FOX diz que ofereceu à SKY condições similares às que tem em outras operadoras de TV paga

Fox ofereceu os mesmos beneficios a Sky durante as negociações de renovação de contratos. (Imagem/Divulgação)
A FOX respondeu a alguns questionamentos feitos pelo jornalista André Mermelstein ao site telaviva sobre a negociação com a SKY, que chegou na última terça, 24, à ameça de suspensão de sinal da programadora.

Segundo a empresa, o ajuste solicitado "reflete as condições atuais de mercado e o que pagam os outros distribuidores por nossos canais". Fontes da operadora disseram que o aumento pedido era abusivo. A FOX rebateu e disse: "As condições que pedimos para a Sky não são diferentes das dos outros distribuidores", diz a programadora.
A punição, porém, não é definitiva, e as negociações continuam. A Fox se diz confiante de que o assunto se concluirá em breve. "As negociações continuam e esperamos chegar ao acordo".

O site ainda perguntou se, além do reajuste dos valores, questões de empacotamento também atravancaram a negociação. A Fox afirma que está "simplesmente adequando os pacotes e preços de acordo com as condições atuais do mercado. Além disso, pedimos que seja feito o lançamento dos canais que a Sky ainda não lançou, como o pacote Fox Premium". Sobre o Fox Sports, que já é carregado pela operadora, a Fox diz que o aumento pedido reflete o crescimento dos custos com eventos esportivos.

Análise da situação

O problema da Fox com a Sky não é exclusivo nem da operadora, nem da programadora, mas uma conjuntura de mercado que gera pressões para ambos os lados, da programação e da distribuição. Todas as renovações de contrato têm sido mais duras, desde o ano passado pelo menos.

Do lado das operadoras, houve aumento de custos nos últimos dois anos, tanto com a inflação quanto com a desvalorização cambial, uma vez que muitos de seus investimentos são dolarizados. Ao mesmo tempo, o cenário de estagnação e até queda na base de assinantes não permite que estes custos sejam totalmente repassados às mensalidades. A saída para o aumento de receita vem sendo a oferta de outros serviços, como os combos de banda larga e telefonia.

Do lado das programadoras, o câmbio pressionou os custos para cima, e houve grandes investimentos em direitos esportivos (cada vez mais caros com o aumento da competitividade), produção original e licenciamentos, às vezes até com o lançamento de novos canais, e ao mesmo tempo uma retração do mercado publicitário. Muitos canais chegam a ser distribuídos a custo zero, apenas para garantir presença junto ao assinante e buscar alguma receita publicitária. Evidentemente, a grande concentração de mercado em duas grandes operadoras também dá a elas grande poder de fogo nas negociações.

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