"Um olhar sobre o mundo" da TV Brasil discute os bancos genéticos que preservam a vida na Terra

Para tentar atenuar os efeitos da devastação causada pelo homem, de mudanças climáticas e dos desastres naturais que podem levar à permanente extinção de várias espécies, existem hoje em várias partes do mundo os bancos genéticos, que preservam sementes de plantas, sêmen e embriões de animais. São esses depósitos que no futuro poderão garantir a continuidade de várias formas de vida em nosso planeta. 




O maior desses bancos fica no gelado arquipélago das ilhas Svalbard, na Noruega, que recebe e conserva sementes do mundo inteiro, inclusive do Brasil, para defendê-las da extinção. Lá existem cerca de um milhão de sementes que ficam armazenadas e congeladas em um cofre dentro de uma montanha próxima do círculo polar Ártico. A Embrapa, em Brasília, também tem um banco genético com cerca de 127 mil amostras de sementes, além de sêmen e embriões de animais, que formam o maior banco genético da América Latina e o quinto maior do mundo. 




(Imagem/Divulgação TV Brasil)
Para falar sobre esse tema, o jornalista Moisés Rabinovici entrevista no Um olhar sobre o mundo desta segunda-feira, dia 3,  Arthur Mariante, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, doutor em genética e representante do banco genético global no Brasil. Ele explica como funcionam esses depósitos de vida, que têm como objetivo preservar para o futuro o que ainda não foi completamente destruído entre as espécies e os ecossistemas. Um olhar sobre o mundo vai ao ar na segunda-feira, dia 3, às 21h45, pela TV Brasil.

O cientista conta que entre os pesquisadores do mundo inteiro cresce a preocupação quanto a possibilidade de se perder definitivamente várias espécies e, no entanto, essa realidade não tem sido acompanhada por muitos centros de decisão governamentais e em órgãos oficiais em alguns países. Os Estados Unidos, por exemplo, ainda não assinaram o Tratado Internacional da Biodiversidade, do qual o Brasil é signatário. Mariante destaca o empenho dos pesquisadores nesse trabalho para a formação de bancos genéticos cada vez maiores e mais completos porque eles estão conscientes das ameaças que rondam a existência da vida em nosso planeta.

O pesquisador cita como exemplo ilustrativo desse trabalho de conservação das sementes o caso dos índios da etnia Krahô, que haviam perdido completamente uma variedade nativa de milho que antes era plantada por seus antepassados no Brasil. A Embrapa havia recolhido e conservado as sementes desse tipo de milho e puderam devolvê-las aos índios que voltaram a cultivar a espécie. Depois da colheita, os índios devolveram mais sementes para a Embrapa e reativaram o cultivo em suas terras, preservando hábitos e técnicas próprias daquela etnia e um alimento essencial para sua sobrevivência.

O  professor também fala sobre as técnicas para conservar as espécies, que exigem a utilização de câmaras de baixas temperaturas para as sementes e de nitrogênio líquido para sêmen e embriões. Mariante assinala, que além dos bancos genéticos, é importante que exista uma conscientização das populações sobre a necessidade de preservação dos ecossistemas, da limpeza dos rios e do mar para que se garanta a continuidade da vida na Terra.         

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