
Ele disse que tem grande expectativa de que o presidente eleito Jair Bolsonaro auxilie a combater o regime venezuelano que, segundo disse, representa uma ameaça não só para seu povo, mas para outros países latino-americanos e especialmente para o Brasil, que tem fronteira com a Venezuela.
"Esperamos que o presidente Bolsonaro ajude, com outros presidentes da América Latina, incrementando a pressão da comunidade internacional para evitar a ditadura de Nicolás Maduro".
Smolansky disse que seu país vive uma situação dificílima em função da repressão e das dificuldades econômicas que provocam milhões de refugiados. Explicou que Maduro apenas se mantém no poder graças ao regime de medo que impôs e ao apoio de parte das forças armadas venezuelanas.
Para ele, é muito importante que o Brasil mantenha suas fronteiras abertas para permitir o acolhimento dos refugiados que chegam diariamente a Roraima e que as autoridades forneçam todo o apoio necessário para que possam reconstruir suas vidas até um dia conseguirem voltar para seu país.
Ao mesmo tempo, disse esperar que o Brasil faça como os Estados Unidos, Canadá e União Europeia e institua sanções a altos funcionários da ditadura venezuelano implicados em violações de direitos humanos, corrupção, narcotráfico e lavagem de dinheiro. Alertou que a presença na fronteira de forças paramilitares, que conforme disse, tem a proteção de Maduro e representam um grande perigo para o Brasil e para a Colômbia.
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