Canal conta a história Pablo Escobar. (Divulgação) |
Senhor do tráfico internacional, esbanjador com ambições políticas, esposo e pai devotado, amante inveterado e criminoso sanguinário. São evidentes as razões por que Pablo Escobar, com todas essas credenciais, continua a chamar a atenção do mundo, mesmo passadas duas décadas de sua morte.
Nesta segunda-feira, 5 de dezembro, o Discovery exibe a versão de um dos principais cineastas colombianos, Alessando Angulo, que faz esforço investigativo para se afastar dos mitos que ainda circundam o figura do traficante. PABLO ESCOBAR: GRANA OU CHUMBO (Los Tiempos de Pablo Escobar) vai ao ar em duas partes – segundas, dias 5 e 12, às 21h30.
O documentário vai muito além de ficções inspiradas no capo e constitui uma narrativa conduzida por seus próprios protagonistas, a partir de trabalho documental que reúne depoimentos como o de César Gaviria. Presidente colombiano entre os anos de 1990 e 1994, Gaviria assumiu a candidatura quando Luis Carlos Galán foi assassinado por sicários de Escobar e seu mandato ficaria marcado pela captura do traficante.
Vídeos de arquivo trazem entrevistas com principais figuras dos carteis: os irmãos Ochoa, Gonzalo Rodríguez Gacha, Jhon Jairo Velásquez Vásquez, e o próprio Escobar em suas aparições como político aspirante. Os registros incluem ainda as falas de Rodrigo Lara Bonilla, ministro da Justiça responsável pelo início da resistência aos cartéis assassinado a mando de Escobar, além de discursos históricos que marcariam o declínio do cartel de Medellín.
Joseph Toft, ex-diretor do DEA (Drug Enforcement Administration) na Colômbia, está entre as fontes do documentário e relembra como a agência americana atuava na Colômbia à época. Rafael Pardo, ministro da Defesa entre os anos de 1991 e 1994 revela como foi montado o cerco a Escobar. Falam também às câmeras jornalistas que trabalhavam na cobertura dos eventos relacionados a Escobar, como María Jimena Duzán, Héctor Abad Faciolince e o correspondente da ABC Timothy Ross, que entrevistou o capo pessoalmente. Eles contam como medidas de manobra das massas e alianças espúrias foram fundamentais para fundar a supremacia clandestina dos carteis e de que forma jornalistas amedrontados por ameaças – e pelo assassinato do colega Guillermo Cano, um dos mais efusivos nas denúncias aos carteis – tentavam provar o vínculo de Escobar com o narcotráfico.
O longa-metragem mostra como a Colômbia rural da década de 1960, “quase bucólica” – nas palavras do jornalista Juan Gossain – se tornou sede do império do crime organizado e de conflitos que instalariam a guerra nas ruas. No fim dos anos 70, começo dos 80, aparecem as figuras dos traficantes. Surgem grupos cuja única função é o tráfico e assim se iniciam economia e política paralelas que gerariam um estilo de vida opulento e brutal, orgulhosamente ostentado por figuras que se tornariam o poder e o terror encarnados.
Escobar criou uma cultura do medo e da brutalidade da qual seria ele próprio uma das mais famosas vítimas. O atentado ao prédio onde vivia sua família, o período na prisão “La Catedral”, a fuga, a ação do grupo “Los Pepes” e a derrocada do capo são revisitados como fatos guarnecidos por imagens e depoimentos contundentes.
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