Imagem/Divulgação TV Brasil |
A comunicação pública tem um papel fundamental no Brasil e no mundo de modo complementar aos sistemas estatal e privado. O programa Mídia em Foco abre o debate sobre o assunto na edição inédita desta segunda (12), às 22h45, na TV Brasil.
Para discutir a importância da mídia pública, o programa apresentado por Paula Abritta recebe três jornalistas que estudam o tema: as professoras Márcia Detoni e Mariângela Haswani e o pesquisador Octavio Penna Pieranti.
A produção aborda questões relacionadas aos modelos de financiamento, à autonomia financeira e editorial, ao alcance popular, à participação crítica da sociedade e ao tipo de conteúdo a ser veiculado. A ideia é refletir sobre a busca por uma mídia pública independente, plural, inovadora e de qualidade.
As diversas plataformas que surgiram a partir do advento das novas tecnologias embasam a argumentação da jornalista e professora Márcia Detoni. A educadora da Universidade Mackenzie destaca como essa percepção já tem repercutido no exterior.
"As novas tecnologias são uma grande oportunidade para o rejuvenescimento da mídia pública, e a gente observa que essa oportunidade tem sido muito bem aproveitada nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. Eles perceberam que não são apenas uma emissora de TV ou uma emissora de rádio, que uma emissora pública é uma provedora de conteúdos nas mais diversas plataformas".
Professora da Escola de Comunicações e Artes da USP, Mariângela Haswani analisa o papel da mídia pública sob a ótica do interesse da população. "A comunicação pública é a única ferramenta capaz de garantir a democracia. Como é que alguém lá na ponta vai decidir alguma coisa se ele não tem a informação aqui no começo?", questiona.
O financiamento desse sistema é posto em pauta pelo jornalista e pesquisador Octavio Penna Pieranti, autor do livro "A radiodifusão pública resiste: a busca por independência no Brasil e no leste europeu".
"A radiodifusão pública tem que ter fontes de financiamento plurais que lhe permitam sobreviver. E não é sobreviver sem dignidade, é sobreviver com recursos necessários para o seu investimento", pondera o estudioso.
Histórico de emissoras públicas no Brasil e no exterior
Informar, educar e entreter: esse é o lema da BBC. Fundada como uma emissora privada em 1922 com o nome de British Broadcasting Company, após enfrentar problemas de financiamento tornou-se em 1927 a primeira empresa pública de radiodifusão do mundo e mudou o nome para British Broadcasting Corporation. Em 1934, foi inaugurada a primeira emissora pública de televisão: a alemã Fernsehsender Paul Nipkow.
A primeira emissora pública do Brasil foi a Rádio MEC. Criada em 1923 por Edgard Roquete Pinto e Henrique Morize como Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Foi doada ao Ministério da Educação em 1936 tornando-se pública. A emissora, hoje gerida pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), mantém fins educativos, culturais e informativos. Já a primeira televisão pública do Brasil foi a TV Universitária de Pernambuco, inaugurada 1968.
Nas últimas décadas a mídia pública nacional passou por uma série de mudanças incluindo a criação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que construiu um novo modelo público de radiodifusão, gerindo emissoras de televisão, de rádio e agências de notícias. Ao mesmo tempo, a popularização da internet e a chegada da TV digital trouxeram outros desafios para o setor.
Tags
Programação