SBT, Record e Rede TV deixam a NET e Claro hdtv em Brasília. (Imagem/Reprodução) |
Ainda segundo o que foi apurado, que a estratégia das três redes abertas é justamente induzir as operadoras a cortarem seus sinais. Assim, esperam que os assinantes se voltem contra as empresas de TV por assinatura, protestando e cancelando seus contratos. Com as operadoras enfraquecidas, terão mais chances de negociar seus sinais por um bom preço.
A notificação foi enviada para todas as operadoras, e a Sky foi a primeira a tirar as emissoras do ar, na manhã desta segunda (27). Net, Sky e Claro somam mais de 15 milhões dos 18,6 milhões de assinantes do país.
Brasília foi a primeira grande capital a ter o chamado apagão analógico, em novembro do ano passado. Às 23h59 desta quarta (29), será a vez de São Paulo. Nas duas metrópoles, mais da metade dos lares recebe TV aberta via cabo ou satélite. A Net é muito relavante em ambas.
Desde a última sexta-feira (24), Record, SBT e RedeTV! vêm bombardeando seus programas, principalmente os jornalísticos, com uma nota em que anunciam que deixarão de ter seus conteúdos na Net, Sky, Claro, Oi e Vivo a partir desta quarta, na Grande São Paulo. Acusam as operadoras de se recusarem a negociar um "valor justo" pelos seus sinais. Até a noite de ontem, no entanto, nenhuma operadora havia recebido proposta comercial, com uma sugestão de preço pelos sinais.
Apesar do ataque, nenhuma operadora recebeu proposta comercial das emissoras até o início da noite desta segunda-feira, de acordo com a ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura). Ou seja, as três redes declararam guerra à TV paga como uma forma de pressão, para mobilizar seus telespectadores fiéis e, assim, conseguir melhores preços por suas programações.
Com o fim da TV analógica, as emissoras de TV aberta podem cobrar por seus sinais, amparadas na lei 12.485, de 2011. A Globo cobra por sua programação desde 2014. De olho em uma receita que, estimam seus executivos, pode variar de R$ 500 milhões a R$ 3,5 bilhões por ano, Record, SBT e RedeTV! criaram uma empresa, a Simba, para negociar seus sinais. Juntas, elas detêm quase 20% da audiência da TV paga. Elas se inspiram na Fox, que conseguiu reajustar o valor de seus canais após tirá-los do ar na Sky, em janeiro.
A postura das operadoras também tem sido dura. Elas argumentam que não podem pagar pelas redes abertas o que vem sendo veiculado pela imprensa. Legalmente, não podem reajustar os pacotes de assinaturas já existentes, a não ser pela inflação. A única forma de absorver os novos custos, dizem, seria um crescimento da base de assinantes, mas o setor está em crise desde 2014. Encolheu mais de 1 milhão de assinantes nos últimos anos.
A postura das operadoras também tem sido dura. Elas argumentam que não podem pagar pelas redes abertas o que vem sendo veiculado pela imprensa. Legalmente, não podem reajustar os pacotes de assinaturas já existentes, a não ser pela inflação. A única forma de absorver os novos custos, dizem, seria um crescimento da base de assinantes, mas o setor está em crise desde 2014. Encolheu mais de 1 milhão de assinantes nos últimos anos.