Ao invés de ajudar, Novos canais da emissoras atrapalham as negociações. (Imagem/Reprodução) |
Depois do preço exigido pela Simba pela distribuição das três redes abertas em empresas como Net, Sky, Oi, Claro e Vivo, os novos canais é o principal obstáculo.
A Simba, empresa criada por Record, SBT e RedeTV!, pretende virar uma programadora de TV por assinatura. Ou seja, quer produzir canais. E quer garantir a distribuição desses canais agora, aproveitando a pressão que recai sobre as operadoras por causa do corte das três redes abertas, em 30 de março.
A Simba propõe às operadoras com pelo menos três canais. Um deles seria uma versão do Viva, com o arquivo das três redes, como as novelas da Record e edições antigas de programas de auditório do SBT, entre eles o de Silvio Santos. Um outro canal teria programação jornalística 24 horas por dia. O terceiro seria esportivo.
"Isso é pior do que comprar um carro que ainda não foi lançado", comenta um executivo envolvido com as negociações, sob a condição de não ser identificado. Segundo ele, novos canais só devem ser negociados quando efetivamente estiverem prontos, porque o momento pode ser diferente do atual. Além disso, é pertinente considerar se novos canais realmente são necessários.
Para o executivo de TV por assinatura, as conversas com a Simba têm sido marcadas pelo amadorismo. Os novos canais ainda não foram apresentados com um material gráfico ou vídeo. "É tudo na base da intenção", lamenta.
As negociações não avançaram nada nas últimas duas semanas. A Simba pediu R$ 15 pelos sinais da Record, SBT e RedeTV! e pela promessa de novos canais. As operadoras ofereceram "centavos". As emissoras ficaram de apresentar uma nova proposta, mas não o fizeram ainda.
Audiência em queda
Diferentemente do que as emissoras e a Simba vêm divulgando, Record, SBT e RedeTV! ainda não recuperaram a audiência que perderam na Grande São Paulo em 30 de março, quando determinaram a retirada de seus sinais das operadoras até o fechamento de um acordo de pagamento por suas programações.
De fato, houve uma recuperação nos índices do Ibope. Record e SBT têm crescido entre 5% e 10% por semana na média do dia, mas ainda estão longe de recuperar o patamar de audiência que tinham em março.
No comparativo de abril com março, a Record e a RedeTV! ficaram 25% menores na Grande São Paulo e o SBT, 10%.