TV paga deve terminar 2016 em baixa, mas prevê recuperação em 2017

TV paga não deve terminar 2016 em alta. (Divulgação)
De acordo com site Valor Econômico, O setor de TV paga prevê encerrar este ano com leve baixa de assinantes. Segundo Oscar Simões, presidente da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), a melhora de audiência indica que a aceitação do serviço cresceu, porém foi ofuscada pelos desligamentos resultantes da inadimplência.

O setor registrou a perda de 471 mil assinantes nos doze meses até outubro, queda de 2,4%, segundo os dados mais recentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). De janeiro a outubro, acumula baixa de 0,5%, cerca de 110 mil assinantes.

“Tão logo ocorra a retomada do crescimento econômico, o setor voltará a crescer”, afirma Simões. “A economia recua há sete trimestres, mas o setor desempenha acima do todo.” O Produto Interno Bruto deve cair 3,48% em 2016, de acordo com o último relatório Focus, do Banco Central.

O Brasil perdeu no segundo semestre o posto de maior mercado de TV por assinatura da América Latina para o México. Nos últimos 15 anos, o setor passou de 3,5 milhões de assinantes para 19,7 milhões.

O ritmo de crescimento começou a desacelerar em 2011, quando a base aumentou 30%. A expansão foi de 27% em 2012; 11% em 2013 e 9% em 2014. Em 2015 as operadoras perderam 535 mil assinantes, um recuo de 2,8%, o primeiro desde 2002.

A receita líquida dos cinco maiores grupos de TV por assinatura do país (Claro, Sky, Vivo, Oi e Algar) soma R$ 16,06 bilhões de janeiro a setembro de 2016, segundo dados da consultoria Teleco. Em igual período de 2015 era de R$ 16,27 bilhões.

O serviço estava presente em 27,83% dos lares em outubro, de 29,22% um ano antes. A queda não foi tão grande por causa das famílias que usam a TV por assinatura como forma de lazer.

“A programação infantil é bastante educativa e ampla, a programação é diversificada, com diversos gêneros. Nas regiões afastadas dos grandes centros, devido à dificuldade de mobilidade e aos custos altos, as pessoas passam muito tempo em casa e a TV é a principal fonte de entretenimento”, diz Simões

O desempenho do setor está diretamente relacionado ao ambiente macroeconômico. Segundo a associação, o que falta é renda, e não demanda. “Esse ano o setor teve uma melhoria expressiva na audiência, o que, para nós, mostra que o serviço está aumentando sua aceitação”, diz o executivo.

Segundo o instituto Kantar IBOPE Media, o tempo dedicado para o consumo da programação de canais pagos aumentou 57% nos últimos cinco anos: de uma média de 3h10 minutos por dia em 2010 para 4h59 minutos em 2015. A pesquisa engloba os 15 principais mercados do país.

A competição com empresas de serviço sob demanda, como Netflix e Youtube, não chega a ser relevante para as desconexões da TV paga neste ano, diz a ABTA. “Os serviços são mais complementares que excludentes”, diz Simões.

Em 2017, o setor pode ter uma ligeira recuperação, a depender do desempenho econômico. “Se a economia crescer 1%, provavelmente a gente cresça 3%”, estima Simões.

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