Maria Adelaide Amaral é a convidada da semana. (Imagem/Divulgação) |
Maria Adelaide Amaral é apaixonada pelo que faz e não abre mão do trabalho como autora, mas admite ao programa "Donos da História" deste domingo, dia 11 de junho, às 18h30: "O autor de telenovela não tem um segundo de descanso. Não sei o que é isso tem muito tempo". Homenageada da vez na tela do VIVA, a convidada é surpreendida pelos depoimentos de Gloria Pires e Sophie Charlotte, e ressalta: "É bom demais poder revelar um ator. É uma sensação maravilhosa. Isso é uma das coisas que realmente dão mais alegria nesse trabalho.". Walther Negrão também registra sua admiração pela parceira de profissão: "A autora pronta que veio por último foi a Maria Adelaide Amaral".
Durante a entrevista, a convidada destaca a importância da teledramaturgia brasileira e de precursoras como Ivani Ribeiro e Janete Clair. "A telenovela do Brasil tem uma qualidade extraordinária. Tenho um respeito profundo por Ivani e Janete. Acho as duas extraordinárias autoras. Sinto inveja delas, porque queria, até quando escrevo novelas, ser como elas. Você tem que tirar o chapéu", comenta Maria Adelaide Amaral. Ao falar sobre Silvio de Abreu, é categórica: "Aprendi muito com ele. Foi meu mentor, a pessoa que disse 'agora você vai escrever uma novela sua'. Ele foi e continua sendo uma pessoa fundamental na minha vida, na minha formação na televisão. Devo muita coisa a muita gente, mas, a ele, mais do que a todo mundo".
Nascida em Portugal, Maria Adelaide Amaral veio para o Brasil com 12 anos, morar com a família em São Paulo, e nem imaginava que o destino lhe reservava uma carreira como renomada escritora. Jornalista por formação, ela trabalhou na Editora Abril durante 16 anos. Em 1974, estreou como autora de teatro com a peça "Resistência", e dois anos depois, ganhou reconhecimento nacional com a premiada "Bodas de Papel". Ao todo, reúne mais de 14 obras para o teatro.
A trajetória na televisão teve início em 1990, quando Maria Adelaide contribuiu com Cassiano Gabus Mendes na novela "Meu Bem, Meu Mal". Fez dobradinha com o autor em 1993, com "O Mapa da Mina", última novela dele. Ainda como colaboradora, se uniu a Silvio de Abreu e Alcides Nogueira em "Deus nos Acuda" (1992), a Silvio em "A Próxima Vítima" (1995) e a Marcílio Moraes em "Sonho Meu" (1993). Em 1997, assinou sua primeira trama como autora principal: o remake de "Anjo Mau", obra de Cassiano. Outros folhetins da escritora: "Ti-Ti-Ti – 2ª Versão" (2010), "Sangue Bom" (2013) e a recente "A Lei do Amor" (2016).
Famosa pela autoria ou coautoria de minisséries de sucesso, carrega no currículo: "A Muralha" (2000), "Os Maias" (2001), "A Casa das Sete Mulheres" (2003), "Um Só Coração" (2004), "JK" (2006), "Dalva e Herivelto, uma Canção de Amor" (2010) e "Dercy de Verdade" (2012). Em 2014, supervisionou os textos de "Amores Roubados", série com direção-geral de José Luiz Villamarim. "Acho que tive bastante sorte na minha vida porque sempre topei com parceiros de excelência. E quando falamos parceiros não é só na escrita. É muito importante você trabalhar com gente talentosa, mas é muito importante você trabalhar com gente de bom caráter. Gente que feche com você", explica.
A vida pessoal da autora também é assunto do programa e ela revela: "Não sei nem se nasci para o casamento. Passei minha adolescência inteira dizendo que não ia casar, mas acabei casando. Tive filhos e procurei ser a melhor mãe que pude ser. Procurei ser a melhor esposa que consegui ser. Mas a minha vocação estava em outro lugar, sempre soube disso. Sobretudo a partir do momento que ficou muito claro que eu ia ser escritora, eu queria ser".
De acordo com Maria Adelaide Amaral, "a irreverência faz parte de sua essência", e completa: "Até que ando bem comportada, digamos assim. Já fui bem mais irreverente. Mas nunca vou deixar de ser inadequada, digamos assim. Deixar de ser transgressora, jamais".
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