Record, SBT, e Rede TV passam a custar centavos e as negociações avançam com as operadoras

Negociações com operadoras de TV paga avançam, após nova redução de preço. (Imagem/Divulgação)
Com uma guerra que dura quase três meses de conflitos, as negociações entre Record, SBT e RedeTV! com as maiores operadoras de TV paga finalmente avançaram. A Simba, empresa que representa as três redes, sinalizou com uma redução no valor a ser cobrado para a faixa dos centavos, e todas as operadoras decidiram manter seus sinais no ar em Goiânia e outras 29 cidades de Goiás que tiveram apagão analógico à meia-noite desta quinta-feira, dia (22).

Nos últimos 30 dias, todas as grandes operadoras (Net, Claro, Sky, Vivo e Oi) exibiram em seus canais de relacionamento com o assinante mensagens em que anunciavam que, devido à falta de acordo com a Simba, teriam de cortar os canais em alta definição da Record, SBT e RedeTV! nesta madrugada.

De acordo com Daniela Castro do Notícias da TV, na manhã de hoje, no entanto, as três redes permanecem em todas as operadoras. Segundo uma fonte envolvida nas negociações, isso é um indicador de "perspectiva de acordo" próximo.

A Simba ainda não enviou uma nova proposta oficial às operadoras, mas já indicou estar disposta a aceitar um valor "realista" pelos sinais das três redes. Por valor realista, as empresas de TV por assinatura entendem algo na casa dos centavos, abaixo de R$ 1,00 pelo conteúdo HD das três emissoras por assinante.

Em março, a Simba pediu R$ 15 pelo pacote e notificou que, sem um novo contrato, as operadoras deveriam tirar as três redes do ar. Isso levou a Net, Claro, Sky e Oi a cortar os sinais na Grande São Paulo e no Distrito Federal.

Comunicado exibido pela Net em Goiânia, anunciando corte de emissoras, que não ocorreu. (Imagem/Reprodução)
A perspectiva era de que milhares de assinantes protestassem e cancelassem seus vínculos com as operadoras. Mas isso não aconteceu. Pelo contrário, a audiência das emissoras desabou na Grande São Paulo.

Até hoje, a Record e a RedeTV! não recuperaram o público perdido, apesar de as pesquisas indicarem que 100% dos domícios da capital paulista já têm receptores digitais abertos.

Acuada, a Simba sinalizou com uma redução de 90% no valor pedido inicialmente. As operadoras, contudo, disseram que R$ 1,50 pelas três redes ainda é caro demais, significaria um custo extra de R$ 350 milhões anuais quando todo o país estiver digitalizado.

Na semana passada, a Simba enviou uma carta às operadoras pedindo para elas manterem as três emissoras em Goiânia, precariamente, até que se chegasse a um acordo. As empresas de TV paga estavam dispostas a ignorar o pedido e a desligar os sinais, mas as negociações ocorridas ontem (21) mudaram esse cenário.

Além de apontar para uma proposta "realista", a Simba lançou mão de um interlocutor de confiança das operadoras, Ricardo Miranda, ex-presidente da Sky.

Miranda substituiu no mês passado o banqueiro Marco Gonçalves, que em março adotou uma postura de confronto com as operadoras. Gonçalves foi notícia no início deste ano após ser acusado de gastar R$ 1 milhão em duas noitadas em uma boate em Nova York, o que lhe custou a sociedade no banco BTG Pactual.

Com o aceno de uma proposta abaixo de R$ 1,00 e com o gesto das operadora de manter os sinais em Goiânia mesmo sem um novo contrato, as negociações devem avançar bastante nas próximas semanas, apostam atores desse mercado.

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